sábado, 12 de dezembro de 2009

Dia da Bíblia: "É POSSÍVEL LEVAR A BÍBLIA A SÉRIO?

Por: Pr Isaltino Gomes Coelho Filho

Um crítico ignorante do assunto alegou não poder levar a Bíblia a sério por não se poder provar a autenticidade dos seus manuscritos que deram origem aos livros bíblicos que temos. Ao longo dos tempos, segundo ele, os cristãos os modificaram, para impor suas doutrinas. A Bíblia teria sido mudada, segundo eles.

Tucídides, historiador aceito pelos estudiosos, viveu entre 460-400 a.C. Sua obra nos chegou com oito manuscritos de 900 a. D. (1.300 anos depois de sua vida). Os manuscritos de outro historiador, Heródoto, são mais raros, mas também aceitos, como os de Tucídides.

Chegaram-nos em poucas cópias, bem depois da sua vida. As obras de Aristóteles, filósofo grego, foram produzidas em cerca de 330 a.C. O manuscrito mais antigo é de 1.110 d.C. (1.400 anos após sua vida). Nenhum filósofo impugnou Aristóteles por isso. As guerras gaulesas foram narradas por César entre 58 e 50 a. C., mas o manuscrito mais recente data de 1.000 anos depois de sua morte. No entanto, todos eles são aceitos pelos historiadores como dignos de confiança.

Ninguém negará o valor de A Ilíada, de Homero, que tem 643 manuscritos. Pois bem, do Novo Testamento temos cerca de 2.000 manuscritos, cópias de escritos dos anos 46 a 90 de nossa era, bem perto dos eventos, narrados por testemunhas oculares. Quanto ao Antigo Testamento, em 1947, nas cavernas de Qumram, descobriram-se centenas de seus manuscritos, alguns datando de 150 a.C. Até onde se pôde traduzir (e há lingüistas cristãos bem preparados) o texto bate, palavra a palavra, com o que temos traduzido. Não manuseamos uma invenção humana, mas uma revelação verbalizada e cristalizada em escrita há séculos.

Do ponto de vista bibliográfico, a Bíblia possui mais base manuscrítica que qualquer outra peça literária da antigüidade. Só a má fé dirá que o texto foi modificado. Não aceitá-la alegando modificação do texto é ignorância ou má fé.

A questão é que a Bíblia incomoda as pessoas com suas exigências morais e espirituais, pedindo-lhes definição. Ela é, ao mesmo tempo, uma carta de amor e um ultimato da parte de Deus. Uma declaração de que ele nos ama, mas que nos chama a mudar a vida.

Promessas as pessoas querem. Compromisso, não. Seu ceticismo e sua incredulidade não são intelectuais, mas morais. Como disse Mark Twain: "O que me incomoda na Bíblia não são as passagens que eu não entendo, mas sim as que eu entendo".

Não cremos em algo feito por espertalhões, mas numa verdade que Deus revelou e preservou através dos séculos. "Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus" (Salmos 119.89). "


(escrito, originalmente, como pastoral do boletim da PIB de Manaus)