terça-feira, 15 de junho de 2010

AO PASTOR ESQUECIDO


Talvez more "de favor" no quintal da casa de um filho, de um amigo, de uma ex-ovelha;

Talvez esteja sozinho, viúvo, abandonado num asilo ou numa "casa de repouso";

Talvez esteja no porão escuro e úmido do templo de uma igreja;

Talvez num barraco esquecido até da comunidade onde vive;

Talvez só receba a aposentadoria por idade que o governo paga aos que envelhecem;

Talvez nunca tenha pago uma previdência privada ou feito um plano melhor;

Talvez viva com uma cesta básica que lhe dão de quando em vez ou ofertas incertas de algum bom coração;

Talvez já tenha ido dormir com fome, com frio ou absolutamente solitário;

Talvez tenha feito um longo ministério, numa única igreja, um investimento de toda uma vida;

Talvez tenha cuidado de uma dezena de igrejas e congregações, grandes ou pequenas;

Talvez tenha sido missionário itinerante, andando à pé, de bicicleta, cavalo, barco ou carro;

Talvez tenha exercido um ministério secundário, um co-pastorado em alguma grande igreja:

Talvez não tenha uma família que lhe visite;

Talvez não tenha mais cartões de aniversário ou do Dia do Pastor;

Talvez não consiga comprar nem meio quilo de carne para o Natal;

Talvez nem uma esposa tenha mais ao seu lado;

Talvez esteja pensando que poderia ter feito outra coisa na vida, ter seguido outras profissões;

Talvez tivesse mais dinheiro, dignidade, amigos, patrimônio;

Talvez seus filhos ainda fossem presentes ou sua esposa não tivesse sofrido tanto;

Talvez fosse alguém na vida se não amasse tanto a Igreja, o púlpito, as pessoas e o pastorado;

Talvez tudo teria sido diferente se tivesse aceito aquele convite que lhe fizeram;

Talvez encontrasse a felicidade não investindo tempo integral em seu ministério;

Talvez pudesse até ter desfrutado de um plano de saúde melhor ou de uma aposentadoria mais digna;

Talvez não estivesse esquecido numa cama velha e numa casa pequenina.

Talvez haja muitos porquês a assaltar-lhe as noites, a espantar-lhe o sono;

Talvez se o tempo voltasse teria feito tudo diferente;

Talvez nem igreja pastoreasse e se sentisse mais feliz;

Talvez envelheceria com mais dignidade.

Pastores esquecidos! Pastores superados!

Pastores envelhecidos! Pastores cansados!

Pastores empobrecidos! Pastores ultrapassados!

Pastores entristecidos! Pastores injustiçados!

Tais pastores não aparecem na televisão, não são vencedores e prósperos;

São obsoletos, são cenários velhos de velhos cultos em velhos evangelhos;

São restos de um passado que as igrejas querem apagar, são seres que envergonham a classe;

São tudo o que a mídia cristã procura ignorar e fazer acreditar que não existem.

Mas existem e não são poucos!

São aqueles que queimaram como velas de duas pontas, que se excederam nos cuidados com a igreja;

Que dormiram pouco, que andaram muito, que visitaram todos, que oraram sempre!

São aqueles que ano após ano estavam em seus púlpitos, proclamando o "assim diz o Senhor!"

São os que aguentaram as crises, que venceram as divisões, que não fugiram quando os lobos uivaram;

São heróis sem nome,

são vencedores sem medalha,

são pioneiros que abriram as picadas na mata

Onde hoje fulguram orgulhosas catedrais!

Hoje são páginas amareladas, muitas vezes ignorados pelos seus próprios filhos,

Que aguardam apenas o dia de partir deste mundo injusto.

Colegas esquecidos,

Pastores sem nome,

ministros sem púlpito,

anciãos não respeitados;

Não se esqueçam, por favor,

que há colegas nobres nas fileiras, que jamais receberam recompensas neste mundo mau e ingrato.

Recebam o abraço de Paulo, o apóstolo abandonado por todos no final de sua vida;

O abraço de Pedro, talvez crucificado sozinho, de cabeça para baixo;

Ou de Heróis da Fé na História da Igreja,

que muitas vezes morreram como holocausto pelo nome do Senhor!

Ah, colegas esquecidos!

Não há galardão perdido!

Não há uma visita pastoral que ficará sem menção!

Não há uma noite em claro, gasta em prol do rebanho, que deixará de ser lembrada!

Não há uma lágrima,

uma companhia, uma esmola, uma oferta,

uma dedicação, que deixará de ser contada!

Há um Deus nos Céus!

E se a dor lhe cobre o leito, se a solidão lhe traspassa a alma,

Saiba que muito mais que isso sofreu o nosso Salvador, o Supremo Pastor;

mas Ele venceu,

E com Ele está a Coroa da Justiça,

a ser oferecida aos pastores, mesmo aos esquecidos.

Ânimo! Deus não lhes esquece!

E se Deus não esquece, por que nos entristeceremos?

É hora de lavar o rosto, como José do Egito,

ou de comer algo e reanimar, como Davi,

Ou de levantar e ir, como Abraão,

ou de confiar no Senhor para a partida.

"Lá está o meu tesouro, lá onde não há choro,

Onde todos cantaremos juntos hinos de louvor ao Senhor!*"



Feliz DIA DO PASTOR, colega esquecido!

Wagner Antonio de Araújo,
pastor.
junho, 2010

Os psíquicos e a nova onda carismática

por Mary Schultze

Muitas manifestações diferentes e esdrúxulas, antes conhecidas exclusivamente no ocultismo, estão agora inundando o mundo pentecostal carismático e infiltrando-se, sub-repticiamente, nas igrejas tradicionais, que agora se autodenominam “avivadas”. Isto pode ser atribuído a manifestações do Espírito Santo ou a outros tipos de manifestações?



Precisamos discernir entre a verdade bíblica e o erro, antes de responder esta pergunta, o que deve acontecer até o final deste artigo. Uma inteligente divisão entre a realidade e a falsidade religiosa está se tornando cada vez mais necessária e urgente na vida cristã e na frequência à igreja. De uns anos para cá, a igreja tem estado à deriva, como um navio sem rumo, no alto mar. Em muitas congregações (quando não, na maioria), a verdade bíblica tem sido tratada superficialmente, enquanto os assuntos sociais e psicológicos têm ocupado a maior atenção. Nestes tempos do fim, não podemos nos dar ao luxo de um descuido doutrinário, nem ficar ociosos no que diz respeito ao “discernimento dos espíritos”, pois existem muitos crentes que estão sendo vitimados pelo engodo carismático, hoje predominando em quase todas as igrejas evangélicas.



Alguns textos da Escritura são necessários para nos manterem firmes, nestes tempos trabalhosos. Em Mateus 24:5, lemos Jesus dizendo: "Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos".



Mesmo que alguém esteja falando tudo corretamente a respeito de Cristo, isto não deve ser uma prova de que essa pessoa esteja falando a verdade. Até mesmo os mestres, pastores, evangelistas e, principalmente, os chamados “apóstolos” e “profetas” de hoje, mesmo conseguindo provar que suas profecias de fato aconteceram, não devem nos convencer de que eles sejam aprovados por Deus, pois devemos confiar exclusivamente no que está escrito na Palavra de Deus... de preferência no Novo Testamento, pois o Velho Testamento foi escrito para os judeus, anunciando a vinda do Messias. O VT nos ajuda a identificar a maneira como Deus tratava o Seu povo. O Novo Testamento foi escrito para a igreja e nós somos a igreja. Hoje em dia, quando um “profeta” fala a verdade que está na Bíblia, sua profecia é desnecessária e quando ele transmite a mentira, trata-se de heresia. Portanto, esta classe de visionários é absolutamente desnecessária, pois a Palavra nos ensina: "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra". (2 Timóteo 2:16-17).

"À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles". (Isaías 8:20).

Psíquicos como Jeane Dixon e Edgar Cayce (muito conhecidos nos Estados Unidos) profetizaram alguns fatos que de fato aconteceram, porém suas vidas e suas crenças anularam totalmente a confiança que neles poderia ser depositada pelos cristãos bíblicos. Nenhum deles possuía Cristo ou o Espírito Santo em suas vidas.



A Escritura contém muitas admoestações a respeito do engodo que vai prevalecer nos últimos dias. O apóstolo Paulo fala claramente sobre a vinda do Anticristo, na 2 Tessalonicenses 2:9-11:



"A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira."



Anos atrás, quando eu lia a declaração de Jesus feita em Mateus 24:24, não conseguia entendê-la. Como seria possível que até mesmo os eleitos fossem enganados? Eu via como os grandes cristãos, ao lado de quem eu servia ao Senhor, eram sólidos como uma rocha. O mundo real da igreja não tolerava as falsas doutrinas nem as atividades questionáveis, que ultrapassassem a ordem e a decência nos cultos, como palmas, gritos histéricos, gingados do corpo, quedas, urros animalescos, risos descontrolados e outras manifestações que hoje aparecem em tantas igrejas.



Infelizmente, a ordem e a decência já não se encontram na maioria das igrejas e tudo que nelas acontece deve entristecer tremendamente o Espírito Santo, o qual é tão invocado e, ao mesmo tempo, tão desrespeitado nesses ambientes “avivados”. O passo inicial para a decadência espiritual de uma igreja é a adaptação aos corinhos modernos de péssima redação gramatical e teológica, os quais agradam aos fracos na doutrina e aos visitantes incrédulos. Esses corinhos são especialistas em convocar a presença do Espírito Santo e são, na maioria, antropocêntricos. Os pastores que os toleram estão dando margem à decadência espiritual dos seus ouvintes.



O Espírito Santo veio ao mundo para glorificar o Nome de Cristo e nos convencer do pecado, da justiça e do juízo. Mas os carismáticos o transformaram num “office-boy”, que eles imaginam ser obrigado a satisfazer os seus desejos carnais, enquanto o Nome do Senhor Jesus Cristo quase não é mencionado, pois agora, na teologia do vexame carismático, o Espírito (será mesmo o Santo?) é quem dá as cartas, promovendo-se (segundo eles imaginam) em vez de promover a adoração a Cristo.



As atividades psíquicas são por eles atribuídas ao Espírito Santo e tudo piorou depois do movimento conhecido como “Bênção de Toronto”, o qual desencadeou todo tipo de desordem dentro dos círculos pentecostais e/ou “avivados”.



Num livro intitulado “Some Said It Thundered”, de David Pytches, publicado em 1991 (prefaciado por John White, com posfácio de Jamie Buckingham), aprendemos que esse tipo de movimento ficou sendo crido e totalmente expressado dentro das igrejas. Vejamos algumas perguntas e respostas sobre o assunto.



“Como os profetas costumam receber suas revelações? Será através do psiquismo ou do Espírito?”



O centro psíquico de cada um de nós parece desempenhar um papel vital na área da relação com Deus. Portanto, se os ocultistas conseguem uma certa conexão com os maus espíritos, através do psiquismo, mesmo que tais revelações nem sempre sejam verdadeiras (pois eles são asseclas do pai da mentira), presume-se que as manifestações carismáticas também sejam combinadas com a falsidade, pois os crentes enganados pelos falsos mestres dificilmente são nascido de novo e, portanto, não têm uma genuína experiência com Deus.



Será que os videntes modernos não têm problema algum em classificar o processo das revelações divinas a seres humanos, mesmo depois dos cristãos terem a Bíblia como única regra de fé e pratica de vida?



Depois do Cânon da Escritura ter sido completado, não precisamos mais de profecias, sinais e maravilhas, mas de uma fé integral no que Deus nos deixou por escrito. Nosso culto deve ser racional (Romanos 12:1-2) e não na base de experiências.



O espírito humano é um canal que capta as transmissões espirituais de Deus (ou dos poderes das trevas), as quais são refletidas na tela do psiquismo, ou seja, da alma.



Nesse caso, quem pode discernir entre o que é entregue por Deus ou pelos maus espíritos, sendo que estes últimos mentem descaradamente? Não é muito mais seguro confiar na Palavra de Deus, a qual é a verdade infalível e eterna? Como os carismáticos são tolos! E como os seus líderes são espertos em matéria de extorquir dinheiro dos crédulos!



Um canal de TV pode transmitir a verdade mais bestial, pornografia, notícias de crimes hediondos... Mas também pode transmitir coisas belas, como concertos sinfônicos, peças de bons autores teatrais. A responsabilidade não é apenas dos que transmitem esses programas, mas de quem os assiste. Um cristão embasado na Bíblia não pode gostar de pornografia, de programas humorísticos e de outras coisas que lhe prejudicam a comunicação espiritual com Deus. Cristão que se deleita em programas humorísticos de baixo nível moral e cultural somente comprova sua falta de discernimento bíblico e sua falta de amor a Jesus Cristo, o Deus encarnado, crucificado e ressuscitado por amor de nós.



Walt Disney, segundo alguns autores cristãos, é uma organização dos Illuminati, encarregada de corromper as mentes infantis, apresentando desenhos com mensagens totalmente anticristãs, promovendo o homossexualismo, o adultério e outros pecados modernos.



Em cada cem filmes de Hollywood, noventa e nove pregam a falsidade religiosa, a imoralidade, o adultério, a impunidade e outras mazelas morais. Se o nosso espírito é o meio de nos comunicarmos com o Pai Celeste, conforme Jesus nos ensinou, quando poluimos nossas mentes com os pecados do mundo isto nos afasta do Pai das luzes, em quem não há variação nem sombra de mudança.



Crente, leia a Bíblia. Também leia bons autores cristãos, em vez de se plantar diante da TV para ver indecência, confraternizando-se com os ímpios. Leia o Salmo No. 1 e veja a diferença entre um cristão legítimo e um ímpio travestido de cristão!



Mary Schultze, 01/06/2010 www.maryschultze.com



(Informações colhidas no livro – “Some Said It Thundered”, de David Pytches).