sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Decepcionados com a Igreja

Por Mauricio Zágari


Muitos são os cristãos abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos.

A Igreja Evangélica brasileira está cansada. E é um cansaço que vem provocando mudanças fortes de paradigmas com relação aos modelos eclesiásticos tradicionais. Ele afeta milhões de pessoas que se cansaram de promessas que não se cumprem, práticas bizarras impostas de cima para baixo, estruturas hierárquicas que julgam imperfeitas ou do mau exemplo e do desamor de líderes ou outros membros de suas congregações. Dessa exaustão brotou um movimento que a cada dia se torna maior e mais visível: o de cristãos que abandonam o convívio das igrejas locais e decidem exercer sua religiosidade em modelos alternativos – ou, então, simplesmente rejeitam qualquer estrutura congregacional e passam a viver um relacionamento solitário com Deus. O termo ainda não existe no vernáculo, mas eles bem que poderiam ser chamados de desigrejados.

No cerne desse fenômeno está um sentimento-chave: decepção. Em geral, aqueles que abandonam os formatos tradicionais ou que se exilam da convivência eclesiástica tomam tal decisão movidos por um sentimento de decepção com algo ou alguém. Muitos se protegem atrás da segurança dos computadores, em relacionamentos virtuais com sacerdotes, conselheiros ou simples irmãos na fé que se tornam companheiros de jornada. Há ainda os que se decepcionam com o modelo institucional e o abandonam não por razões pessoais, mas ideológicas. Outros fogem de estruturas hierárquicas que promovam a submissão a autoridades e buscam relações descentralizadas, realizando cultos em casa ou em espaços alternativos.

A percepção de que as decepções estão no coração do problema levou o professor e pastor Paulo Romeiro a escrever Decepcionados com a graça (Mundo Cristão), livro onde avalia algumas causas desse êxodo. Embora tenha usado como objeto de estudo uma denominação específica – a Igreja Internacional da Graça de Deus –, a avaliação abrange um momento delicado de todo o segmento evangélico. Para ele, o epicentro está na forma de agir das igrejas, sobretudo as neopentecostais. “A linguagem dessas igrejas é dirigida pelo marketing, que sabe que cliente satisfeito volta. Por isso, muitas estão regendo suas práticas pelo mercado e buscam satisfazer o cliente”. Romeiro, que é docente de pós-graduação no Programa de Ciências da Religião da Universidade Mackenzie e pastor da Igreja Cristã da Trindade, em São Paulo, observa que essas igrejas não apresentam projetos de longo prazo. “Não se trata da morte, não se fala em escatologia; o negócio é aqui e agora, é o imediatismo”.  Segundo o estudioso, a membresia dessas comunidades é, em grande parte, formada por gente desesperada, que busca ajuda rápida para situações urgentes – uma doença, o desemprego, o filho drogado. “O problema é que essa busca gera uma multidão de desiludidos, pessoas que fizeram o sacrifício proposto pela igreja mas viram que nada do prometido lhes aconteceu.”

Se a mentalidade de clientela provocou um efeito colateral severo, a ética de mercado faz com que os fiéis passem a rejeitar vínculos fortes com uma única igreja local, como aponta tese acadêmica elaborada por Ricardo Bitun. Pastor da Igreja Manaim e doutor em sociologia, ele usa um termo para designar esse tipo de religioso: é o mochileiro da fé. “Percebemos pelas nossas pesquisas que muitas igrejas possuem um corpo de fiéis flutuantes. Eles estão sempre de passagem; são errantes, andam de um lugar para outro em busca das melhores opções”, explica. Essa multiplicação das ofertas religiosas teria provocado um esvaziamento do senso de pertencimento, com a formação de laços cada vez mais temporários e frágeis – ao contrário do que normalmente ocorria até um passado recente, quando era comum que as famílias permanecessem ligadas a uma instituição religiosa por gerações.

Para Bitun, a origem desse comportamento é a falta de um compromisso mútuo, tanto do fiel para com a denominação e seus credos quanto dessa denominação para com o fiel. O descompromisso nas relações, um traço de nosso tempo, impede que raízes de compromisso – não só com a igreja, mas também em relação a Deus – sejam firmadas. “Enquanto está numa determinada igreja, o indivíduo atua intensamente; porém, não tendo mais nada que lhes interesse ali, rapidamente se desloca para outra, sem qualquer constrangimento, em busca de uma nova aventura da fé”, constata.

Modelo desgastado – O desprestígio do modelo tradicional de igreja, aquele onde há uma liderança com legitimidade espiritual perante os membros, numa relação hierárquica, já não satisfaz uma parcela cada vez maior de crentes. “As decepções ocorrem tanto por causa de líderes quanto de outros crentes”, aponta o pastor Valdemar Figueiredo Filho, da Igreja Batista Central em Niterói (RJ). Para ele, um fator-chave que provoca a multiplicação dos desigrejados é a frustração em relação a práticas e doutrinas. “Nesses casos, geralmentequem se decepciona é quem se envolve muito, quem participa ativamente da vida em igreja”. Com formação sociológica, o religioso diz que o fenômeno não se restringe à esfera religiosa, já que todo tipo de tradição tem sido questionada pela sociedade. “Há uma tendência ampla de se confrontar as instituições de modo geral”, diz Valdemar, que é autor do livro Liturgia da espiritualidade popular evangélica (Publit).

O jovem Pércio Faria Rios, de 18 anos, parece sintetizar esse tipo de sentimento em sua fala. Criado numa igreja tradicional – ele é descendente de uma linhagem de crentes batistas –, Pércio hoje só freqüenta cultos esporadicamente. “Sinto-me muito melhor do lado de fora”, admite. “Estou cansado da igreja e da religião”. A exemplo da maioria das pessoas que pensam como ele, o rapaz não abriu mão da fé em Jesus – apenas não quer estar ligado ao que chama de “igreja com i minúsculo”, a institucional, que considera morta. “Reconheço o senhorio de Cristo sobre a minha vida e sou dependente da sua graça”, afirma. E qual seria a Igreja com i maiúsculo, em sua opinião? “O Corpo de Cristo, que continua viva, e bem viva, no coração de cada cristão.”

Boa parte dos desigrejados  encontra no território livre da internet o espaço ideal para exposição de seus pontos de vista. É o caso de uma mulher de 42 anos que vive em Cotia (SP) e assina suas mensagens e posts com o inusitado pseudônimo de Loba Muito Cruel. À reportagem de CRISTIANISMO HOJE, ela garante que é uma ovelha de Jesus, mas conta que durante muito tempo foi incompreendida e rejeitada pela igreja. “Desde os nove anos, estive dentro de uma denominação cheia de dogmas e regras rígidas, acusadora e extremamente castradora”. Na juventude, afastou-se do Evangelho, mas o pior, diz ela, veio depois. “Retornei ao convívio dos irmãos tatuada e cheia de vícios, e ao invés de ser acolhida, não senti receptividade alguma por parte da igreja, o que acabou me afastando mais ainda dela. Percebi o quanto os crentes discriminam as pessoas”, queixa-se.

Loba conta que, a partir dali, começou uma peregrinação por várias igrejas. Não sentiu-se bem em nenhuma. “Percebi que nenhum dos líderes vivia o que pregava. Isso foi um balde de água fria na minha fé”, relata. Hoje, ela prefere uma expressão de fé mais informal, e considera possível tanto a vida cristã como o engajamento no Reino de Deus fora da igreja – “Desde que haja comunhão com outros irmãos de fé, que se reúnam em oração e para compartilhar a Palavra, evangelizar e atuar na comunidade”, enumera.

Igreja virtual – Gente comoPércio e Loba compartilham algo em comum, além da busca por uma espiritualidade em moldes heterodoxos: são ativos no ambiente virtual, seja por meio de blogs ou através de ferramentas como o twitter e outras redes sociais. É cada vez maior a afluência de pessoas das mais diversas origens denominacionais à internet, em busca de comunhão, instrução e edificação. O pastor Leonardo Gonçalves lidera a Iglesia Bautista Misionera em Piura, no Peru. Mestre em teologia, edita o blog Púlpito cristão. “Quando comecei esse trabalho, passei a conhecer muitas pessoas que estavam insatisfeitas com os rumos que o evangelicalismo brasileiro estava tomando”, revela. “Neste processo, alguns começaram a ver o blog como uma alternativa à Igreja, ou até mesmo como uma igreja virtual”. Leonardo lida com esse tipo de público diariamente no blog. “Geralmente, são pessoas extremamente ressentidas. Consideram-se vítimas de líderes abusivos e autoritários e relatam que tiveram sua autonomia violada e a identidade quase banida em nome de uma mentalidade de rebanho que não refletia os ideais de Cristo.”
Outro que considera natural essa migração em busca de uma comunhão cristã que prescinde da igreja tradicional é o marqueteiro e teólogo presbiteriano Danilo Fernandes, editor do blog e da newsletter Genizah Virtual. Voltado à apologética, seu trabalho tem causado polêmicas e enfrentado resistências, inclusive de líderes eclesiásticos. “Pessoas cansadas de suas igrejas estão buscando pregadores com boas palavras, o que as leva à internet”. Para ele, buscar comunhão virtual em chats e outras mídias sociais é uma tendência. “A massa está desconfiada por traumas do passado; é gente machucada, marcada, ferida, gente que viu seus ídolos caírem”, conclui. Ele mesmo tem atendido diversas pessoas que o procuram para desabafar ou pedir conselhos.

Um resultado dessa busca por comunhão no ambiente virtual é o surgimento de grupos como o Clube das Mulheres Autênticas (CMA). Nascido de uma brincadeira entre mulheres cristãs que se conhecem apenas virtualmente, o grupo tem como lema “Liberdade de ser quem realmente se é”. A bacharel em direito Roberta Oliveira Lima, de 31 anos, é uma das integrantes. Ex-membro da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), ela afastou-se de muitas das práticas ensinadas no modelo congregacional e se diz em busca de uma igreja “sem excessos”. Ela se define como “uma pessoa desigrejada, mas não desviada dos princípios do Evangelho”. Segundo Roberta, o CMA supre carências que a igreja local já não preenchia mais. “Nosso espaço tem sido um local de refúgio, acolhimento e alegrias”, relata.
Ela garante que, até o momento, o grupo não sentiu falta de uma figura sacerdotal. “Aquilo que nos propomos a buscar não requer tal figura”, alega. “Pelo contrário, temos entre nós alguns feridos da religião e abusados por figuras sacerdotais clássicas. O nosso objetivo maior é compartilhar a vida e o Evangelho que permeia todos os centímetros de nossa existência”, descreve, ressaltando que, para isso, não é necessário adotar uma postura proselitista. “Mas nosso objetivo jamais será o de substituir a igreja local”, enfatiza.

“Galho seco” – “Falta de acolhimento pela comunidade, o desgaste provocado pelo estilo centralizador e carismático de liderança e frustração com as ênfases doutrinárias contribuem para esse fenômeno”, concorda o pastor Alderi Matos, professor de teologia histórica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper, em São Paulo. Mas ele destaca outro fator que empurra as pessoas pela porta de saída dos templos: “É quando uma igreja e seus líderes se envolvem em escândalos morais e outros”.
A paraibana C., de 37 anos, é um exemplo de gente que fez esse penoso percurso. Ela relata uma história de abusos e falta de princípios bíblicos na congregação presbiteriana de que foi membro por mais de quinze anos, culminando com um caso de violência doméstica de que foi vítima – sendo que o agressor, seu marido, era pastor. “Havia perdido completamente a alegria de viver, ao me deparar com uma realidade bem distante daquela que o Evangelho propõe como projeto para a vida”. C. fala que conviveu em um ambiente religioso adoecido pela ausência do amor de Cristo entre as pessoas: “Contendas sem fim, maledicência impiedosa e muitos litígios entre pessoas que se diziam irmãs”.

Este ano, C. pediu o divórcio do marido e tem frequentado um grupo alternativo de cristãos. “Rompi com a religião. Hoje, liberta disso, tudo o que eu desejo é Jesus, é viver em leveza e simplicidade a alegria das boas novas do Evangelho”. Ela explica que, nesse grupo, encontrou pessoas que vivenciaram experiências igualmente traumáticas com a religião e chegaram com muitas dores de alma, precisando ser acolhidas e amadas. “Temos nos ajudado e temos sido restaurados pouco a pouco. No âmbito do grupo, um ambiente de confiança foi formado, de modo que compartilhar é algo que acontece naturalmente e com segurança.”
“As pessoas anseiam por ver integridade na liderança. Quando o discurso não casa com a prática, o indivíduo reconhece a hipocrisia e se afasta”, avalia o bispo primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida (ICNV), Walter McAlister. Para ele, se os modelos falidos de igrejas que não buscam o senso de comunhão e discipulado – como os que denuncia em seu livro O fim de uma era (Anno Domini) não mudarem, o êxodo dos decepcionados vai aumentar. Apesar de compreender os motivos que levam as pessoas a abandonarem a experiência congregacional, o bispo é enfático: “Nossa identidade cristã depende da coletividade e, portanto, de um compromisso com uma família de fé. Sem isso, a pessoa não cresce nas virtudes cristãs e deixa de viver verdadeiramente a sua fé. Como um galho solto, seca e morre”.
“O fenômeno dos desigrejados é péssimo. Somos um corpo, nunca vi orelhas andando sozinhas por ai”, diz Paulo Romeiro. O pastor Alderi, que também é historiador, recorre à tradição cristã para defender a importância da igreja na vida cristã. “Da maneira como a fé cristã é descrita no Novo Testamento, ela apresenta uma feição essencialmente coletiva, comunitária. A lealdade denominacional é importante para os indivíduos e para as igrejas. Quem não tem laços firmes com um grupo de irmãos provavelmente também terá a mesma dificuldade em relação a Deus”, sentencia.

Sinais do Reino – Dentro dessa linha de pensamento, é possível até mesmo encontrar quem fez uma jornada às avessas, ou seja, da informalidade religiosa para o pertencimento denominacional. Responsável pelo blog Lion of Zion, Marco Antonio da Silva, de 31 anos, é membro da Comunidade da Aliança, ligada à Igreja Presbiteriana do Brasil, em Recife (PE). Ele afirma que redescobriu sua fé na igreja institucional. “Para alguns militantes virtuais mais radicais, isso seria uma heresia, mas tenho uma família com necessidades que uma igreja local pode suprir – e a congregação da qual faço parte supre essa lacuna muito bem”, afirma.
“Existe desgaste, autoritarismo e inoperância em todos os lugares onde o homem está”, reconhece o pastor e missionário Nelson Bomilcar. Ele prepara um livro sobre o tema, baseado nas próprias observações do segmento evangélico a partir de suas andanças pelo país. “Podemos ficar cansados e desencorajados, mas temos que perseverar e continuar amando e servindo a Igreja pela qual Jesus morreu e ressuscitou”. Como músico e integrante do Instituto Ser Adorador, Bomilcar constantemente percorre congregações das mais variadas confissões denominacionais – além de ser ligado a seis igrejas locais, ele congrega na Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo. “Continuo acreditando na Igreja do Senhor. Estou na Igreja porque fui colocado nela pelo Espírito Santo. É possível viver o Evangelho na comunidade, apesar de todas as suas ambiguidades, para balizarmos aqui e ali sinais do Reino de Deus. Tenho sido testemunha disso”.


Fonte: cristianismohoje.com.br

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A REALIDADEB DA FAMILIA BRASILEIRA

As atitudes dos brasileiros mudaram radicalmente nos últimos 10 anos
Se por um lado, a realidade da família brasileira está longe de ser um “liberou geral”, a pesquisa Datafolha, realizada em 2007, apresenta sinais claros dessa alteração.   Neste artigo queremos demonstrar alguns desses sinais contraditórios e antagônicos, de uma sociedade de amores-líquidos, influenciada pelo relativismo moral, presente na mentalidade “big brother” e noutros realities shows bem como afetada pela erosão dos valores morais, presente nos relacionamentos superficiais e digitais, com perigosos sinais de enfraquecimento da família como um todo.
Os sinais de liberalização e flexibilização dos valores morais dentro da família brasileira ficam bem evidentes quando entra na pauta da pesquisa a questão da homossexualidade. Observe a pergunta feita aos brasileiros: "Se você soubesse que um filho homem está namorando um homem, você consideraria um problema muito grave, mais ou menos grave, pouco grave ou não consideraria um problema?"
Na pesquisa de 1998, 77% dos entrevistados achavam que essa situação era "muito grave". Apenas nove anos depois, o índice caiu 20 pontos percentuais e atingiu 57%, ou seja, um pouco mais da metade dos brasileiros vêem como sendo “muito grave” um filho homem namorar outro homem. Se a situação envolvesse uma filha, a tolerância continua praticamente igual: 55% acha "muito grave" a filha namorar outra garota.
Ainda quanto à sexualidade, o limite da “casa dos pais” foi invadido pelo namoro “feito em casa”. Ao invés de voltar pra casa à noite ou no fim-de-semana, os parceiros (as) acabam dormindo na casa dos namorados (as), dividindo o quarto, a cama e o corpo. Os motivos mais usados para justificar tal comportamento são a segurança diante da violência da noite urbana, como também o fato da família encarar o sexo entre os jovens com mais naturalidade.
Quando questões como estilos de vida alternativos (como a homossexualidade) e a vida a dois fora do casamento são encaradas com naturalidade, seus políticos e juízes, pressionados ou motivados pelas pesquisas e opinião pública, tentam aprovar leis que favoreçam a escolha ou liberdade individual. Entretanto, a legislação de um país deve sempre lidar com o fato de que as escolhas das pessoas têm conseqüências para toda a sociedade. Assim, devemos buscar um sensato equilíbrio entre os limites individuais perguntando o seguinte: como determinada situação servirá ao bem da sociedade como um todo?
Se por um lado, os pais e mães de todas as classes sociais em 2007 estão bem mais permissivos e abertos que em 1998, a atitude hipócrita da sociedade brasileira, da preocupação com o-que-os-outros-irão-pensar ainda permanece firme. Muitos pais continuam não concordando que os seus filhos transem dentro de suas casas, mas longe do lar a atitude é diferente. Eles têm que aproveitar a vida! Talvez a principal causa dessa repulsa, que não permite que os filhos durmam com seus parceiros na casa dos pais, é a constante troca de parceiros, cada dia “ficando” com um. Como a virgindade se tornou motivo de gozação entre os colegas, os jovens acabam por colecionar relações superficiais, leves e passageiras, banalizando assim o ato sexual, ato-objeto em tempos líquidos. Essa “auto-afirmação” por parte da juventude encontra principal apoio no incentivo ou passividade dos papais e mamães, desde que obviamente, não seja feito lá em casa.
No outro lado do espectro da liberalização, encontramos uma visão retrógrada que serve pra alertar-nos diante da incoerência dos valores sociais da atualidade. De acordo com os dados da pesquisa Datafolha, 33% dos entrevistados acham que as mulheres devem deixar de trabalhar fora para cuidar dos filhos e 49% dos brasileiros aceitam que a mulher trabalhe se for realmente necessário para o orçamento familiar. Contudo, entre os que cursam o ensino superior, o índice dos que defendem que a mulher deve abrir mão do trabalho pelos filhos é de 19%. Vale a pena lembrar que no Brasil, 29,2% dos lares são chefiados por mulheres!
Se por uma lado há uma grande liberdade quanto à da sexualidade, com relação às drogas ocorre justamente o oposto. Em evidência na mídia, a discussão sobre a descriminalização da maconha ganha, dentro da família brasileira uma grande aliada. A consulta Datafolha apontou que as famílias consideram "muito grave" o filho ou a filha fumar maconha. No caso de filhos homens, o percentual é de 72%. No caso de filhas, 78%. Fumar maconha ainda é considerado moralmente errado por 85% das pessoas e só está abaixo da porcentagem daqueles que são contrários à prática o aborto (87%).
Sabe-se que mídia tem um poder incrível sobre a população brasileira. As sensuais novelas e seriados, o sensacionalismo popular dos programas de auditório e a mentalidade ocidental “Big Brotheriana” - entre muitos outros “realities shows”- fertilizam a mente e relacionamentos, expandindo o poder de uma cultura cada vez mais brutal, sensual, animalesca e enamorada de seqüestros, assassinatos e violência. A restauração da ordem social e moral de uma civilização – torná-la mais humana, civil, responsável e justa – não é uma tarefa simples. Cabe à igreja conscientizar-se de sua função como sal que salpica / espalha (?) os valores do Reino, luz que brilha a presença de Cristo, grão de mostarda que frutifica justiça/retidão e fermento que move a massa.
Valores quebrados e indecisão - seus valores e tendências
“Os grandes valores quase sempre são compreendidos tardiamente” F. Nietzsche
Embora este filósofo alemão fosse ateu, sua confissão resume o pensamento que descobrimos ao longo da nossa vida: os valores mais importantes, por vezes, são esquecidos ou descartados. Alguns são descobertos somente depois de muitas lutas, sofrimentos e transformações.
Nesta segunda parte das pesquisas realizadas pelo Data-Folha nos últimos 10 anos, queremos trazer luz a valores - a importância e sentido da família, a instituição do casamento, a prioridade do trabalho, a preocupação com o dinheiro, a necessidade da religião para famílias e jovens e até o uso da maconha - que afetam a vida de pais e filhos, maridos e esposas em suas dinâmicas e lutas familiares.
Comecemos com a maconha. Apesar da sociedade brasileira ter-se aberto a discussões polêmicas como a sua legalização, os últimos anos não produziram nenhuma mudança significativa quanto a sua aceitação. Fumar maconha ainda é considerado moralmente errado por 85% das pessoas. Este número só fica atrás do aborto, cuja prática é recriminada por 87% da população brasileira. O interessante é notar que nas classes mais altas (entre os que ganham mais de 20 salários mínimos), o índice daqueles que consideram fumar maconha como algo muito grave cai para 50%. Aqueles que têm um maior grau de estudo e mais dinheiro, tragicamente, são os que menos recriminam a maconha e outras drogas. O filme brasileiro “Tropa de Elite” e outros sucessos de bilheteria internacional como “Crash” mostram em detalhes a ingenuidade, receptividade, sedução e sofrimento dos jovens da classe média alta que, em busca do prazer (hedonismo) e procurando novas experiências lamentavelmente tornam-se viciados.
Como destaque, o Data-Folha, interessantemente, revela que o brasileiro está tratando alguns temas da vida em sociedade com maior zelo do que fazia em 1998, quando por ocasião da primeira pesquisa sobre a família. Na época, a instituição família era considerada “muito importante” para 61% da população. Já em 2007, esse percentual aumentou para 69%. Entre as famílias de classe média com renda entre 10 e 20 salários mínimos, esse índice é de incríveis 81%! Será que esse número apenas reflete a insegurança, as lutas e preocupações de milhões de pessoas estressadas, insatisfeitas e sobrecarregadas pelas lutas e crises familiares? Ou será que o aumento do número de cristãos, com seus inúmeros cursos, palestras e conferências para casais está realmente gerando maior consciência social para com a função central da família para a saúde da sociedade brasileira? Outro valor de peso é o estudo. De acordo com a pesquisa, aqueles que consideram o estudo muito importante subiu 4 pontos percentuais, saltando de 61% em 1998, para 65% em 2007. Essa investigação demonstra uma maior preocupação da família brasileira com a educação e o desenvolvimento escolar dos seus filhos.
Atualmente, 58% da população vêem o trabalho como “muito importante”, um índice assustadoramente maior que 1998, quando apenas 38% viam o trabalho dessa forma. No quesito dos que consideram o lazer como “muito importante” o índice caiu de 38% para 32% nesses anos. Entre os que têm ensino superior, esse índice subiu para 41%. Sabemos que, depois de Deus criar o mundo, ele descansou no sétimo dia (Gênesis 2:2), não porque estivesse “cansado” e precisasse relaxar, mas para dar um modelo, estabelecer uma regra de conduta para o ser humano. Novamente esta regra é reforçada no sétimo mandamento e mantida pela igreja cristã no Novo Testamento com princípio de vida: um dia de repouso, oração, descanso, adoração. Isso não parece ser uma grande preocupação para a família brasileira.
Entretanto, um valor que pouco foi alterado neste período que compreendeu as duas pesquisas (1998-2007) foi o casamento. Apenas 31% da população brasileira considera o casamento “muito importante” e outros 41% consideram essa instituição apenas “importante”. A paralisação nos números mostra a realidade cada vez mais presente: o casamento está perdendo a importância para a família brasileira. Além da prioridade para outras organizações e formatos não-tradicionais de família, a estabilidade do casamento sancionada 1996 - a chamada união estável - mostra seus efeitos nessa última pesquisa de 2007.
No que diz respeito à religião há duas notícias: uma boa e outra muito ruim. A notícia ruim, de acordo com o teólogo Jorge Claudio Ribeiro, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo e autor do livro Religiosidade Jovem, é que o número dos "jovens sem religião" já soma 32% dos entrevistados! Esse é um percentual muito superior aos números do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicam 7,3% da população. Desse total, 12,2% se dizem agnósticos ou ateus e 19,8%, crentes sem religião. Este será indubitavelmente um dos maiores desafios para a igreja nas próximas décadas!
Contudo, a notícia boa é que, o índice daqueles que acham que a religião é muito importante para a família cresceu de 38% em 1998 para 45% em 2007. Esse desejo por um contato religioso, talvez ocasionado pela mídia evangélica e a busca por uma espiritualidade deve ser visto como oportunidade para a pregação do evangelho integral e testemunho da salvação em Jesus Cristo.


fonte:  Sepal.org.br


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A Igreja Versus o Mundo


Por John MacArhtur

Por que os evangélicos tentam cortejar desesperadamente o favor do mundo? As igrejas planejam seus cultos com o objetivo de agradar as pessoas que não freqüentam qualquer igreja. Artistas cristãs imitam todas os estilos efêmeros do mundo tanto na música como no entretenimento. Os pregadores estão horrorizados com o fato de que a ofensa do evangelho pode colocar alguém contra eles, por isso omitem deliberadamente partes da mensagem que o mundo não aprovara.
O evangelicalismo parece ter sido seqüestrado por legiões de porta-vozes carnais que estão fazendo o melhor que podem para convencer o mundo de que a igreja pode ser tão inclusiva, pluralista, mente aberta como as pessoas mais mundanas.
A busca pela aprovação do mundo é o mesmo que prostituição espiritual. De fato, essa foi exatamente a figura que o apóstolo Tiago usou para descrevê-la. Ele escreveu: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4.4).
Sempre existiu e existirá uma incompatibilidade fundamental entre a igreja e o mundo. O pensamento cristão não se harmoniza com todas as filosofias do mundo. A fé genuína em Cristo envolve uma negação de todos os valores mundanos. A verdade bíblica contradiz todas as religiões do mundo. O cristianismo é, por essa razão, oposto a quase tudo que este mundo admira.
Jesus disse aos seus discípulos: "Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia" (João 15.18-19).
Observe que nosso Senhor considerou uma realidade absoluta o fato de que o mundo desprezaria a igreja. Em vez de ensinar seus discípulos a tentarem conquistar o favor do mundo, por reformularem o evangelho, para que este se adequasse às preferências do mundo, Jesus advertiu expressamente que a busca pelos louvores do mundo é uma característica dos falsos profetas: "Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas" (Lucas 6.26).
Depois, ele esclareceu: "O mundo... me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más" (João 7.7). Em outras palavras, o desprezo do mundo para com o cristianismo origina-se de motivos morais, e não intelectuais: "O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras" (João 3.19-20). Essa é a razão por que, não importando quão profundamente diversa seja a opinião do mundo, a verdade cristã nunca será popular no mundo.
No entanto, em quase toda a era da história da igreja, tem havido pessoas na igreja que estão convencidas de que a melhor maneira de ganhar o mundo para Cristo é satisfazer os gostos do mundo. Essa maneira de agir sempre trouxe detrimento à mensagem do evangelho. As únicas épocas em que a igreja causou impacto significante no mundo foram aquelas em que o povo de Deus permaneceu firme, recusou comprometer-se e proclamou com ousadia a verdade, apesar da hostilidade do mundo. Quando os cristãos se esquivaram da tarefa de confrontar as ilusões mundanas populares com as verdades bíblicas impopulares, a igreja perdeu a sua influência e mesclou-se impotentemente com o mundo. Tanto a Escritura como a história atestam esse fato.
E a mensagem cristã não pode simplesmente ser mudada para se conformar com as vicissitudes das opiniões do mundo. A verdade bíblica é fixa e constante, não sujeita a mudança ou adaptação. Por outro lado, a opinião do mundo está em fluxo constante. As tendências e as filosofias que dominam o mundo mudam radicalmente, com regularidade, de geração a geração. A única coisa que permanece constante é o ódio do mundo para com Cristo e o seu evangelho.
Com toda a probabilidade, o mundo não adotará por muito tempo qualquer ideologia em voga neste ano. Se o padrão da história serve como indicador, quando os nossos netos se tornarem adultos, a opinião do mundo será dominada por um sistema completamente novo de crença e todo um novo sistema de valores. A geração de amanhã renunciará todas as modas e filosofias passageiras de hoje. Todavia, uma coisa se manterá inalterada: até que o Senhor volte e estabeleça seu reino na terra, qualquer ideologia que ganha popularidade no mundo será hostil à verdade bíblica, como o foram as suas antecessoras.

John MacArhtur, autor de mais de 150 livros e conferencista internacional, é pastor da Grace Comunity Church, em Sum Valley, Califórnia, desde 1969; é presidente do Master’s College and Seminary e do ministério “Grace to You”; John e sua esposa Patrícia têm quatro filhos e quatorze netos.


Fonte: Editora Fiel

Prega a Palavra

Por  Steven Lawson
Toda época de reforma e despertamento espiritual tem sido iniciada por uma restauração da pregação bíblica. A causa e o efeito são inseparáveis e invariáveis. J. H. Merle D’Aubignè, famoso historiador da Reforma, escreveu: “A única e verdadeira reforma é aquela que emana da Palavra de Deus”. Isso significa: a condição da igreja corresponde à condição do púlpito.
Isso aconteceu à igreja por ocasião da Reforma Protestante, no século XVI. Martinho Lutero, João Calvino e outros reformadores foram levantados por Deus para liderar essa época. Na vanguarda, estava a sua restauração da pregação expositiva que contribuiu ao desencadeamento do movimento religioso que mudou a Europa e, por fim, a civilização ocidental. Tendo o Sola Scriptura como seu lema, uma nova geração de pregadores bíblicos restaurou o púlpito à sua glória anterior e ressuscitou o cristianismo apostólico.
O mesmo aconteceu na época áurea dos puritanos, no século XVII. Uma restauração da pregação bíblica se propagou como um fogo violento na religião árida da Escócia e da Inglaterra. Um ressurgimento do cristianismo autêntico aconteceu quando um exército de expositores bíblicos – John Owen, Jeremiah Burroughs, Samuel Rutherford e outros – marchou sobre o Império Britânico com a Bíblia aberta e voz erguida. Como conseqüência, a monarquia foi abalada, e a história, alterada.
O século XVIII testemunho exatamente a mesma coisa. A pregação de Jonathan Edwards, George Whitefield e dos Tennents, saturada de Bíblia, trovejou nas colônias primitivas na América. O litoral do Atlântico foi energizado pela proclamação do evangelho, e a Nova Inglaterra, grandemente impactada. A Palavra era pregada, almas eram salvas, e o reino se expandia.
O fato é que a restauração da pregação bíblica sempre foi o principal fator em todo avivamento genuíno do cristianismo. Philip Schaff escreveu: “Todo verdadeiro progresso na história da igreja é condicionado por um novo e profundo estudo das Escrituras”. Isso significa: todo grande avivamento na igreja tem sido iniciado por um retorno à pregação expositiva.
D. Martyn Lloyd-Jones, pregador da Capela de Westminster, disse: “A necessidade mais urgente da igreja cristã contemporânea é a verdadeira pregação. E, se essa é a maior e a mais urgente necessidade da igreja, ela é também a grande necessidade do mundo”. Se esse diagnóstico é correto (e creio que é), um retorno à verdadeira pregação – pregação bíblica, expositiva – é a grande necessidade desta hora crítica. Se uma reforma precisa vir à igreja, ela tem de começar no púlpito.
Em seus dias, o profeta Amós advertiu quanto a uma penúria vindoura, uma secura terrível que cobriria a terra. Mas não seria a mera ausência de água e alimentos, pois a escassez seria muito mais fatal. Seria uma fome de ouvir a Palavra de Deus (Am 8.11). É certo que a igreja contemporânea se acha em dias de escassez semelhantes àqueles. Tragicamente, a exposição bíblica está sendo substituída por entretenimento; a doutrina, por dramatização; e a teologia, por teatro; e a pregação, por apresentações. O que é desesperadoramente necessário é que os pastores retornem à sua vocação sublime – a comissão divina de “pregar a Palavra” (2 Tm 4.1-2).
O que é pregação expositiva? João Calvino, o reformador de Genebra, explicou: “ Pregar é a exposição pública da Escritura por meio do homem enviado da parte de Deus, pela qual Deus mesmo é apresentado em juízo e graça”. Em outras palavras, Deus está sempre presente, por meio de seu Espírito, na pregação de sua Palavra. Esse tipo de pregação começa com um texto bíblico, permanece nele e mostra o seu significado tencionado por Deus, de um modo que transforma a vida.
Esta foi a última responsabilidade que Paulo outorgou a Timóteo: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2). Essa pregação precisa declarar todo o conselho de Deus na Escritura. Toda a Palavra escrita de Deus tem de ser exposta. Temos de ensinar todas as verdades, expor todos os pecados, oferecer todas as graças e apresentar todas as promessas.
Um avivamento enviado do alto começará somente quando a Escritura for entronizada novamente no púlpito. Tem de haver uma proclamação retumbante da Bíblia, aquele tipo de pregação que apresenta uma explicação clara de um texto bíblico com aplicação, exortação e apelo constrangedores.
Todo pregador deve limitar-se às verdades da Escritura. Quando a Bíblia fala, Deus fala. O homem de Deus não tem nada a dizer sem a Bíblia. Não deve exibir suas opiniões pessoais no púlpito. Tampouco deve expor filosofias mundanas. O pregador está limitado a uma tarefa: pregar a Palavra.
Charles Haddon Spurgeon disse: “Prefiro falar cinco palavras deste Livro a falar 50.000 palavras dos filósofos. Se queremos avivamentos, temos de ressuscitar nossa reverência para com a Palavra de Deus. Se queremos conversões, temos de colocar mais da Palavra de Deus em nossos sermões”. Isso continua sendo a necessidade gritante de nossa época.
Que uma nova geração de homens poderosos se levante e fale, e façam-no de modo altissonante e claro! A condição da igreja corresponde à condição do púlpito.




Dr. Steven J. Lawson é o pastor da Christ Fellowship Baptist Church em Mobile, Alabama. Obteve seu Bacharelado em Administração de Empresas na Universidade Tecnológica do Texas, Mestrado em Teologia no Seminário Teológico de Dallas e Doutorado em Ministérios no Seminário Teológico Reformado. Dr. Lawson escreveu catorze livros, incluindo Foundations of Grace,Famine in the Land e um comentário sobre os Salmos, em dois volumes, além de A Arte Expositiva de João Calvino e As Firmes Resoluções de Jonathan Edwards, ambos publicados em português pela Editora Fiel. Dr. Lawson será um dos preletores da 26ª Conferência Fiel no Brasil, em 2010. É casado com Anne, com quem tem três filhos, Andrew, James, e John, e uma filha, Grace Anne.

Fonte: Editora Fiel

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Terra do Avivamento?

Há dez anos, uma igreja local saiu divulgando a seguinte propaganda: “Manaus terra do avivamento”. trazia consigo um novo modelo de crescimento, “O G-12”. Neste mesmo período um pastor, líder de uma grande denominação da cidade, foi ter com um pastor amigo meu, e disse que "Deus o havia revelado uma nova 'visão' de crescimento, e que através desta, todos os habitantes de Manaus, se converteriam; 'Nenhuma alma se quer deixaria de receber Jesus'". (sic)
Temos visto durante esse tempo um grande esforço que estas igrejas tem feito neste sentido. Porém, Já se passaram oito anos, e ainda não vimos o cumprimento de tal “profecia”. Quero deixar claro, que não somos incrédulos.  Cremos no poder transformador da Palavra de Deus, e cremos que no decorrer da história Deus pode avivar um povo, conforme seu propósito.
Todavia, o que temos visto é uma grande movimentação de crentes saindo de suas igrejas e indo para outra “mais avivada”. Fazendo o que os sociólogos chamam de migração entre igrejas. O fato é que Manaus, demograficamente, nestes últimos anos tem crescido muito. Isto é reflexo do que tem acontecido por todo o país. E como resultado deste crescimento é percebível a qualquer um, que a violência urbana tem alcançado níveis nunca antes atingidos. O numero de motéis e os chamados “inferninhos” tem aumentado terrivelmente. A quantidade de divorcio e famílias destruídas só tem subido. Também a corrupção e o desrespeito as leis tem sido praticado desde a mais alta esfera da administração pública até o Zé do quiosque da esquina. Ainda, temos visto que a prática e o apologismo do homossexualismo só têm elevado.
Se existe alguma coisa que tem deixado de crescer e diminuído é qualidade moral e espiritual da população. Isso tudo não é novidade para nós. Talvez alguém diga: Puxa, o pastor só mostra as coisas ruins. Cadê as boas? Não preciso fazer isto. Basta ligar a TV, o radio ou ler os jornais, para ver as boas e as ruins. E então? o que mais temos visto?
Que algumas igrejas têm crescido é também verdadeiro. Isto é natural. De certa forma, tem atingido algum resultado. Seríamos injustos se não reconhecesse isto. Mas, onde está o avivamento? Porque pararam de difundir tal propaganda? Porque a sociedade não foi mudada. Tudo isso me preocupa. Se existe uma coisa que a maioria não entendeu é que Deus age como quer, quando quer e sobre quem ele quer.
Na história dos avivamentos, aonde houve realmente um despertamento, houve também, mudanças drásticas na vida espiritual e social daquele lugar, causando um “contagio” em busca pelo conhecimento e esclarecimento da Palavra de Deus. Tão somente isto. “O evangelho é o poder de Deus para Salvação de todo aquele que crer”.
Certamente o nosso país precisa e muito deste evangelho. A pregação genuína da Palavra sem a mistura do misticismo, do gnosticismo, do pragmatismo, do imediatismo... O evangelho que transforma o pecador, um cristianismo que abandona o pecado e glorifica Deus. Estou esperando este avivamento! Não na cidade. Não na denominação tal. Não na região tal. Mas na vida dos que já são crentes em Jesus. Um despertamento espiritual que gera mudança de comportamento. Um brilho moral e ético no meio desta geração perversa. Uma atitude de compaixão para com o pecador. Enfim, cumprir seu real papel neste mundo: Salvação. Meu irmão, ore para que nós tenhamos amor pelas almas perdidas, e para que você e eu sejamos instrumentos de salvação neste lugar. Deus te chamou para isso! Seja você um avivamento. Seja você a estratégia de Deus para alcançar o perdido.
Que Deus te abençoe.                                                          

Pr Nelmo Monteiro Pinto  

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Sinagoga, a Praça e a Academia: O Evangelho em Diálogo com o Religioso, o Profano e o Erudito. Reflexões a partir de Atos 17.16-34

Introdução1
Nos dias de hoje, ainda no início do século XXI, há nitidamente um declínio de influência do Cristianismo
na sociedade ocidental e, por extensão, na sociedade brasileira. Algumas razões para esse declínio
poderiam ser:  
– a privatização da fé, a partir de um individualismo exacerbado do ser humano moderno, e que se estende intensamente na assim chamada era pós-moderna;
– o pluralismo religioso, com uma grande ênfase no sincretismo religioso e no retorno (romântico) a religiões mais primitivas (paganismo);

– o acanhamento e, muitas vezes, o acovardamento do Cristianismo diante de diversos desafios candentes do mundo pós-moderno. Como exemplo, basta mencionar a questão ambiental e o “silêncio quase ensurdecedor” sobre o assunto, da parte da igreja e da teologia;

– o ostracismo (reclusão) no “gueto” evangélico, com forte tendência para a alienação em relação ao mundo (“Lugar de crente é ... na Igreja [?]”)

O Protestantismo brasileiro atual deixou de lado uma importante percepção que marcou fortemente a Reforma Protestante do séc. XVI, que via o Evangelho, e a Palavra de Deus no seu todo, como juiz da sociedade e do mundo (além, é claro, da própria Igreja). Mais do que trazer a mensagem de salvação ao mundo, a Igreja, munida do Evangelho, também deveria assumir uma postura crítica em relação à sociedade. Para que isso acontecesse, seria necessário haver algum tipo de interação entre Igreja e sociedade. Isso está tornando-se cada vez mais difícil, dadas as razões alistadas acima.

Seria muito importante que a Igreja Protestante (Evangélica) retornasse aos ideais da Reforma, como por exemplo ao princípio da sola Scriptura, não só na teoria, mas principalmente na prática. A fim de ilustrar o que seria uma possível proposta bíblica de interação e diálogo entre o Evangelho e o mundo que Deus deseja resgatar por meio do Filho, tomamos como modelo a atividade missionária de Paulo descrita em Atos 17.

Algumas observações básicas sobre o texto de At 17 serão importantes aqui, especialmente, o perfil missionário de Paulo apresentado nesta passagem.

O apóstolo Paulo está em Atenas, centro da arte, da cultura, da filosofia e da religião do mundo greco-romano em meados do século I AD. O ponto de partida para a atuação de Paulo em Atenas (da sua atividade descrita na sinagoga, na praça e no Areópago) é uma profunda indignação contra a idolatria reinante na cidade (At 17.16).
O primeiro aspecto a destacar é o contato de Paulo com o ambiente religioso, a sinagoga.
1. O Evangelho em diálogo com o Sagrado (o Religioso) — At 17.16s
A estratégia missionária de Paulo foi sempre a de visitar primeiramente a sinagoga judaica por onde quer que ele passasse, a partir do princípio da prioridade do judeu quanto ao Evangelho, normatizado pelo apóstolo em Rm 1.16s. At 17.2 exemplifica o costume paulino. Certamente o apóstolo Paulo sentia-se à vontade na sinagoga, o ambiente religioso judaico, onde encontrava judeus, prosélitos e simpatizantes do Judaísmo, e a prática litúrgica e piedosa da oração, da leitura e da interpretação da Bíblia Hebraica (o AT). No livro de Atos encontramos um exemplo mais detalhado, e provavelmente representativo, da pregação de Paulo numa sinagoga no capítulo 13.14-41. Nessa passagem, Paulo faz uma retrospectiva dos pontos principais da história de Israel, concluindo com o lugar central da morte e da ressurreição do Messias Jesus nessa “história da salvação” proposta por Deus.

Em At 17.17 Lucas nos diz que Paulo “discutia” com os judeus na sinagoga. Seu estilo evangelístico não era o monólogo, mas o diálogo, não era a imposição (unilateral) de ideias (e que ideias!), mas a interação, envolvendo um intenso debate com seus ouvintes e interlocutores. Isso é característico de Paulo em Atos, como Lucas apresenta no contexto imediato à passagem sobre Paulo em Atenas, At 17.2s.

Quando observamos o treinamento e a formação de pastores nos seminários e faculdades teológicas notamos que nem sempre se privilegia esse estilo “dialético” de evangelização. Pior ainda, na maioria das vezes, o futuro pastor-teólogo é preparado unicamente para atuar na esfera do “sagrado”, do religioso. O teólogo americano Walter Wink fala da preparação teológica recebida nos seminários evangélicos (americanos, mas seria diferente no Brasil?) na década de 1980 como uma “incapacidade treinada para lidar com os problemas de pessoas reais em suas vidas diárias”2.

O problema é que, muitas vezes, pastores e teólogos cumprem mal a sua responsabilidade no âmbito religioso e, além disso, não têm qualquer abertura para os horizontes do lado de fora da “sinagoga”. Paulo, logo, sai da sinagoga e chega à praça principal de Atenas (At 17.17). Sua interação, apesar da familiaridade com o ambiente da sinagoga, se estende com uma naturalidade intrigante para o ambiente do não-sagrado, a praça.
2. O Evangelho em diálogo com o Profano (o Mundano) — At 17.17s
Paulo, agora, vai para a agora, a praça principal da cidade. A praça é um lugar movimentado e palco de manifestações, das mais diversas, tanto de caráter religioso pagão, como filosófico e cultural. Na praça, Paulo encontra todo o tipo de pessoa, trabalhadores e desocupados, marginais e imorais, eruditos e ignorantes – algo bem diferente do ambiente religioso e solene da sinagoga.

O “discutia” do início do versículo 17 (na sinagoga) continua regendo a atuação paulina na praça pública. É interessante notar que Paulo não escolhe interlocutor. Não precisa fazer primeiro uma “curso”, ou um seminário, para depois responder às indagações de quem quer que seja; ele simplesmente debatia “com aqueles que por ali se encontravam”.

O assunto não poderia ser mais bombástico: a crítica ao paganismo na cidade de Atenas, incluindo, como é possível imaginar, uma refutação contundente da idolatria, que tanto irritara o apóstolo. Em outra parte do livro, Lucas fornece também uma ilustração da pregação do apóstolo num ambiente predominantemente pagão e idólatra. Em At 14.14-18 encontramos um resumo da abordagem paulina em relação aos pagãos, na qual ele parte da revelação de Deus na natureza criada para argumentar sobre a necessidade de se atentar para o agir de Deus em Jesus Cristo, as “boas notícias”, o Evangelho (At 14.15).

A exposição pública do Evangelho num ambiente profano (comum) requer a coragem de assumir riscos bastante reais: em primeiro lugar, o risco da rejeição. Paulo é chamado de “tagarela” (grego spermologos), cf. 17.18b, uma alcunha ofensiva; em segundo lugar, o risco de confusão com ideias alheias ao Evangelho de Cristo. Alguns ouvintes na praça pensavam que Paulo pregava dois deuses estrangeiros, um tal de Jesus e uma certa Anastasis, cf. 18c. Anastasis é o substantivo feminino grego para “ressurreição”. Como não criam na ressurreição dos mortos, a tendência natural era tomar a palavra como nome próprio que designaria uma divindade feminina. Assim, para a mente confusa de alguns pagãos atenienses, Paulo falava de um estranho casal de divindades, “Jesus e Anastasis”.

Mesmo correndo o risco desse tipo de confusão, Paulo nos dá um exemplo dessa difícil, mas necessária, interação do Evangelho com o profano, em especial, da persistência em contradizer a idolatria, mesmo com os possíveis mal-entendidos que isso implicava. Em meados do séc. XX, o teólogo suíço Karl Barth advertia seus estudantes sobre a importância fundamental de se ter a Bíblia na mão e o jornal do dia na outra mão, a fim de estarem atentos às possibilidades e à própria necessidade de interação do Evangelho com o mundo e a sociedade em que vivemos.

Os protestantes e evangélicos, porém, têm problemas sérios aqui: primeiramente, há uma nítida falta de atenção ao que acontece no mundo e, até mesmo, ao contexto mais próximo da igreja (monasticismo evangélico?). No séc. XVI, os adeptos da reforma de Lutero na Alemanha “protestaram” (palavra de tonalidade claramente política) diante das autoridades imperiais, demandando o direito de exercitarem a fé cristã a partir dos ensinos de Lutero. Daí vem o nome “protestante”; um nome que por si só (embora de conotação negativa) sugere uma forte interação com a sociedade, ainda que seja uma postura de não-conformismo. Em segundo lugar, é perceptível uma incapacidade generalizada de articulação do Evangelho num ambiente não-religioso, a falta de comunicação apropriada. Até mesmo inventamos um novo dialeto: o “evangeliquês”. Exigimos que as pessoas de fora aprendam esse dialeto para se relacionarem com Deus – na língua que, supostamente, somente Deus e os crentes entendem. Mas a encarnação do logos de Deus (Jo 1.14), bem como a prática missionária paulina, demonstra exatamente o oposto disso: Deus vem ao encontro do ser humano, dentro das limitações da “carne”, em seu próprio Filho que revela a Divindade com um rosto humano (Jo 1.18).

Na agora de Atenas, Paulo se torna um incentivo para que nos esforcemos na promoção e na comunicação do Evangelho por todos os meios possíveis, inclusive a mídia, sem comprometer, é claro, a integridade da mensagem em troca de comunicação eficaz.

A passagem de Paulo por Atenas ainda reserva um terceiro momento, que sintetizamos a seguir.
3. O Evangelho em diálogo com o Erudito (a Academia) — At 17.19-31
O Areópago (At 17.19), o monte (ou colina) de Marte (Ares), era a sede da academia e do conselho máximo da cidade de Atenas. Ali seus líderes – as autoridades intelectuais, os educadores e os filósofos de Atenas –, se reuniam para deliberar sobre diversas questões civis, filosóficas e religiosas.

Havia dois grupos principais de filósofos em Atenas, com os quais Paulo discute no Areópago, cf. 17.18: a) os epicureus, discípulos de Épicuro, que se notabilizaram por promover uma justificativa filosófica para o hedonismo, i.e., a busca pelo prazer como a única razão que dá sentido à existência humana no mundo; e b) os estóicos, discípulos de Zenão que se reuniam, originalmente, na porta (stoa) da cidade. Promoviam a vida de conformidade com a natureza, defendendo um tipo específico de panteísmo (como a alma está no corpo, assim “deus” está na natureza).

O conteúdo do sermão de Paulo no Areópago, resumido por Lucas em At 17.22-31, tem alguns pontos salientes dignos de nota no que diz respeito à interação do Evangelho com a academia:

– Paulo parte de um ponto de contato, o altar “ao deus desconhecido” (grego, agnôstô[i] theô[i]), cf. 17.23, que a própria idolatria propiciava. Paulo aproveita a curiosidade, tão característica dos atenienses (17.19-21), para levar o diálogo adiante. Ele não recorre à alguma forma de defensivismo obscurantista diante dos desafios da idolatria. — O apóstolo vai do abstrato e impessoal (“aquilo que vocês adoram”, v. 23b) para o concreto e pessoal, “o Deus que fez o mundo” (17.24a).

– Ele explica que Deus, ao contrário de ser uma abstração, distante e desengajada do mundo, é o Criador e o Sustentador de toda a Criação (17.24); Deus está envolvido com o mundo. Além disso, podemos facilmente imaginar Paulo apontando para os grandes templos na Acrópolis, visíveis do Areópago, e dizer que Deus “não habita em santuários feitos por mãos humanas” (17.24b). Ou seja, não é possível “domesticar” o Deus verdadeiro. Ao relatar o que Paulo disse, Lucas nos oferece um ótimo exemplo de desmonte e “desconstrução” das filosofias pagãs gregas, quando confrontadas com a mensagem do Evangelho.

– Paulo, ainda, destaca a origem comum do ser humano em Deus (17.26). Os atenienses criam ser uma “raça” superior até mesmo aos demais habitantes da Grécia. Os estrangeiros eram meramente os barbaroi, os incultos que falavam numa língua incompreensível (daí o “bar-bar”, de barbaros).

– O apóstolo esclarece que a revelação geral, da qual acaba de tratar, ainda que importante não é suficiente para o conhecimento de Deus: “talvez, tateando, pudessem encontrá-lo” (17.27).

– Ele cita, no vers. 28, dois poetas gregos conhecidos, respectivamente, Epimênides (“nele vivemos, nos movemos...”) e Arato (“somos descendência dele”), para deixar patente que vestígios da verdade de Deus podem ser encontrados tanto na natureza como no próprio ser humano, inclusive na sabedoria helênica.

– A desconstrução do paganismo continua no vers. 29, destacando a total “falência” da idolatria e do panteísmo diante desse conhecimento básico de Deus – ele não pode ser confundido com aquilo que ele mesmo criou.

– O juízo de Deus (17.30s) agora entra em cena: até o momento, a tolerância divina; mas o dia da prestação de contas está chegando. O Juiz, cuja qualificação especial e extraordinária é a “ressurreição dentre os mortos” (prova do agir e da aprovação de Deus) está aí.

– Há um detalhe importantíssimo aqui: a ressurreição era rejeitada como absoluta impossibilidade pelos gregos; tida como algo absurdo pelos filósofos, os quais sempre tendiam para a idéia clássica da imortalidade da alma (Sócrates, Platão).

O diálogo com a erudição⁄academia (filosofia) é difícil, pois será sempre um “diálogo crítico”, do Evangelho em relação ao pensamento meramente humano. Por essa razão, não é de admirar que a reação dos filósofos à mensagem paulina fosse a rejeição (17.32s). Ainda assim, é importante observar que a pregação de Paulo não foi infrutífera (17.34), pois alguns poucos creram (Dionísio, membro do conselho da cidade, e Dâmaris).

Contudo, é muito importante ressaltar que Paulo foi alguém especialmente moldado por Deus para esse tipo de diálogo “multidisciplinar”, pois ele mesmo era cidadão de três mundos: nasceu em Tarso, cidade helenista; foi criado no Judaísmo e era cidadão romano.

Ao final dessas reflexões em torno da atividade missionária de Paulo em At 17, é possível formular o esboço de uma tese fundamental no que diz respeito às possibilidade de interação e diálogo do Evangelho (Cristianismo) com o mundo (sociedade) hoje:
Tese:
Não é só necessário e possível, como também desejável, que haja um diálogo crítico entre o Evangelho de Jesus Cristo e a sociedade, em todos os níveis. Esse diálogo crítico de modo algum invalida, compromete ou diminui a piedade cristã que a Palavra de Deus exprime e requer dos cristãos. Pelo contrário, é até incentivador e motivador da piedade, como se vê na experiência do apóstolo Paulo no livro de Atos. Mas é piedade qualificada como engajada e relevante no mundo.
ConclusõesÀ luz dessas observações em At 17.16-34, é preciso destacar algumas coisas que devemos desenvolver, a fim de promover o Evangelho de maneira mais relevante no contexto multidisciplinar (sinagoga, praça e academia) em que vivemos hoje. Cito apenas algumas preocupações mais recentes. Precisamos, urgentemente:

Recuperar a capacidade (cristã) de indignação. Paulo reage contra a idolatria crassa de Atenas. Às vezes, parece que estamos anestesiados diante do mundo e do seu panteão. É claro que devemos aprender com Paulo que a nossa reação diante da idolatria não deve ser a de “chutar a santa”, ou algo parecido. Embora muito indignado com a idolatria reinante, o apóstolo usa essa constatação como ponto de contato com os eruditos atenienses e como ponto de partida para sua apresentção do Evangelho (cf. At 17.22-23).

Desenvolver a capacidade de entendimento crítico do mundo. Precisamos sair do nosso “gueto” e saber o quê e como o mundo pensa. Um modo de avaliar até que ponto fazemos isso é perguntar se temos (principalmente, nós os teólogos e líderes) amizades fora do contexto eclesiástico.

Implementar oportunidades de interagir criticamente, a partir do Evangelho, com setores da sociedade. É necessária a coragem de enfrentar os desafios que o mundo (urbano) moderno e pós-moderno oferece ao Cristianismo. Será que o cristianismo não tem algo a dizer (e a fazer) sobre o problema do aquecimento global e das mudanças climáticas? E as artes? Cremos, de fato, que Deus é o Criador daquilo que é belo? Então por que encontramos tão poucos artistas cristãos? Além do estético, também existem numerosos desafios éticos na atualidade brasileira. Raramente, por exemplo, se ouve algum teólogo protestante falando sobre a questão do aborto no Brasil.

O Evangelho de Jesus Cristo abre possibilidades variadas de diálogo e interação para o Cristianismo com o mundo no qual vivemos. O apóstolo Paulo é um excelente modelo para nós hoje. Ele demonstra essas possibilidades tanto no campo religioso, como no profano e no erudito. Num mundo carente de ideias e ideais, eis a nossa oportunidade de apresentar o Cristianismo como algo relevante, que responde às questões mais importantes que preocupam as pessoas no mundo. Tudo isso vem envolvido numa mensagem revolucionária e resgatadora, o Evangelho de Jesus Cristo. Estamo dispostos e prontos para assumir essa tarefa?

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Notas:
1  Este artigo foi publicado originalmente na revista teológica Vox Scripturae vol. XVIII no 1 (2010).
2 WINK, W. The Bible in Human Transformation. Filadélfia: Fortress Press, 1983, p. 6.


Autor:

Estevan F. Kirschner


É mestre em Interpretação Bíblica [1984-1985] e Ph.D. em Novo Testamento [1985-1988], pela London School of Theology, em Londres, Inglaterra. É professor de Bíblia, teologia bíblica e exegese no Seminário Teológico Servo de Cristo. Trabalhou como pastor na IECLB (Igreja Evangélica da Confissão Luterana no Brasil). Lecionou por vários anos no Seminário Bíblico Palavra da Vida, em Atibaia, SP, e na Faculdade Luterana de Teologia, em São Bento do Sul, SC. Foi editor da revista teológica Vox Scripturae. É um dos tradutores e membro das comissões de tradução da NVI (Nova Versão Internacional) e da Almeida Século 21. Casado com Rachael, tem três filhos e dois netos.


fonte: http://www.vidanova.com.br/teologiadet.asp?codigo=185

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Campanha da Missão Portas Abertas a favor da liberdade religiosa - Assine a petição‏

 
A Organização da Conferência Islâmica, que compreende 57 países, sendo a maioria de população muçulmana, apresentará mais uma vez a Resolução da Difamação da Religião na Assembleia Geral das Nações Unidas, no final deste ano.
Essa resolução: - dá ao governo o poder para determinar quais visões religiosas podem ou não podem se expressar nesses países;
- dá ao Estado o direito de punir aqueles que expressam posições religiosas “inaceitáveis”, de acordo com o que eles acreditam;
- torna a perseguição legal;
- visa criminalizar palavras e ações consideradas contra uma religião em particular, nesse caso, o Islã.
- tem o poder de estabelecer legitimidade internacional para leis nacionais que punem a blasfêmia ou, por outro lado, proíbem críticas à religião.

Muitos países apoiaram essa resolução no passado, mas alguns agora estão mudando de ideia. Este ano, existe uma possibilidade real de que ela seja derrotada. E você pode ajudar. Está na hora de mudarmos isso.
Participe da petição global realizada pela Portas Abertas Internacional e una-se a milhares de cristãos ao redor do mundo. O abaixo-assinado será entregue às Nações Unidas em dezembro deste ano.
» Como posso ajudar?
Divulgue a campanha para outras pessoas, em sua igreja, escola, faculdade, trabalho, utilizando os recursos disponibilizados em nosso site. Faça o download de alguns recursos como vídeos, apresentação em powerpoint e arquivos para marca-página e adesivo. Além disso, você pode imprimir o abaixo-assinado quantas vezes quiser e distribuir para muitas pessoas.
Preencha seus dados no formulário, que funciona como um abaixo-assinado eletrônico e ajude a mudar a história da liberdade religiosa em muitos países.


Envolva-se, divulgue entre seus amigos e irmãos - o avanço do Evangelho precisa de nossa ajuda!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma palavra pastoral sobre as eleições


Fundador e Diretor do Instituto Jetro, Rodolfo Montosa, proferiu uma Palavra Pastoral sobre Eleições deste ano na 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina-PR, onde também é Pastor Titular. Confira abaixo a mensagem na íntegra, e se preferir, veja o vídeo desta palavra no site da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina


 
Estamos às vésperas das eleições a presidente, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. Nos últimos dias temos acompanhado muitas manifestações que têm o objetivo de denunciar movimentos que se levantam contra a liberdade de expressão da igreja e na direção de legalizar matérias contrárias à ética cristã. De fato, estamos vivendo um tempo que exige muita reflexão em busca de discernimento. Peço sua atenção para três palavras que me vêm ao coração neste momento.

A primeira palavra é de alerta.

Alguns projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional agridem diretamente a igreja. Quero citar alguns exemplos: o PL 1.154/03 pretende proibir a veiculação de programas em que o teor seja considerado preconceito religioso, o que classificaria como crime a pregação contra rituais satânicos, por exemplo. O PL 952/03 pretende classificar como crime atos religiosos que possam ser considerados abusivos à boa fé das pessoas, dando margem a que pastores sejam considerados criminosos por pregarem sobre dízimos e ofertas. O PL 4.270/04 pretende enquadrar como passível de ação civil comentários feitos contra ações praticadas por grupos religiosos, o que proibiria a pregação evangélica que contesta práticas de feitiçaria, por exemplo.
Diversos outros projetos de lei agridem a ética cristã. Somente na tentativa de descriminalizar o aborto existem mais de 30 projetos de lei. Alguns parlamentares defendem a descriminalização do uso de drogas, ou até da regulamentação da prostituição como profissão. Outro exemplo que tem ocupado as manchetes de jornais é o PLC 122/06 que pretende tornar criminosa toda a manifestação contrária à prática do homossexualismo.
Como cristãos amamos os feiticeiros, mas não a feitiçaria; amamos os adúlteros, mas não o adultério; amamos as prostitutas, mas não a prostituição; amamos os homossexuais, mas não o homossexualismo.
Esses são apenas alguns exemplos das inúmeras tentativas de atacar a Igreja, ou atacar assuntos que ferem a ética que pregamos.
Mesmo assim, não devemos nos enxergar como vítimas. Assim como nós, muitos outros segmentos sofrem seus riscos e pressões. Isso é o movimento natural de uma sociedade multifacetada como a brasileira, com valores diversos e variados.

A segunda palavra é de posicionamento.
Por sermos tão diferentes uns dos outros no Brasil, precisamos buscar candidatos que representem nosso pensamento cristão e respeito à Constituição brasileira. É importante sermos representados por pessoas com discernimento e experiência suficientes para ocuparem de fato os cargos pretendidos.
Permita-me fazer uma rápida explicação sobre o comportamento das pessoas. Encontramos na sociedade pelo menos quatro grandes maneiras diferentes de procedimentos nas relações humanas. Algumas pessoas pensam assim: o que é meu é meu e o que é seu é meu (= opressor). Esse é o pior tipo de iniqüidade de onde nasce o ditador e o opressor. Outras pessoas pensam assim: o que é meu é meu e o que é seu é seu (= egoísta). Esse pensamento domina a maior parte da sociedade e dá base ao
comportamento individualista e egoísta. O capitalismo tem muito dele. Já outras poucas pessoas pensam assim: o que é seu é meu e o que é meu é seu (= comunista) . Essa é a base do discurso comunista, mas a história demonstrou que nunca funcionou literalmente. Na prática tornou-se um sistema regido por ditadores. O último grupo pensa assim: o que é seu é seu e o que é meu é seu (= cristão). Esse grupo respeita o recurso do outro e coloca à disposição por sua deliberada vontade seus recursos próprios. Aqui está o fundamento da ética cristã, embora pouco vivida pelos cristãos.
Muito bem. Permita-me orientar o seguinte: devemos fugir de todo o candidato que pensa como o tirano: o que é meu é meu e o que é seu é meu. Identifique se seu candidato pensa e age de maneira imposta e autoritária. Não vote neles! Muitos em nome da defesa de um direito próprio, lutam para tirar o direito do outro. Cuidado que, nem todo o candidato que se diz cristão reflete todo o pensamento cristão. Muitos candidatos "lobos" se vestem de "cordeiros" para nos enganar. Você precisa conhecer a história de vida e pensamento de seus candidatos. Pesquise, converse, pergunte e vote.
Lembre-se que o exercício consciente da cidadania não se esgota na participação do processo eleitoral. Precisamos acompanhar os eleitos por meio da intercessão, da exigência de prestação de contas e do devido apoio.

A terceira palavra é de confiança.
Sei que muitas notícias que nos cercam geram profundo desconforto e temor. Mas devemos manter nossos olhos em Deus que é soberano na história da humanidade. Muitos são os textos bíblicos que nos deixam claro que o coração das autoridades está nas mãos dele. É bom notar que todos os Projetos de Lei que tramitam no congresso passam por um natural processo de lentidão. Além disso, temos a Constituição a nosso favor. Isso significa que alguns Projetos de Lei , mesmo que venham à luz, nascerão mortos, pois são inconstitucionais.
Para concluir quero citar o sábio que disse "quando o justo governa, o povo se alegra, mas quando o ímpio governa o povo geme." (Provérbios 19.2)
Vamos orar para que o Senhor coloque pessoas justas nos atuais cargos governamentais.
Exerça sua cidadania. Vote consciente. Vote certo.


Assista o video:

As Parábolas de Jesus

Por Mary Schultze

As parábolas do Senhor podem ser resumidas em duas categorias: as do Reino, mostrando Israel como a nação escolhida entre todas as outras nações; e as de caráter mais profundo, descrevendo a obra de Deus imersa no oceano de Sua graça em relação à humanidade perdida. As primeiras são dispensacionais e constam principalmente dos dois primeiros evangelhos (sinópticos), conforme é demonstrado em Seu ministério na Galileia, enquanto as últimas descem até a raiz moral da separação de Deus e a maneira como Ele veio reabilitar e reinstalar a criatura. [A diferença entre o Cristianismo bíblico e todas as demais religiões é que estas tentam alcançar Deus, enquanto no Cristianismo é Deus Quem desce para alcançar o homem].
No ministério da Pereia, vemos (no Evangelho de Lucas) o Filho de Deus sendo apresentado aos homens, como o Filho do Homem, em favor de toda a raça humana. Embora falando frequentemente de maneira figurada, não foi somente depois que Cristo foi recusado por Israel que as parábolas se tornaram predominantes em Seu ensino, no tempo em que Ele cumpre as palavras do Salmo 78:2: “Abrirei a minha boca numa parábola; falarei enigmas da antiguidade”, e Mateus 13:35: “Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; Publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo”.
O grupo de parábolas que o Senhor nos traz, neste Seu ministério, descreve a culpa de Israel pela rejeição ao Messias e prossegue mostrando o estabelecimento do Reino do Céu, o que foi comprovado pela Sua ascensão à destra de Deus Pai. Estas prosseguem narrando, com profética precisão, a entrega futura do vinho novo aos gentios e o processo de corrupção que haverá no mundo, com a humanidade se tornando cada vez pior. [Os reconstrucionistas vivem pregando que a igreja vai converter o mundo inteiro e transformá-lo no Reino de Deus, mostrando a mesma cegueira de Israel]. Mesmo assim, em todas as parábolas Cristo deixa clara a Sua predileção pela assembléia dos santos.
As parábolas em Lucas são mais profundas, antecipando a doutrina que Paulo vai entregar em Romanos e Efésios. O grupo registrado em Romanos 7:4;10:3-5;14:16-24;15:11-24 revela a direção da viagem da alma humana da graça para a glória celestial. A obra do Espírito Santo no coração do homem é mostrada no momento em que a graça o alcança, sendo ele um devedor que não tem com que pagar a sua dívida, até que se encontre liberto da condição adâmica e revestido de Cristo, tornando-se nova criatura diante do Pai, para o seu eterno deleite. Comparem-se as passagens nas epístolas, falando da nova criatura com as novas roupagens do vinho novo em odres novos.
Existem certos personagens baseados em si mesmos, como “o semeador saiu a semear”, sendo este semeador o próprio Jesus, tentando semear a palavra do Reino nos corações dos Seus incrédulos patrícios, numa nação onde poucos O receberam, a fim de produzir uma boa colheita.
Temos as parábolas duplicadas, como a das bodas do filho do Rei, em Mateus 22, e a da ceia do homem, em Lucas 14. Temos ainda as parábolas triplicadas, como as de Lucas 15. Aqui vemos o pastor em busca da ovelha perdida, a mulher encontrando a dracma perdida e o pai correndo para encontrar o filho pródigo, que havia se perdido na ilusão, em busca dos prazeres do mundo. Nestas últimas, passamos do Reino para o lar, da visão dispensacional para a moral, da melhor e mais rica revelação divina para o âmago do coração de Deus. Temos aqui o que há de maior, de melhor e de mais belo, entregue pelo próprio Mestre e Senhor. Ele ensinou aos Seus discípulos, conforme a parábola do Rico e Lázaro, que nem mesmo o amor demonstrado pelo rico em favor dos cinco irmãos ainda vivos, quando ele ardia nas chamas do inferno, pôde salvá-lo, pois o tempo da salvação já havia passado. Ao mesmo tempo, Ele prevê que, nem mesmo após Sua ressurreição, todos os judeus iriam crer Nele. Que isto sirva de alerta aos que se julgam sábios e ainda não aceitaram a obra de Cristo na cruz, arrependendo-se, confessando os seus pecados e pedindo-Lhe perdão. Paulo indaga aos seus ouvintes, conforme a 1 Coríntios 1:20: “Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?” Jesus exulta em Sua alma, dizendo: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve” (Lucas 10:21). Na 1 Coríntios 2:9, Paulo antecipa as belezas do céu: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam”.
O Senhor pode nos capacitar a ter uma apreciação mais profunda de Sua graça, através da leitura diária do Novo Testamento, de modo que possamos corresponder muito mais em louvor e adoração sincera, para o Seu deleite e o deleite do Pai celeste. [Não me refiro ao que hoje é chamado “adoração e louvor”, através de corinhos baratos, destituídos de qualquer valor intelectual e teológico, mas de uma adoração pura e sincera, no silêncio do nosso quarto, com o coração contrito e submisso ao Pai. A verdade é que os pastores modernos ignoram Habacuque 2:20, de tão afeiçoados aos gazofilácios de suas igrejas].
Quando tentamos entender os milagres do Senhor, precisamos urgentemente da ajuda do Espírito, para que possamos chegar a esse entendimento. Não é de admirar o que os cientistas possam pensar e dizer, sobre a pesquisa da natureza e de suas leis, afirmando que os milagres de Cristo são uma invenção dos Seus seguidores. O coração do crente na Palavra e no autor da Palavra vê tudo perfeitamente claro, porque o Espírito de Deus é justiça, alegria e paz. Tudo que o Senhor realizou no comando da natureza foi visando anular o fracasso e a necessidade do homem, através de um alivio presente e de uma glória futura. Tudo que vem dEle se resume em graça e paz, inteiramente livres de qualquer obrigação da parte do beneficiário, que não seja uma fé genuína em Sua Augusta Pessoa. Seus milagres provocam admiração humana e quando esta se transforma em genuína fé, o crente se torna um objeto de testemunho das maravilhas por Cristo operadas, em Seu tempo de vida como homem, neste planeta. Vamos ler Romanos 1:19-20: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis”. Tudo de que o homem necessitava foi entregue através dos ensinos e da obra de Jesus Cristo. (Leiamos Atos 14:17; 17:25-28).
Se o testemunho da criação deixou os homens sem desculpa, o testemunho dos sinais e maravilhas operados pelo Filho, conforme narrados no N.T., quando não aceito, pode conduzir a uma inimizade eterna com Deus, culminando em contínua negação da parte dEle, tornando o incrédulo responsável pela própria condenação, no Dia do Juízo Final. [Lembro-me de um parente meu, a quem tentei várias vezes pregar o evangelho. Já muito doente, quando fiz mais uma tentativa de levá-lo a aceitar Cristo como Salvador, ele respondeu, com impaciência: “Eu sempre fui um homem bom em todos os sentidos. Já fiz a minha parte. Agora que Deus faça a parte dele”. Meu coração sangrou, porque aquele pobre enfermo não havia reconhecido a obra maior que o Pai fez em Cristo, a favor dos homens].
Infelizmente, a maior parte da humanidade, exatamente como os judeus (quando não nega a Sua existência histórica) tem conectado as obras de Cristo a um poder ocultista e todo dia os incrédulos O entregam aos romanos para que Ele seja crucificado, novamente. Também, quando os hierarcas romanos celebram a missa católica, eles estão crucificando novamente o Filho de Deus (Hebreus 6:6). O remanescente judeu recebe agora e continuará recebendo todas as bênçãos do Pai, pelo reconhecimento da obra perfeita do Seu Filho amado. Enquanto isso, os judeus incrédulos sofrerão as dores de Jacó, durante a Grande Tribulação, o que se pode observar em Apocalipse 12, na fuga da “mulher vestida do sol” para um lugar de refúgio, o qual, segundo os pesquisadores seria Petra.
Em João 15:21-23, Jesus adverte: “Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viera, nem lhes houvera falado, não teriam pecado, mas agora não têm desculpa do seu pecado. Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai”. Em Isaías 49:5, lemos: “E agora diz o SENHOR, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó; porém Israel não se deixará ajuntar; contudo aos olhos do SENHOR serei glorificado, e o meu Deus será a minha força”. Quando os judeus dispersos pelo mundo inteiro forem reunidos para receber o Messias em Sua Segunda Vinda, todo o povo se rejubilará e todo o remanescente de Israel será salvo, segundo Paulo ensina em Romanos 11:26, condenando os gentios, conforme os versos 27 a 32, pelo seu orgulho e preconceito contra o povo de Deus. [Infelizmente, a igreja reconstrucionista já liquidou Israel em seu pensamento e imagina que reinará neste mundo, por mil anos, preparando a volta de Cristo, no final dos tempos].

Mary Schultze - Artigo embasado em parte do texto “The Beauty of the Lord”, de James McBroom.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

18 de Setembro será um dia de oração e jejum pelo nosso Brasil



Estamos vivendo um momento em que se faz necessário um clamor nacional.

Convoque todos os irmãos e amigos da sua lista para este movimento para que possamos viver os princípios bíblicos e que DEUS tenha compaixão da nossa nação..

18 de Setembro será um dia de oração e jejum pelo nosso Brasil.

Um dia em que a Igreja de Jesus no nosso país, é convocada a pôr os seus joelhos em chão e levantar um clamor aos Céus.

Vamos clamar por justiça, vamos reivindicar os princípios bíblicos em nossa sociedade, vamos nos arrepender dos nossos pecados e vamos interceder por misericórdia pela nossa nação.

Obedecendo o que a Bíblia nos ensina em 1 Tim. 2:1-2, vamos levantar orações e súplicas pela nossa liderança governamental.

Durante 8 horas consecutivas (10-18hs) iremos nos reunir em jejum e juntos clamar por um novo tempo no Brasil.

Juntos como um só Corpo, a poucos dias das eleições, estaremos participando de algo que poderá mudar a história de nosso país. Este dia será uma mobilização para utilizarmos a nossa arma mais efetiva: a oração.

Cremos na Bíblia quando ela nos diz: “a oração do justo pode muito em seus efeitos”Tiago 5:16, e por isso nos reuniremos para promover nada além do que um clamor pelo Brasil.

Um clamor sem representações de denominações ou partidos, mas sim debaixo de uma só bandeira: Jesus Cristo.

Um Dia de Clamor não promoverá pregadores, bandas ou ministérios.

Não é algo voltado ao crescimento de ministérios. Mas tem como propósito voltar os corações ao Senhor em favor de nosso país. Este é um tempo de mudanças, e nós como povo de Deus precisamos nos levantar e clamar pela intervenção dEle como eram feitas nas assembléias descritas em II Cr. 20:3-4 e Joel 1, 2:14-17.

Neste dia estaremos clamando para que o povo brasileiro acorde e interceda pelas nossas autoridades.

Para que o povo de Deus se disponha a jejuar e se humilhar perante Deus pela nossa nação, assim como está escrito: “Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar e orar, buscar a Minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” – II Cr. 7:14

Nós levantaremos como Igreja para orar por vitória contra o aborto, crime organizado, alta prostituição, pedofilia, venda ilegal de órgãos de crianças, união homossexual, e desfalecimento do poder pátrio.

Clamaremos para que homens e mulheres justos, cheios de ética, honestidade e compaixão se ergam e atendam o chamado sobre a Igreja.
“Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se pusesse na brecha diante de Mim e em favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum.”-Ez. 22:30

Nosso país está precisando urgentemente da misericórdia de Deus e a Igreja precisa se unir em intercessão e adoração diante do Trono. Vamos entrar como Nação em um Novo Dia.

Que venha o governo de Cristo sobre o Brasil!

Fonte: http://vigiai.net/news.php?readmore=4653