segunda-feira, 23 de novembro de 2009

OS DEZ “NUNCA” DE UM PASTOR SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

1. NUNCA “PESQUE EM AQUÁRIO” DOS OUTROS
Tenho visto muitos pastores “pescando em aquários”, convidando membros de outras comunidades para se tornarem membros de sua igreja. Eticamente isso é um grande erro, pois além de causar problemas de relacionamentos com seus colegas pastores, produzirá questões de relacionamento também entre as igrejas.

Por outro lado, a Palavra de Deus nos adverte a não abandonar nossa congregação (Hebreus 10:25), e quando você convida alguém para fazer isso e se filiar á sua igreja, estará indo contra a bíblia.

Cuidado! Será que não há outras pessoas mais necessitadas do que os irmãos de outras igrejas para você convidar?

2. NUNCA TOME PARTIDO NUMA QUESTÃO SEM OUVIR OS DOIS LADOS
Esse é um problema delicado, lamentavelmente tenho visto pastores se enredando em questões ministeriais, porque, ao ouvirem uma facção da igreja que apresente uma causa, já tomam logo partido em defesa deste lado, sem ouvir o outro. Isso infelizmente pode trazer injustiças e problemas de relacionamento. Entretanto, julgue a luz da Bíblia, ouça os dois lados, ore e dependa do Espírito santo, para direcionar a questão.

3. NUNCA DEIXE DE PREGAR A PALAVRA DE DEUS COM MEDO DE OFENDER AS PESSOAS
Alguns companheiros não falam sobre determinados assuntos com medo de ofender as pessoas. Isso é pecado! Há pastores que não falam sobre dízimo e ofertas, com medo de o povo sair da igreja. Pessoalmente, eu prefiro que os avarentos saiam da igreja, por eles não terem parte no reino de Deus. (Efésios 5.5.).

Lembre-se, sempre pergunte-se: “Devo agradar á deus ou aos Homens?”

4. NUNCA USE O PÚLPITO PARA ATACAR PESSOAS OU DESCARREGAR SUAS ANSIEDADES E PREOCUPAÇÕES PESSOAIS
O púlpito da igreja é um lugar especial e reservado para a pregação e ensino da Palavra de Deus. O uso do púlpito para “indiretinhas e piadinhas” para uso pessoal também é pecado. Quantos saem da igreja frustrados e magoados por conversar uma coisa com o pastor ou alguém do corpo ministerial e isso vira o tema do sermão da Noite de domingo, principalmente o imaturo, novo convertido.

5. NUNCA PEÇA DINHEIRO EMPRESTADO
“O que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv. 22.7)
O pastor precisa estar com sua mente livre de preocupações. É terrível pregar com ansiedade, sabendo que naquela semana há uma conta para pagar. Alguns pegam dinheiro da igreja com a idéia de que depois vão repor.

Pastor, nunca faça tal coisa! Isso abre uma brecha para os ataques do inimigo, que poderá usar uma situação como essa para destruir seu ministério. O diabo é expert nisso, ele pode usar uma situação de envolvimento financeiro para acusar o pastor e deixa-lo sem autoridade espiritual.

Cuidado! Lembre-se disso: “nunca dê o passo maior do que as pernas”

6. NUNCA SUBSTIME O MINISTÉRIO ANTERIOR AO SEU
Existem alguns pastores que, ao assumirem a liderança de uma igreja, tem a tendência de mudar tudo. Desrespeitam a histeria e o ministério anterior da igreja. Sempre jogam a culpa nos antecessores, falando mal da administração, da visão, do jeito de trabalhar do outro, etc. Lembre-se de que um dia também poderá ser substituído e que o que está fazendo agora, poderá ser melhorado pelo seus sucessores.

Perfeição, só no céu!

7. NUNCA MANUSEIE FINANÇAS DA IGREJA
O pastor nunca deve tocar nas finanças da igreja. Deixe que o tesoureiro cuide disso e que a comissão de exame de contas sempre apresente o relatório. Nesse delicado assunto, o pastor nunca deve legislar em causa própria. Você poderá compartilhar com a diretoria da igreja suas necessidades ou dificuldades financeiras, mas deixe que eles tomem as decisões sobre seu salário e benefícios.

8. NUNCA FAÇA CAMPANHAS PARA ARRUMAR CASAMENTO
Há muitas pessoas que não respeitam a situação do solteiro e ficam pressionando para que ele arrume um casamento. Já ouvi de alguns casamentos frustrados, “arranjados” por pastores. O pastor deve saber que Deus o cobrará se isso acontecer. Saiba que Deus tem a pessoa certa, na hora certa, se esta for a vontade Dele, e não a sua.

9. NUNCA ESQUEÇA DE SUA FAMÍLIA
A primeira prioridade do ministro é a sua própria família, que inclui esposa e filhos. O apóstolo Paulo diz que o pastor, “deve governar a sua casa criando seus filhos sob disciplina, com todo respeito” (I Tm. 3.4).

No versículo seguinte, inclusive, o escritor diz que aquele que não governar sua casa está desqualificado para o ministério. Quantos infelizmente querem ensinar e pregar
para a igreja e não podem, até fazem, mas será que dá certo? Alguém o obedece?

Como isso pode acontecer se os de sua casa não estão nem aí? E vice e versa.

10. NUNCA SE ISOLE NO MINISTÉRIO
É muito importante ter amigos para compartilhar as lutas e tribulações. Tenho visto líderes caírem em pecado por serem muitos independentes. A bíblia diz “Levai as cargas uns dos outros” (Gl. 6.2)

Como pastores e líderes, precisamos de companheiros com que possamos abrir nossos corações, orarmos juntos, exortarmo-nos e edificarmo-nos mutuamente.

Pastor busque alguém que você sabe que leva Deus á Sério e o convide para ser seu companheiro!

Fonte: pr Diego/http://www.batistascuritiba.org.br/os-dez-nunca-de-um-pastor-segundo-o-coracao-de-deus/

Isto é Amor

Enviado pela nossa colega Monica.



"Quando eu era criança, meu pai comprou um dos primeiros telefones da vizinhança. Lembro-me bem daquele velho aparelho preto, em forma de caixa, bem polido, afixado à parede. O receptor brilhante pendia ao lado da caixa. Eu ainda era muito pequeno para alcançar o telefone, mas costumava ouvir e ver minha mãe enquanto ela o usava, e ficava fascinado com a cena!

Então, descobri que em algum lugar dentro daquele maravilhoso aparelho existia uma pessoa maravilhosa - o nome dela era "informação, por favor" e não havia coisa alguma que ela não soubesse. "Informação, por favor" poderia fornecer o número de qualquer pessoa e até a hora certa.

Minha primeira experiência pessoal com esse "gênio da lâmpada" aconteceu num dia em que minha mãe foi na casa de um vizinho. Divertindo-me bastante mexendo nas coisas da caixa de ferramentas no porão, machuquei meu polegar com um martelo.

A dor foi horrível, mas não parecia haver qualquer razão para chorar, porque eu estava sozinho em casa e não tinha ninguém para me consolar. Eu comecei a andar pelo porão, chupando meu dedão que pulsava de dor, chegando finalmente à escada e subindo-a.

Então, lembrei-me: o telefone! Rapidamente peguei uma cadeira na sala de visitas e usei-a para alcançar o telefone. Desenganchei o receptor, segurei-o próximo ao ouvido como via minha mãe fazer e disse:

"Informação, por favor!", com o bocal na altura de minha cabeça.

Alguns segundos depois, uma voz suave e bem clara falou ao meu ouvido:

"Informação."

Então, choramingando, eu disse:

"Eu machuquei o meu dedo..."

Agora que eu tinha platéia: as lágrimas começaram a rolar sobre o meu rosto.

"Sua mãe não está em casa?", veio a pergunta.

"Ninguém está em casa a não ser eu", falei chorando.

"Você está sangrando?" Ela perguntou.

"Não." Eu respondi. "Eu machuquei o meu dedão com o martelo e está doendo muito!"

Então a voz suave, do outro lado falou:

"Você pode ir até a geladeira?"

Eu disse que sim. Ela continuou, com muita calma:

"Então, pegue uma pedra de gelo e fique segurando firme sobre o dedo."

E a coisa funcionou! Depois do ocorrido, eu chamava "Informação, por favor" para qualquer coisa. Pedia ajuda nas tarefas de geografia da escola e ela me dizia onde Filadélfia se localizava no mapa. Ajudava-me nas tarefas de matemática. Ela me orientou sobre qual tipo de comida eu poderia dar ao filhote de esquilo que peguei no parque para criar como bichinho de estimação.

Houve também o dia em que Petey, nosso canário de estimação, morreu. Eu chamei "Informação, por favor" e contei-lhe a triste estória. Ela ouviu atentamente, então falou-me palavras de conforto que os adultos costumam dizer para consolar uma criança.

Mas eu estava inconsolável naquele dia e perguntei-lhe:

"Por que é que os passarinhos cantam de maneira tão bela, dão tanta alegria com sua beleza para tantas famílias e terminam suas vidas como um monte de penas numa gaiola?"

Ela deve ter sentido minha profunda tristeza e preocupação pelo fato de haver dito calmamente:

"Paul, lembre-se sempre de que existem outros mundos onde se pode cantar!" Não sei porquê, mas me senti bem melhor.

Numa outra ocasião, eu estava ao telefone: "Informação, por favor".

"Informação," disse a já familiar e suave voz.

"Como se soletra a palavra consertar?" Perguntei.

Tudo isso aconteceu numa pequena cidade da costa oeste dos Estados Unidos. Quando eu estava com nove anos, nos mudamos para Boston, na costa leste. Eu senti muitas saudades de minha voz amiga!

"Informação, por favor" pertencia àquela caixa de madeira preta afixada na parede de nossa outra casa; e eu nunca pensei em tentar a mesma experiência com o novo telefone diferente que ficava sobre a mesa, na sala de nossa nova casa. Mesmo já na adolescência, as lembranças daquelas conversas de infância com aquela suave e atenciosa voz nunca saíram de minha cabeça.

Com certa freqüência, em momentos de dúvidas e perplexidade, eu me lembrava daquele sentimento sereno de segurança que me era transmitido pela voz amiga que gastou tanto tempo com um simples menininho.

Alguns anos mais tarde, quando eu viajava para a costa oeste a fim de iniciar meus estudos universitários, o avião pousou em Seattle, região onde eu morava quando criança, para que eu pegasse um outro e seguisse viagem. Eu tinha cerca de meia hora até que o outro avião decolasse. Passei então uns 15 minutos ao telefone, conversando com minha irmã que na época estava morando lá. Então, sem pensar no que estava exatamente fazendo, eu disquei para a telefonista e disse:

"Informação, por favor".

De um modo milagroso, eu ouvi a suave e clara voz que eu tão bem conhecia!

"Informação."

Eu não havia planejado isso, mas ouvi a mim mesmo dizendo: "Você poderia me dizer como se soletra a palavra consertar?"

Houve uma longa pausa. Então ouvi a tão suave e atenciosa voz responder:

"Espero que seu dedo já esteja bem sarado agora!"

Eu ri satisfeito e disse:

"Então, ainda é realmente você? Eu fico pensando se você tem a mínima idéia do quanto você significou para mim durante todo aquele tempo de minha infância!"

Ela disse:

"E eu fico imaginando se você sabe o quanto foram importantes para mim as suas ligações!"

E continuou:

"Eu nunca tive filhos e ficava aguardando ansiosamente por suas ligações."

Então, eu disse para ela que muito freqüentemente eu pensava nela durante todos esses anos e perguntei-lhe se poderia telefonar para ela novamente quando eu fosse visitar minha irmã. "Por favor, telefone sim! É só chamar por Sally".

Três meses depois voltei a Seattle. Uma voz diferente atendeu:

"Informação".

Eu perguntei por Sally.

"Você é um amigo?" Ela perguntou.

"Sim, um velho amigo". Respondi.

Ela disse:

"Sinto muito em dizer-lhe isto, mas Sally esteve trabalhando só meio período nos últimos anos porque estava adoentada. Ela morreu há um mês."

Antes que eu desligasse ela disse:

"Espere um pouco. Seu nome é Paul?"

"Sim" Respondi.

"Bem, Sally deixou uma mensagem para você. Ela deixou escrita caso você ligasse. Deixe-me ler para você."

A mensagem dizia:

"Diga para ele que eu ainda continuo dizendo que existem outros mundos onde podemos cantar. Ele vai entender o que eu quero dizer".

Eu agradeci emocionado e muito tristemente desliguei o telefone. Sim, eu sabia muito bem o que Sally queria dizer.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Você está satisfeito?

Foi o nosso grande Guimarães Rosa, quem escreveu “O animal satisfeito, dorme”. O autor percebeu tão bem que a condição humana perde substância e energia vital, toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão. Rende-se assim à sedução do repouso e imobiliza-se na perigosa acomodação.
O pensador Mario Sérgio Cortella, que aborda o tema, diz que a satisfação não deixa margem para a continuidade, para prosseguimento, para a persistência, para desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Diz ainda, que, quando alguém nos fala: Fiquei muito satisfeito com você ou Estou muito satisfeito com seu trabalho, é algo assustador.

Explica ele que tal expressão pode ser entendida como uma barreira ao crescimento, dizendo que nada mais de nós desejam, ou que aquele é nosso limite, nossa possibilidade. O está bom como está pode ser um grande cerceador da evolução, pois pode nos acomodar à situação atual. Segundo ele, seria muito melhor ouvir a seguinte expressão: Seu trabalho é bom mas fiquei insatisfeito, e portanto, quero conhecer outras coisas.

Percebamos que ele se utiliza da expressão insatisfeito, não para criticar ou depreciar o trabalho, mas para incentivar seu autor à continuidade. Um bom filme, por exemplo, não é aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando quietos para a tela, enquanto passam os créditos, desejando que não acabe? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos no colo, absortos e distantes, pensando que poderia não terminar? Um bom passeio, uma boa viagem, não é aquela que desejamos se prolongue, que nunca acabe? É desta forma que, segundo Cortella, a vida de cada um também deve ser, afinal de contas, não nascemos prontos e acabados.

Ainda bem, pois estar plenamente satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento. Termina ele dizendo que somos seres de insatisfação, e precisamos alguma dose de ambição em nossas existências. O animal satisfeito dorme, pois não tem objetivos de vida, não tem razão para sair do lugar.

Trazendo para nós crentes em Cristo Jesus. Será que também estamos dormindo, satisfeitos e confortáveis com nossa atual condição espiritual. Pergunto a você que é crente a muito tempo: Você está satisfeito com a vida cristã que tem levado? Está contente com o tipo de comunhão que está tendo com Deus e com seu povo? Está feliz com a quantidade e qualidade de tempo que tem dedicado a oração e leitura da Palavra de Deus? Está confortável com os frutos que tem dado a Deus pelo testemunho de sua vida? Quantas almas você já levou a Cristo? Está álacre vendo milhares de pessoas todos os dias morrendo e indo para o inferno? Está contente com a atual situação de corrupção, imoralidade, violência, cegueira espiritual, idolatria em que vive nossa sociedade? Está feliz vendo cada vez mais pessoas indo as igrejas na busca de benção materiais e curas milagrosas, enchendo o bolso de falsos profetas, ao invés de salvação de suas almas? Está satisfeito vendo bancos vazios em nossas igrejas, enquanto milhares estão afundadas em miséria espiritual? Enquanto você está lendo este artigo, neste exato momento, milhares de vidas ao nosso redor estão afundadas e arruinadas pelo pecado que certamente as condenará eternamente se não ouvirem as boas novas do evangelho de Jesus Cristo.

Porque está parado aí, vendo as horas, os dias, semanas e anos passarem enquanto o inimigo de nossas almas, que não dorme, nem descansa, trabalhando para roubar, matar e destruir vidas e mais vidas. “O crente satisfeito, dorme”. Meu coração arde como o de Jesus vendo tamanha incredulidade: “Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei?” (Mt. 17.17). Podemos acrescentar: Até quando dormireis? Até quando ficaremos aqui parados? “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.” (Jo. 9.4) “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos”. (Rm. 13.11) “Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.” (Ef.5.14).

Voltemos a Cortella, quando ele diz que “satisfeito” é aquele que parou no tempo, parou de cresce, de produzir, e que não há continuidade. Vemos assim a vida de muitos crentes com o passar do tempo perderam substancialmente sua energia espiritual, a alegria e o vigor daquele primeiro amor do momento da conversão, se foi..., “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras” (Ap. 2.4,5).

Diante de tudo isto, se ainda estiver “satisfeito”. Sugiro que reflita bem se seu cristianismo é autentico. Mas se há em você uma inquietude interior, e um desejo intenso de crescer, melhorar espiritualmente e fazer algo. Então, ponha-se nas afetuosas mãos do nosso Deus, para que ele o use na obra do reino. Não há mais tempo a perder. O evangelho tem pressa. É necessário “desembaraçar-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, e corrermos, com perseverança, a carreira que nos está proposta” (Hb.12.1). Deus nos faça seres de “insatisfação” espiritual.

Pr Nelmo Monteiro Pinto

nelmomonteiro.blogspot.com

Sociedade do Excesso sem exeção

Filhos assassinam pais, professores alertam alunos para a nota zero da prova e recebe um ‘e daí’ como resposta, pulamos normalmente por sobre mendigos nas ruas, receamos nos casar, ficamos ao invés de namorar, assistimos o horror na mídia e não nos assustamos, a expressão da sexualidade é múltipla, convivemos pacificamente com a violência, ser ator não é mais coisa de gay, médico, engenheiro e advogado não são mais as únicas profissões, queimam-se prostitutas, oficiais da sociedade abusam do poder, adoecemos psicologicamente sem saber o porquê e etc.


Estamos numa sociedade ímpar. Sociedade do excesso onde a diversidade não permite exceção. O diverso trouxe uma nova normalidade. O normal não é mais versão do único, mas a expressão do multiverso. Logo, nada é exceção, nem mesmo o excesso.


Sociedade do excesso porque o desejo não tem lei. A autoridade não mais orienta, regula ou limita. A autoridade se cala, pois não tem mais legitimidade para apontar para todos o caminho verdadeiro, pois o saber científico diz não existir. O saber científico é uma autoridade que desregula a autoridade do senso comum e da moral na sociedade. O saber científico se põe perante a autoridade dos pais e educadores apontando-lhes a autoridade que aponta a direção como um sinônimo de autoritarismo e abuso de poder. Daí se explica, por exemplo, os filhos sem limites, violentos contra pais e educadores e filhos que assassinam pais.


Sociedade sem exceção porque não há normalidade única, não há a versão correta a se seguir e nem quem esteja fora da versão, então não há quem esteja fora do normal. Assistimos a morte da moralidade. Não há o ideal, o correto, a verdade única. Dessa forma, ninguém está em exceção, já que não existe uma única versão, mas sim o multiverso, a diversidade de opções possíveis e de maneiras de ser e existir. Daí se explica, por exemplo, a expressão da sexualidade nessa sociedade, onde não há mais homens e mulheres e heterossexuais, há o multiverso de opções sexuais sem quem oriente qual seguir. Não há na sociedade a orientação para uma verdade única como a heterossexualidade.


Sociedade onde tudo é corriqueiro, diverso e em excesso. Onde não ha anormal e nem normalidade, pois tudo é diverso. Então não há exceção ao normal, não há estado de exceção, não há o estranho que assusta, já que tudo é diverso e excessivo. O excesso entre o diverso faz tudo parecer normal-sem-exceção. Nesse contexto se percebe a dessensibilização moral e ética em parcelas da sociedade.


Não há quem hoje se espante ante o excesso de violência, de erotismo e de horror expostos na mídia através de reality shows que se propõem a retirar as fronteiras entre a dimensão pública e privada da existência humana. A retirada dessa fronteira delimitadora entre público e privado proporciona a sensação do excesso na atualidade. Antes o que a moral barrava, hoje o desejo anseia sem limites. O desejo deleita-se com pessoas aprisionadas em condições de vida excessivamente aterrorizantes, erotizadas e violentas.


É o excesso do e no desejo do outro. A hipermodernidade de que fala Lipovetsky. Perante o multiverso o desejo sem lei fica desnorteado e por vezes colapsa. Proibir é proibido. Assim estimula-se a produção do diverso e do excesso. Quem se diverte é o gozo que flui desregradamente livre e temporariamente ou colapsa diante do impasse das escolhas. Isso explica o ‘ficar’ e a dificuldade de arrumar casamentos na sociedade onde ninguém quer compromisso conjugal duradouro.


Assim, o mendigo, o menino rua, a prostituição, as drogas, a violência, a corrupção, a degradação do outro não mobilizam como antes mobilizam a movimentação social. Entretanto, há parcelas da população assustadas com essa normalidade do anormal e assim fundam instituições de promoção do anormal dentro dessa normalidade patológica. Eles vêm dizer, por exemplo, que meninos de rua não é tão normal assim, vêm dizer que pessoas sem educação básica é anormal e que fogem do normal da cidadania.


Portanto, as ONGs, de certa forma, representam o resgate ideológico da normalidade através do apontamento do anormal e do excluído dos direitos de cidadania. Sua função é a de ressensibilizar os dessensibilizados ao advogar que algumas condições de vida são anormais perante uma rede de dispositivos legais que garantem a normalidade perdida da cidadania.


Na modernidade havia o instituto psicológico da Identificação. Em família havia a existência do discurso do Outro que nos apontava o caminho ideal e com essa forma de caminhar nos identificávamos barrando o excesso de desejo pueril com o qual nos sobejávamos na infância. A relação entre família e os papéis de seus membros se modificaram. Novas funções são observadas. Não há mais quem diga sobre o certo ou errado e barre o excesso de desejo em família. Só há quem na sociedade profetize o excesso de desejo como ativadores de males vindouros.


Percebemos na atualidade a queda do outro que regula o excesso de desejo em família, pois barrar agora é crime inadequado. A lei familiar não mais proíbe o desejo, pois ela não existe. A proibição pela lei se fora e presenciamos o excesso e o desrespeito pela existência do próximo. A alteridade só existe enquanto servir de objeto do desejo. Daí a efemeridade dos encontros. Portanto, desejo excessivo sem lei nos fala de egoísmo a partir de um ponto de vista. O que importa é exceder o desejo, mesmo que o outro, que não aprendemos a vê-lo em seus direitos básicos, exista.


Assim caminhamos, em excesso e em nova normalidade. Rumo a uma nova sociedade. A sociedade do excesso. Sociedade sem noção de privado. A sociedade do diverso. A sociedade sem lei para o desejo. Uma sociedade sem exceção e egoísta, portanto.


A partir dessa reflexão, qual seria o papel do cristão nessa sociedade? Qual tem sido a influência dessa sociedade (que está apontada em II Tm 4:3) sobre a Eclésia? Muitas por certo. É só observar os tentáculos tentadores do neopentecostalismo que se harmoniza perfeitamente com essa proposta de sociedade do excesso sem exceção.


Uma sociedade que apregoa o anarquismo do desejo humano é uma sociedade que pode ser mais interessante para dar vazão à voz do pecado que habita o ser humano.


Uma sociedade onde ser cristão é continuar dando vazão aos desejos humanos em excesso e sem exceção até mesmo dentro da igreja que possui Jesus hereticamente vestindo a indumentária de garçom e não de Redentor.


Um dos efeitos dessa sociedade dentro da igreja é que aqui funciona como restaurante de desejos. Fala-se de santificação, de Jesus, de obediência e disso tudo que está na bíblia e pregado há mais de 500 anos a partir da reforma protestante.


Só que nesses tempos de hipermodernidade há uma diferença na pregação. Tudo isso – cristo, santificação, obediência à Palavra, etc., virou um meio para se conseguir um fim: a realização do próprio desejo. Busca-se santidade para se conseguir realizar mais desejos, como fichas que se acumulam: quanto mais santo e mais obediente mais bênçãos se recebe.


Portanto, um dos desafios da igreja está em manter-se biblicamente embasada e teologicamente atualizada para esta época que nos lança desafios constantes ante a educação dos filhos e do discipulado cristão. Reverter essa situação de Cristo como intermediário entre a santidade e o desejo humano compulsivo (que não deixa de ser um pecado).


Deus deve reassumir o seu papel: O Eu Sou O Que Sou definido em essência e sem pragmatismo e nem relativismo algum em sua definição. Deus não é filosofia de vida. É Senhor e deve ser adorado pelo que É e não pelo que poderia dar se quisesse.

Marcelo Quirino
Psicólogo Clínico (UFRJ)
Fone (021) 8260.6966
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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os Benefícios Psicológicos da Oração

Por Marcelo Quirino

Membro da PIB Guarani – São João de Meriti
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Além da óbvia conseqüência espiritual, a oração proporciona alguns benefícios psicológicos ao cristão. Há vários tipos de oração e cada um deles possibilita ao cristão experimentar algumas vivências psicológicas específicas que se relacionam com a dimensão espiritual.
A oração possui resultados de dissipar emoções negativas e pesadas, acalmar, oferecer direção para decisões, esclarecer o cristão sobre suas crenças irracionais e preconceitos, iluminar sobre comportamentos errôneos, oferecer motivação para a luta, elucidar o cristão sobre as suas impulsões, além de outros benefícios.
No ato de orar não só falamos, mas escutamos Deus também. É no ato de utilizar a linguagem e expor nossa psicodinâmica para Deus a fim de que o Espírito Santo analise nossos anseios, conflitos psicológicos e nossa estrutura de personalidade. Portanto, a oração traz também maturidade psicológica.
Os Tipos e os Benefícios Psicológicos da Oração
Um sistema classificatório de orações se justifica com objetivos didáticos, uma vez que durante o ato de orar elas podem se alternar. Cada um pode ter vários benefícios, mas destacamos apenas alguns de acordo com a parte da estrutura psicológica utilizada em cada um dos tipos de oração.
Segundo os objetivos de cada oração, poderíamos didaticamente separá-las em oração de clamor, a confessional, a dialógica, a de consagração, a de louvor, a de intercessão e a oração de meditação.
A primeira oração é a confessional. É pela oração confessional que admitimos a existência de um conflito, pecado ou problema. Nessa oração é com a ajuda do Espírito Santo que geramos o desconforto psicológico necessário para a mudança através da sensação de culpa positiva.
Por isso a oração confessional permite a assunção da parcela de responsabilidade ante o próprio comportamento e motiva para resolução do conflito fazendo com que o cristão seja responsável pelo seu processo de santificação. Beneficia a responsabilidade pela santificação e proporciona autoconhecimento.
A oração de clamor permite ao cristão reconhecer-se como servo e não permite que o ego atinja altos níveis de individualismo que gerariam a sensação de independência plena de Deus. Essa oração tem por característica um pedido de resolução sobre um conflito ou problema.
No ato de clamar abrandamos os receios impostos pelo ego, as culpas negativas e também entregamos a Deus nossos desejos impulsivos. Beneficia a dependência de Deus e proporciona maior controle do ego sobre a realidade psicológica.
A oração de diálogo é a oração com Deus descompromissada com qualquer temática. Ela nos permite esclarecer nossas crenças irracionais, nossos preconceitos, nossa ignorância e nos ilumina ante um conflito psicológico. A oração dialógica permite análise dos desejos humanos e uma análise da nossa forma de relação interpessoal no grupo, família ou igreja.
A oração dialógica é um bate-papo onde podem aparecer ideias e aflorar criatividade para um projeto no ministério, por exemplo. Nesse tipo de oração não há muita manifestação de culpas, já que não há compromisso com algum conflito psicológico. Beneficia a criatividade e promove capacidade de análise ao ego.
A oração de consagração é aquela onde fazemos pactos com Deus e com nossos irmãos. Consagramos desejos e comportamentos. Como a oração de posse no ministério pastoral, por exemplo. É nessa oração que enfatizamos que apesar da existência de qualquer conflito psicológico, problema ou desejo, precisaremos nos manter no pactuado.
Na oração de consagração o ego analisa que precisará manter-se firme diante conflitos psicológicos. Beneficia a confiança em Deus.
A oração de adoração e louvor é a oração que engrandece a Deus pelos seus feitos, pelo seu ato no Calvário e pela sua onipotência. É nessa oração que o cristão reconhece-se como dependente de Deus e evita a desobediência. Beneficia a aliança com Deus.
A oração de intercessão é a oração que pedimos a Deus pelos nossos irmãos e suas causas. É nessa oração que pomos nosso tempo e nossa oração à serviço da igreja, dos familiares e dos não crentes. É uma oração que beneficia a comunhão com o corpo de Cristo e proporciona misericórdia e compaixão, ou o senso de empatia.
Na oração de meditação nós refletimos na palavra divina, em nossa própria vida, em nossa estrutura psicológica e nas relações interpessoais. Pela oração de meditação nós nos santificamos pela Palavra e iluminamos decisões a serem tomadas e promovemos um processo de autoconhecimento direcionado pelo Espírito Santo. Nessa oração beneficiamos o crescimento espiritual.
Esses cinco tipos obedeceram ao critério do objetivo da comunicação. Outras divisões poderiam ser feitas de acordo com outros critérios. Essa forma de divisão nos é importante e útil, pois evidencia quais as partes da personalidade estão postas em ação para alcançar o objetivo predeterminado da oração e consequentemente constata-se alguns benefícios adjacentes.
Portanto, percebemos que cada tipo de oração difere na parte da personalidade que é utilizada para se comunicar com Deus e consequentemente seus benefícios são diferentes.
Apesar dessa análise, cada tipo de oração é um momento único de falar com Deus e não podemos compreender todos os seus benefícios com uma breve análise psicológica. Deus pode ainda quebrar essas regras e oferecer os benefícios que quiser, afinal Ele é o soberano.
A Oração Como Expressão de Fé
Assim sendo, buscar benefícios psicológicos em uma oração não é o nosso desafio. Nosso desafio supremo nesses tempos de crise de identidade doutrinária bíblica e batista é fazer da oração uma expressão genuína de fé e não colocá-la à serviço da confissão positiva.
A confissão positiva é o desespero humano posto em palavras para controlar o próprio futuro ao invés de conceder o seu controle para Deus. É a falta de fé, expressa num impulso de onipotência, que motiva tal necessidade de controle.
A confissão positiva não é expressão do espiritual. Pode ser fruto da ausência de fé e tem a ver com conflitos e desejos psicológicos não submetidos a Deus.
Ter fé é conseguir suportar o desconforto psicológico como medos e receios sabendo de antemão que Deus proverá naquilo que Ele prometeu em sua Palavra, apesar do contexto visto dizer o contrário. Ter fé é saber esperar com certeza o agir de Deus.
Firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem, a fé não tem a ver com ordenar, mas tem a ver com depender confiantemente de Deus.
Ter fé tem a ver com conter a si mesmo e não com dominar o mundo externo pela palavra declarada. Fé tem a ver com equilíbrio emocional e é a firme crença psicológica inabalável na providência divina

O muro caiu



Há vinte anos, em 9 de novembro de 1989, os alemães orientais derrubaram o muro de Berlim. Considerado um dos maiores símbolos da Guerra Fria, o muro deixou de existir. Libertando-se de quatro décadas de totalitarismo e enterrado para sempre a experiência comunista. A queda do muro de Berlim simbolizou o desmoronamento do comunismo na Europa Central e Oriental. Esta semana toda e Alemanha e o mundo comemoraram a queda do muro. Milhares de pessoas foram para frente do portão de Brandemburgo para festejarem os vinte anos do que era considerado o muro da vergonha.

Assim como em Berlim, no inicio da criação, não havia um muro em nossa relação com Deus, porém, por decisão própria, o homem resolveu desobedecer o limite estabelecido pelo Criador. “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn. 2.16,17) “...tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu” (Gn. 3.6). A partir desse momento um muro foi erguido. Deus não desejou isso. Foi o homem que decidiu erguê-lo, e teve que sofrer as terríveis conseqüências (uma tipificação desse muro é de Berlim): Vergonha, Medo, Fuga, Expulsão e Morte “Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.” (Gn. 3.7-10) e por fim, foram expulsos da presença (jardim do Éden) de Deus (Gn. 3.23,24). Uma enorme barreira foi construída (o pecado) “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” (Rm. 3.23)

O pecado condenou para sempre toda raça humana. Contudo, Deus anunciou desde aquele momento que o pecado (o muro que nos separa e nos condena) seria resolvido quando viesse da mulher (Jesus) aquele que viria para “ferir a cabeça da serpente” (Gn. 3.15). Como cita João: “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1Jo.3.8). Com a morte de Jesus na cruz a parede que separava o homem de Deus caiu. Havia um símbolo desta separação no templo. O véu, que separava o lugar santo, onde o somente o Sumo sacerdote poderia entrar, do santo dos santos onde estava a arca e onde Deus se manifestava entre os querubins. Ele foi rasgado “Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo” (Mt. 27.51). Do alto a baixo, significa que não foi obra humana, e sim divina. O próprio Deus agiu retirando a muro que nos separava dele. O apóstolo Paulo declara: " que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões” (2Co. 5.19). Esta separação é provida pela morte de Jesus Cristo.

Numa história que foi contada por um teólogo suíço, Karl Bart. Em uma de suas pregações Karl Bart falou de um grupo de soldados japoneses que em 1965, 20 anos depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, estavam escondidos numa ilha do Pacífico e não sabiam que a guerra havia terminado. Fugiam de todo contato com as pessoas, não tinham mais armas, não queriam se render, “um japonês não se rende”, mas também não podiam vencer a guerra, então ficavam escondidos no meio do mato. A noite entravam em alguma aldeia, roubavam alguma galinha, um porco, ovos, para se alimentar, o pessoal dessas aldeias começou a descobrir que havia alguma coisa errada. Panfletos foram lançados em dialetos que eles pudessem entender, na língua japonesa, dizendo que a guerra havia terminado, mas eles não se renderam pensando que fosse um truque dos aliados, até que uma noite, um deles que foi saquear uma granja foi preso.

Então levaram-no para a aldeia e mostraram que a guerra havia terminado, que agora, essas coisas pós-guerra, Japão e Estados Unidos eram aliados, que não havia mais motivo para continuar escondido. Ele então voltou para o grupo e o grupo, que a 20 anos vivia escondido nas matas de uma ilhota do Pacífico voltou para a civilização. E como só no Japão isso acontece, eles foram recebidos como heróis.
Aí disse o teólogo Karl Bart: “povo muito estranho este vivendo numa guerra que havia terminado 20 anos antes, mas muito mais estranho é o homem que insiste em viver em guerra com Deus, mais de dois mil anos depois de Jesus Cristo ter conseguido o armistício na cruz do Calvário”.

Ainda hoje, muito mais estranha é a pessoa que insiste em viver sem paz com Deus mais de dois mil anos depois que Jesus Cristo nos ofereceu a paz na cruz do Calvário. Muito mais estranho é o homem e a mulher que vivem separados e desamparados, depois que Jesus Cristo resolveu esta questão. Não é preciso mais viver distante de Deus. Não é mais preciso viver sem ele e não é preciso mais a sensação de separação. Deus nos recebe e nos aceita como somos, na pessoa de Cristo. Sim, o muro caiu! Mas, será que para você este muro tenha caído? Sabe aquela sensação de estamos fora do lugar. Esta compreensão de que nós não estamos vivendo como deveríamos viver e no fundo qualquer pessoa, se tiver um pouco de honestidade consigo mesmo há de reconhecer que a sua vida fica abaixo do que ela poderia viver, seja honesto com você mesmo. A vida que você vive é tudo o que você poderia viver? Você se sente encontrado, ajustado, realizado no mundo? Sabe que está vivendo como Deus gostaria que você vivesse? Sente-se completo? Pode dizer, está tudo bem realmente comigo?

Você pode viver bem com Deus, você pode ter paz com Deus, você pode experimentar a certeza de que Deus o aceita, você pode ser amparado por ele, ele sofreu para que você não sofresse e se ele foi morto para que você vivesse.
Pense sobre a sua vida, sobre o que Cristo lhe oferece e sobre esta gloriosa possibilidade de viver com Deus e com Jesus Cristo. O muro já caiu, para aquele que o recebe. É a oportunidade que você tem e que você deve aceitar. Deus o abençoe.

Pr Nelmo Monteiro Pinto

APAGÃO, INCLUSIVE ESPIRITUAL


O Brasil nos últimos anos foi vitima de alguns apagões, os quais proporcionaram seriíssimos problemas a toda sociedade brasileira. No que tange ao Cristianismo, vivemos hoje um sério apagão teológico, onde os mais variados distúrbios doutrinários são observados. Unção do riso; unção do leão; unção apostólica; crentes de segunda classe; troca de anjo da guarda; arrebatamento ao 3º céu; festa dos sinais; night gospel song; sal grosso pra espantar mal olhado; maldições hereditárias; encostos; óleo ungido pra arrumar namorado; sessões do descarrego; “paiostolos”, monarcas da fé, coronéis apostólicos, música para o diabo, atos proféticos descabidos e burrificados, dentre tantas outras coisas mais, tornaram-se infelizmente marcas negativas dessa geração.


Caro leitor, as praticas litúrgicas por parte da igreja evangélica brasileira fazem-nos por um momento pensar que regressamos aos tenebrosos dias da idade média, até porque, nesses dias, como no século XVI a mercantilização da fé, bem como as manipulações religiosas por parte de pseudo-apóstolos, se mostram presentes. Confesso que não sei aonde vamos parar. Ao ler aberrações como as narradas acima, sinto-me profundamente desanimado com os rumos da igreja brasileira. Até porque, em nome de uma espiritualidade burra, oca e egoísta, centenas de “pastores” movidos pela ganância e o poder, têm corrido desenfreadamente a procura de títulos cada mais aberrativos. Infelizmente a apostolização moderna tem feito de muitos destes, pequenos reis, os quais em cerimônias nababescas são coroados como tais.

A febre do gospel, o mercantilismo podre na vida de muitos, me enojam substancialmente. Há pouco soube por intermédio de um pastor amigo, que uma famosa cantora gospel, tinha no seu staff um travesti. Aonde vamos parar? Chega! Basta! Não suporto mais o misticismo e dualismo promovido pelos gurus da batalha espiritual, não agüento mais ouvir as loucuras dos profetas da mentira, os quais escravizam o rebanho de Deus com heresias das mais hediondas, elaborando mapas, ungindo e urinando nos 04 cantos da cidade. Se não bastasse isso, profetas da modernidade tem ensinado que Caim virou Vampiro, que estão se abrindo “portais dimensionais”, que existem lobisomens, dentre outras lendas e superstições absurdas. Caro leitor e irmão em Cristo, por favor responda sinceramente: você consegue acreditar numa coisa dessas?

Pois é, estamos vivendo um forte e tenebroso apagão teológico. Que Deus tenha misericórdia do seu povo!
Pense Nisso,

Renato Vargens
Fonte: http://www.creio.com.br/2008/noticias01.asp?noticia=6613

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A MÁQUINA DE ESCREVER

A importância de cada tecla da nossa vida
Apxsar dx minha máquina dx xscrxvxr sxr um modxlo antigo, funciona bxm, com xxcxção dx uma txcla.

Há 42 txclas qux funcionam bxm, mxnos uma, x isso faz uma grandx difxrxnça.

Às vxzxs, mx parxcx qux mxu grupo x como a minha máquina dx xscrxvxr, qux nxm todos os mxmbros xstão dxsxmpxnhando suas funçõxs como dxviam, qux txm um mxmbro achando qux sua ausxncia não fará falta...

Vocx dirá: "Afinal, sou apxnas uma pxça sxm xxprxssão x, por isso, não farxi difxrxnça x falta à comunidadx."

Xntrxtanto, para uma organização podxr progrxdir xficixntxmxntx, prxcisa da participação ativa x consxcutiva dx todos os sxus intxgrantxs.

Na próxima vxz qux vocx pxnsar qux não prxcisam dx vocx, lxmbrx-sx da minha vxlha máquina dx xscrxvxr x diga a si mxsmo:


"Xu sou a pxça mais importantx do grupo x os mxus amigos prxcisam dx mxus sxrviços!"

Pronto, Agora consertei a minha máquina de escrever. Você entendeu o que eu queria te dizer??

Percebeu a sua imensa participação na vida daqueles ao seu redor...
percebeu que assim como tem pessoas que são importantes para nós, também, somos importantes para alguém.

Lembre-se de que somos parte do Universo e como tal somos uma peça que não podemos faltar no quebra-cabeça da vida.


Fonte: Portal da Família

sábado, 7 de novembro de 2009

O Manual do Fabricante

Diz o ditado popular que você pensa o que lê. Você fala o que pensa. Você é o que fala. Desse modo, só há um jeito de você não se tornar um burro merecedor de carroça. É ler o máximo possível. E ler coisa positiva, séria e produtiva. Porque se você ler porcaria não vai passar disso aí. Quem lê revista em quadrinhos, cheia de heróis ridículos que tudo podem (e nada são na realidade), vai tentar ser igual a eles e sem dúvidas ficará decepcionado. A criança e o jovem são moldados pela leitura e o exemplo dos pais e professores. Se você é um mau pai, que fuma, bebe, fala palavrões e ataca seus vizinhos, seu filho será, sem dúvidas, um fracasso na vida. Ele vai seguir o seu exemplo e cair cada vez mais. O mesmo se pode dizer com relação à mãe que dá mau exemplo à sua filha.
No Nordeste já existe uma “Escola para os Pais”, a fim de que eles aprendam como educar melhor os seus filhos. Que mentira, que lorota boa... Você só aprende a educar os seus filhos se tiver uma sólida base moral e religiosa. E essa base você só conseguirá lendo a Bíblia, que é a Palavra de Deus. Deus criou o homem e todo o universo. Só Ele conhece os defeitos e necessidades de todos nós. Se você compra um aparelho de som, TV ou Vídeo cassete vai logo procurar o manual de instruções – do fabricante. O MANUAL ESPIRITUAL DA HUMANIDADE É A BÍBLIA. Só ela conhece cada milímetro de nosso ser, físico, mental e espiritual, e só ela pode aconselhar seguramente como devemos cuidar de nosso aparelho completo.
Há 2000 anos a humanidade dá cabeçadas porque não procura ler o Manual do Fabricante. Todos os países que foram colonizados por evangélicos se tornaram ricos e poderosos. Por que? Simplesmente porque os seus fundadores costumavam ler o Manual do Fabricante e cuidar bem de si mesmos e da família. Uma família perfeita gera um estado perfeito e uma nação rica e feliz. Enquanto a Europa e os Estados Unidos se guiaram pelo Manual do Fabricante iam de bem a melhor. Então veio a Teologia Liberal, desacreditando a Bíblia, e os países ricos começaram a desmoronar. Nos Estados Unidos, o Satanismo já domina 40% da população. Resultado, segundo a escritora ex-satanista, Lauren Statford, cerca de 60 mil pessoas são sacrificadas anualmente a Satanás.
Agora leio o livro de um cristão bíblico, apresentador de rádio e TV nos Estados Unidos e ele conta casos de estarrecer. Dentre esses, o de adolescentes que se tornando fanáticos seguidores dos conjuntos Black Metal começaram a ingerir drogas, entraram em organizações satânicas e acabaram matando amigos e parentes, para agradar o príncipe das trevas. Um deles é Seem Sellers, atualmente no corredor da morte, porque matou seus pais. Além das músicas do “Heavy” e “Black Metal”, existem as revistas de pornografia, que usam bebês, crianças e adolescentes para fazer suas fotos pornográficas e as vendem aos viciados. Geralmente esses viciados em Rock, drogas e pornografia são de todas as camadas sociais e religiosas. Satanás usa uma trilogia para arrebanhar almas para o inferno: Rock, drogas e pornografia. São os ingredientes necessários para alguém entrar nas “igrejas” satânicas americanas, para depois acabar matando pessoas e se suicidando. E o país está afundado no lodaçal da imoralidade e do satanismo, simplesmente porque trocou a Bíblia pelas revistas “PlayBoy” e congêneres.
O Brasil já está se encaminhado para um abismo desse tipo. Nas bancas de jornais as revistas pornográficas são vendidas a qualquer jovem ou adulto. Em nome da liberdade de imprensa e dos direitos humanos podem-se comprar todas as mazelas morais em forma de revista. Depois esses delinqüentes vão para casa. Lêem até cair de cansaço. Então ligam a TV para ver a seção da meia-noite, onde os filmes são de terror, imorais e satânicos. Alimentam-se constantemente de lixo... Lixo... Precisamos atacar o mal pela raiz, pregando o evangelho e ajudando a comunidade. Todos gritam contra os policias de Diadema, contra os matadores do índio Pataxó, mas não procuram conhecer a raiz do problema.
Esses policiais e esses garotos incendiários sem dúvida deviam ser fanáticos por Rock pesado, pornografia, drogas, sexo e outros itens da sacola “supermarket” de Satanás.
Quem se alimenta mentalmente de pornografia, ouvindo música druida, fumando “inocentes” cigarros de maconha, sem dúvida alguma será um forte candidato a abusar de suas irmãs adolescentes e até mesmo matar seu pai, sua mãe e qualquer um que atravessar em seu caminho. Paremos para pensar, enquanto é tempo.

Mary Schultze - 24/07/1997
Escrito há 12 anos, mas ainda atual

Homem gastou 3.500 libras para se parecer com e diabo


Um excêntrico que gastou 3.500 libras (cerca de quatro mil euros) para se parecer com o diabo foi, nesta sexta-feira (17), proibido de circular pelas ruas inglesas à noite.

Gavin Paslow, de 39 anos, tem feito algumas cirurgias para se assemelhar fisicamente com Belzebu: tem os dentes afiados, barba bicuda (que raspou para ir a um tribunal), língua bifurcada, implantes na testa que parecem dois chifres e usa lentes de contato verdes (do gênero dos répteis). Mas a transformação só estará completa quando colocar implantes ósseos na espinha desde a cabeça até às costas e tiver uma cauda verdadeira.

Este amante de heavy metal tem 29 tatuagens temáticas e 11 piercings e diz que vê o corpo como “um trabalho em progresso”. Recusa que esteja a passar por uma crise de idade, salientando que “não existe nada de errado” com ele e que é “quase humano”.

Separado e pai de duas filhas (com três e 15 anos), Gavin foi acusado de fraudes fiscais. Quando se apresentou no tribunal com este aspecto e sob o nome Diablo Delenfer, os juízes determinaram que passaria a ter recolher obrigatório e não poderia perambular pelas ruas durante a noite.

Fonte: http://conteudo.arcauniversal.com/2009/07/21/homem-gastou-3500-libras-em-cirurgias-para-parecer-com-o-diabo/

Para reconhecer mentiras Se você acredita que quem tenta enganar alguém sua frio e evita o olhar do interlocutor, surpreenda-se

por Marc-André Reinhard
© roberto a sanchez/istockphoto

Como podemos perceber se estamos sendo enganados? Existem sinais claros que indicam uma mentira, algo que possa ser comparado à tão conhecida metáfora ao nariz do Pinóquio que se tornava cada vez maior quando ele ocultava a verdade? Infelizmente não. Durante muito tempo as pessoas acreditaram que podiam identificar um mentiroso por comportamentos ou sinais corporais – como coçar a cabeça com frequência; movimentar-se de forma agitada ou ficar com as faces coradas. No entanto, um grupo de pesquisadores coordenado pela psicóloga Bella M. DePaulo, da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, Estados Unidos, garante que normalmente não é isso que acontece. Em 2003 ela já havia reunido e analisado resultados de 120 estudos sobre os sintomas físicos que acompanham mentiras. Conclusão: os estereótipos raramente são verdadeiros; em geral, mentirosos não escorregam nervosos na cadeira, nem evitam o contato visual de seu interlocutor.

Na verdade, para a maioria das pessoas é realmente muito difícil discernir se uma declaração é verdadeira ou falsa. Foi a essa conclusão a que chegaram Bella e seu colega Charles F. Bond, da Universidade Cristã do Texas, em 2006, em, outro estudo sobre o tema. Para tanto, os dois pesquisadores resumiram os resultados de 206 estudos sobre a cota de acertos em julgamentos sobre credibilidade. No total, apenas 54 desses julgamentos sobre a veracidade ou não de uma declaração estavam corretos, um valor estatisticamente pouco significativo – que talvez pudesse ter sido atingido também por meio de pura adivinhação. Mas convém levar em conta que, na média, os sujeitos reconheceram mais frequentemente afirmações verdadeiras do que mentiras. No entanto, há estratégias com as quais as enganações podem ser descobertas com alguma margem de segurança.

Tomando por base os estudos levantados por Bond e Bella, pesquisadores da mesma equipe compararam diversos canais sensoriais. Ao analisar os resultados dos exames, os estudiosos chegaram à conclusão de que sinais acústicos ajudam mais a reconhecer engodos que visuais: nos experimentos, os sujeitos podiam diferenciar de forma mais nítida as mentiras quando ouviam a declaração duvidosa com atenção, em vez de observar o falante, à procura de sinais reveladores.

Marc-André Reinhard é doutor em psicologia social e pesquisador da Universidade de Mannheim, na Alemanha.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/para_reconhecer_mentiras.html

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O que a Igreja ensina e os Tele-evangelistas negam

Inúmeros pastores têm compartilhado as suas preocupações com os ensinamentos ministrados por alguns dos tele-evangelistas. Há pouco, um pastor amigo me disse: “A gente dá um duro absurdo ensinando aos membros de nossas igrejas a sã doutrina para que esses lobos vorazes desconstruam tudo que ministramos, através de seus programas televisivos.”
Isto posto, afirmo sem a menor sombra de dúvidas que aquilo que a igreja ensina, os tele-evangelistas negam, senão vejamos:
1º - A igreja ensina que em Cristo o escrito de dívida que constava contra nós foi cancelado; já os tele-evangelistas ensinam que os crentes precisam se libertar das maldições hereditárias.
2º - A Igreja ensina que Jesus é o Senhor; os tele-evangelistas que Deus é o gênio da lâmpada mágica.
3º - A igreja ensina que as Escrituras nos bastam; já os tele-evangelistas de que o mais importante são as experiências.
4º - A igreja ensina que devemos orar segundo a vontade de Deus; os tele-evangelistas que devemos decretar a bênção.
5º - A igreja ensina que aqueles que buscam o reino de Deus, todas as coisas lhes serão acrescentadas; os tele-evangelistas de que em Cristo seremos ricos.
6º - A igreja ensina que Jesus Cristo é Deus; os tele-evangelistas de que ele é fonte de vitória.
7º - A igreja ensina sobre a trindade; os tele-evangelistas o unitarismo.
8 º - A igreja ensina sobre a mordomia cristã; os tele-evangelistas de como extorquir dinheiro do povo.
9º - A igreja ensina sobre um Deus soberano que governa sobre todas as coisas; os tele-evangelistas de que Deus pode ser surpreendido por catástrofes e tragédias.
10º - A igreja ensina que os nossos cultos devem ser cristocêntricos; os tele-evangelistas de que devem ser antropocêntricos.
11 º A igreja ensina que adorar a Deus é humilhar-se pedindo perdão pelos pecados; os tele-evangelistas de que adorar é saltar de alegria nos famigerados shows gospel.
12º - A igreja ensina de que não devemos perder tempo com o diabo; os tele-evangelistas de que devemos entrevistá-los.
13º - A igreja ensina a simplicidade do evangelho; os tele-evangelistas a zooteologia, onde cães, leões, águias e outros bichos mais se fazem presentes nas manifestações de louvor a Deus.
14º - A igreja ensina que os ritos sacrificiais e as festas judaicas foram abolidos definitivamente por Cristo na cruz do calvário; Os tele-evangelistas judaizaram a fé.
15º - A igreja ensina que o maligno não nos toca; os tele-evangelistas de que basta dar legalidade que o diabo faz um inferno na vida do crente.
16º - A igreja ensina sobre discipulado; os tele-evangelistas sobre coronelismo e cobertura espiritual.
17º - A igreja ensina que avivamento se faz presente através do choro e arrependimento; os tele-evangelistas que avivamento é barulho.
18º - A igreja ensina o perdão, os tele-evangelistas o ódio.
Pois é cara pálida, dias difíceis os nossos! Que Deus tenha misericórdia da sua grei!
Pense nisso!
Renato Vargens [via Solomon]

Fonte: http://pavablog.blogspot.com/

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Os ateus vivem mal com seu “nada” e por isso agridem a fé?

Na apresentação do seu último livro, José Saramago declarou que a Bíblia era um “manual de maus costumes” e um “catálogo de crueldades”, e que Deus não era “de fiar”, por ser “vingativo, rancoroso e má pessoa”.

Nos dias seguintes, católicos e não só acusaram-no de provocação gratuita e de ignorância, por estar a fazer uma leitura literal do texto bíblico.

De facto, a Sagrada Escritura não pode ser lida como uma narrativa textual e objectiva, e muito menos o pode ser, sob pena de anacronismo, com os nossos olhos de hoje. A Bíblia está repleta de alegorias, metáforas, simbolismos, mitos, lendas e profecias, requerendo uma exegese que saiba extrair, de cada história ali contida, o seu significado moral. No episódio de Caim e Abel, o excerto do «Génesis» que inspirou o livro de Saramago, o texto expõe o leitor a uma morte, idêntica a outras, sacrificiais, presentes no Antigo Testamento; mas a interpretação supra-literal deve remeter-nos para a escolha humana entre o Bem e o Mal e, portanto, para a condenação da violência.

A meu ver, contudo, o cerne da polémica não é este. Saramago sabe perfeitamente, porque é escritor e criador de imagens, que não faz sentido, do ponto de vista discursivo, depreciar a Bíblia como ele o fez – ou então estaríamos condenados a censurar grande parte da literatura profana ocidental. Sabe também (e tem dificuldade em admiti-lo) que, além das histórias de violência e opressão, a Bíblia fala sobretudo das vítimas, dos pobres e marginalizados, para lhes oferecer consolo e esperança – muito antes de Karl Marx ter reparado neles. Sabe, finalmente, que o que disse, em si mesmo, é de um simplismo confrangedor: achar que porque Caim matou Abel toda a Bíblia está cheia de crueldades é tão superficial e redutor como afirmar que porque Stalin matou milhões todos os comunistas são potenciais assassinos!

O problema de Saramago não é com a Bíblia – é com a simples existência da religião. Desde que Robespierre decidiu descristianizar o mundo, os “iluminados” da modernidade e os órfãos dos “deuses” menores, terrenos e bem violentos, não convivem bem com a crença alheia. O racionalismo cientista e materialista não concebe que haja seres humanos que acreditam no que a ciência não comprova existir.

José Saramago revelou, no fundo, incomodo, sectarismo e intolerância em relação ao fenómeno religioso.

Ninguém lhe contesta o direito de escrever e muito menos o de ser ateu; nem se lhe pede que aceite ou compreenda a Fé dos outros. Pede-se, apenas, com a autoridade e a responsabilidade públicas de ser Prémio Nobel como ele é, que a respeite, porque é essa a medida da tolerância e da civilização.

A atitude de Saramago é um sinal dos tempos: os cristãos vivem bem com a sua crença; são os ateus é que parecem (con) viver mal com a religião. Deve ser por isso que, não acreditando em Deus, Saramago não cessa de falar d’ Ele. Ora, havendo espaço para a crença e para o ateísmo, cada um deve escolher o seu caminho, sem revelar a alma intranquila de quem, invocando o direito à diferença, afinal insulta o diferente como bárbaro e vicioso.

José Miguel Sardica
Professor da Universidade Católica Portuguesa

Fonte: http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/3672-os-ateus-vivem-mal-com-seu-nada-e-por-isso-agridem-a-fe

A Virgindade de Maria e a Incoerência Católica

Diz o Catecismo da Igreja Católica:


“O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem” (C.I.C., item 499, página 141).


Diz a Bíblia:


“José, ao despertar do sono, agiu conforme o Anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu em casa sua mulher. Mas não a conheceu até o dia em que ela deu à luz um filho. E ele o chamou com o nome de Jesus” (Mateus 1.24).

Comentário da Bíblia de Jerusalém, Paulus Editora, com a chancela datada de 01.11.1980, de Paulo Evaristo Arns, Arcebispo Metropolitano de São Paulo:

“O texto não considera o período ulterior [posterior] e por si não afirma a virgindade perpétua de Maria, mas o resto do Evangelho, bem como a tradição da Igreja, a supõem”. Isto é, a Bíblia, aqui, só afirma a virgindade de Maria até o nascimento de Jesus.

Comentário do Monsenhor José Alberto L. de Castro Filho, na Bíblia Sagrada, foto acima, aprovada pela igreja romana, edição ecumênica, BARSA, 1977, tradução do Padre Antonio Pereira de Figueiredo, com notas do referido monsenhor, bispo auxiliar do Rio de Janeiro:

“Enquanto (ou até que): esta palavra portuguesa traduz o latim donec e o grego heos ou, que por sua vez estão calcados sobre a expressão hebraica ad ki que se refere ao tempo anterior [grifo meu] a esse limite sem nada dizer do tempo posterior, cf. Gn 8.7; Sl 109.1; Mt 12.20; 1 Tm 4.13. A tradução exata seria: “sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz...”, pois a nossa expressão “sem que” tem o mesmo valor”.

Não poderia ser diferente a interpretação. Até o nascimento do primogênito, José não conheceu Maria, isto é, não teve relações sexuais com ela. O evangelho de Mateus foi escrito cerca de 60 antes depois de Cristo. O mais provável é que o evangelista conhecia a vida do casal José Maria, após o nascimento do primogênito. Poderia ter afirmado que o casal não teve outros filhos, e, inspirado pelo Espírito Santo, concluir que Maria permaneceu virgem até a morte. Não o fez.

Como vimos nas declarações do Catecismo, a doutrina da “sempre virgem” é uma confissão da Igreja Católica, uma dedução por sua conta e risco. Isto é corroborado pelo comentário da Bíblia Católica, ao dizer que “a tradição supõe”, isto é, trata-se de uma hipótese.

Sei que o contexto se faz necessário, mas não se encontra contexto favorável à doutrina da “sempre virgem”. Mais adiante, o mesmo evangelista arrematou:


“Não é ele [Jesus] o filho do carpinteiro? Não se chama a mãe dele Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem todas entre nós” (Mateus 13.55-56 – Bíblia de Jerusalém).


Todos os parentes naquela época eram chamados de irmãos, replicam alguns. Mais uma vez respondo com a palavra das citadas “Bíblias Católicas”, em que um parente é chamado de “primo”:


“Saúdam-vos Aristarco, meu companheiro de prisão, e Marcos, primo de Barnabé...” (Colossenses 4.10). Esta carta paulina foi escrita cerca de 62 anos d.C., na mesma época em que Mateus escreveu seu evangelho.

Pr. Airton Evangelista da Costa

www.palavradaverdade.com