quinta-feira, 27 de maio de 2010

Graça

Por Ricardo Gondim



Ainda há pouco, ao reler o admirável Sermão do Monte, percebi como a graça esteve presente nos princípios expostos por Jesus. Mesmo reconhecendo que a graça foi exaustivamente estudada e definida pela teologia, é preciso redescobri-la nos lábios do Nazareno. Os favores imerecidos de Deus não podem ficar circunscritos às codificações teológicas. Naquele relvado, na encosta de um morro qualquer, Cristo falou de assuntos diversos, mas não se esqueceu de explicitar que Deus se relaciona com seus filhos diferente de todas as divindades conhecidas. Após séculos de argumentação sobre os significados da graça, os cristãos precisam despertar para ao fato de que ela é o chão da espiritualidade cristã.



Um neopaganismo levedou a fé de tal forma que muitos transformaram a oração em uma simples fórmula para canalizar e receber os favores divinos. Para obter resposta às petições, implora-se, pena-se, insiste-se, no aguardo de que Deus escute. Quando não se recebe, justifica-se assumindo culpas irreais, como falta de disciplina. Acha-se que é necessário continuar implorando para Deus se sensibilizar. Mede-se a espiritualidade pelo número de respostas aos seus pedidos e, quando malsucedidos, castiga-se por não merecer. A própria linguagem denuncia romeiros católicos e evangélicos, que lotam os espaços religiosos: é preciso “alcançar uma graça”.



Graça liberta do imperativo de dar certo. O Sermão da Montanha começa felicitando pobres em espírito, chorosos, mansos e perseguidos. Os triunfantes não podem se gloriar de serem mais privilegiados do que os malogrados. Graça revela um Deus teimosamente insistindo em permanecer do lado de quem não conseguiu triunfar; até porque a companhia de Deus não significa automática reversão das adversidades.



Graça permite o autoexame, a análise das motivações mais secretas da alma, sem medo. Na série de afirmações sobre ódio, adultério, divórcio e vingança, Cristo deixou claro que ninguém pode se vangloriar quando desce às profundezas do coração. No nível das intenções, todos são carentes. O olhar sutil indica adultério. O ódio despistado revela homicidas em potencial. A vingança disfarçada contamina as ações superficiais. Lá onde brotam as fontes das decisões, tudo é confuso; vícios e virtudes se confundem. Somente com a certeza de que não haverá rejeição é possível confrontar os intentos do coração para ser íntegro.



Graça convida a amar. Jesus afirmou que Deus “faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos”. Para revelar sua bondade, Deus não precisou ser convencido a querer bem. Deus não faz acepção de pessoas; o seu amor não está condicionado a méritos. Quando as pessoas são inspiradas por gratidão, reconhecimento e admiração por tão grande amor, se sentem impulsionadas a imitá-lo. Deus surpreende por dispensar bondade sem contrapartida de virtude. Assim, na improbabilidade de os seres humanos se mostrarem graciosos, os discípulos devem almejar a única virtude que pode torná-los perfeitos como Deus -- o amor.



Graça é convicção de que o acesso a Deus não depende de competência. Quem acredita que será aceito pelo tom de voz piedoso ou pela insistência em repetir preces nega a paternidade divina. Antes de pedirmos qualquer coisa, Deus já estava voltado para nós. Os exercícios espirituais não precisam ser dominados como uma técnica, mas desenvolvidos como uma intimidade. O secreto do quarto fechado representa um convite à solitude, à tranquilidade que não acontece com sofreguidão.



Graça libera energia espiritual que pode ser dirigida ao próximo. Buscar o reino de Deus e sua justiça só é possível porque não é preciso preocupar-se com o que comer e vestir e por jamais ter de bater na porta do sagrado para conquistar benefícios particulares. Basta atentar para os lírios do campo e pardais para perceber que as ambições devem escapar à mesquinhez de passar a vida administrando o dia-a-dia.



Graça devolve leveza para que os filhos de Deus sintam-se à vontade em sua presença, como meninos na casa dos avós. Graça libera as pessoas para se tornarem amigas de Deus, em vez de vê-lo como um adestrador inclemente. Graça não permite delírios narcisistas. Nenhuma soberba se sustenta diante da percepção de que Deus aposta na humanidade e ainda se convida a cear entre amigos.



Graça distensiona o culto porque avisa: tudo o que precisava acontecer para reconciliar a humanidade com Deus foi concluído: “Consumatum est”. Portanto, enquanto a graça não for redescoberta de fato como a mais preciosa verdade da fé, as pessoas podem até afirmar que foram livres, mas continuarão presas à lógica religiosa das compensações. Devedores, jamais entenderão que o reino de Deus é alegria. A graça liquida com pendências legais. Não restam alegações a serem lançadas em rosto -- “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus?”.



A religiosidade legalista insiste que é perigoso falar excessivamente sobre a graça. Anteparos seriam então necessários para proteger as pessoas da liberdade que a graça gera. Mas o amor que tudo crê, tudo espera e tudo suporta não aceita outro tipo de relacionamento senão abrindo espaço para que haja amadurecimento. Deus ama assim, e o Sermão da Montanha não deixa dúvidas de que todo discurso sobre o reino de Deus deve começar com graça.



Soli Deo Gloria
Ricardo Gondim


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Teologia da Prosperidade - uma abordagem completa


Por: João Rodrigo Weronka




A Bíblia Sagrada, conforme os cristãos afirmam, trata-se da única fonte de autoridade, regra de fé e moral; a Palavra de Deus deve ser a bússola que indica se o caminho que estamos seguindo de fato corresponde ao “norte” espiritual.



Em textos anteriores já falei sobre a triste condição da igreja brasileira, que dia-a-dia se deixa contaminar por valores nada cristãos, que nada tem da Palavra de Deus. A Bíblia é muito mal utilizada, e ao invés de trazer edificação e genuíno alimento espiritual, tem sido empregada por homens perversos que fazem dela um instrumento de escravidão, manipulação e tortura espiritual. Tal instrumento de tortura se forma pela distorção de textos isolados que estes falsos mestres fazem, coagindo o povo despreparado, com uma enxurrada de textos descontextualizados.



Modas sempre são bem-vindas neste meio tão sedento por atalhos. Emocionalismo barato vale mais que sã doutrina e os valores do capitalismo passam a fazer parte da igreja, fazendo desta um lucrativo negócio. Neste texto vamos tratar da Teologia da Prosperidade, uma corrente nefasta que tem semeado discórdia e inversão de valores na igreja.



História



Marca registrada de praticamente todas as igrejas neopentecostais, avançando com força contra as confissões pentecostais e fisgando muitos tradicionais, esta corrente enganosa produz toneladas de livros, manuais, Bíblias de Estudo (estudo?) DVDs, CDs, filmes e até grifes que movimentam muito dinheiro.



Tais materiais e seus divulgadores se tornaram parte do cotidiano de muitos crentes que estão com os lábios cheios de clichês como “eu profetizo”, “eu determino”, “eu reivindico”, “eu tomo posse”, “eu exijo meus direitos”, “eu resgato” ou o absurdo “eu ordeno minha benção”. Repare que o “eu” é o eixo desta teologia. O antropocentrismo que vemos hoje em dia é também conhecido como movimento da “Confissão Positiva”, “Palavra da Fé” ou “Evangelho da Saúde e da Prosperidade”.



Por se tratar de algo tão nocivo, não é de se estranhar que suas origens são influenciadas por misticismo, esoterismo e heresias. O que hoje é um movimento que tem se espalhado como fogo em palha, possui uma história, um ícone, divulgadores e seguidores.



O precursor: Essek Willian Kenyon

Poucos dos crentes que abraçam a Teologia da Prosperidade sabem que a ideologia desta remonta a um homem chamado Essek Willian Kenyon (1867-1948).



A conversão de Kenyon ocorreu em sua adolescência. Posteriormente ele se envolveu com movimentos metafísicos e recebeu forte influência de Mary Baker Eddy, fundadora da herética Ciência Cristã. [1]



Kenyon é o pai de uma expressão que se desdobrou com o tempo. É dele a frase “o que eu confesso, eu possuo”. É o embrião da Confissão Positiva.



Como sempre existe alguém disposto a levar adiante uma distorção feita por um falso mestre, coube a Kenneth Hagin divulgar o pensamento de Kenyon.



O proclamador: Kenneth Erwin Hagin

Muitos acreditam que as origens da Teologia da Prosperidade estavam em Hagin (1917-2003). Fato este devido ao nível de divulgação e influência que Hagin conseguiu, através do vasto material por ele publicado. Após passar por uma experiência miraculosa relacionada à cura de sérios problemas de saúde na infância e adolescência, Hagin passa a militar em favor da filosofia que hoje influencia a vida de muitos crentes.



Hagin acreditava que era necessário seguir passos para a vitória. Era necessário crer, declarar verbalmente a fé e então agir como se já tivesse recebido a benção. [2]



Sua vida foi um apanhado de inúmeras experiências pessoais que, ao serem registradas em livros, folhetos e áudio, viraram regra de fé e prática para milhares de incautos seguidores. Como é de se supor, suas vastas experiências carecem de suporte bíblico, como por exemplo, viagens até o inferno para “provar” da realidade daquele lugar.



O legado de Hagin e os desdobramentos no Brasil

Muitos são os pregadores da fé que deram continuidade naquilo que Kenyon criou e que Hagin difundiu, e destes, a grande maioria é muito conhecida no Brasil, onde seus ensinos são divulgados por livros, programas de TV, DVDs e congressos.



Nomes internacionais como Kenneth Copeland, Benny Hinn, Frederick Price, Paul (David) Yonggi Cho, Mike Murdock e Morris Cerulo fazem parte do cotidiano de muitos líderes da igreja brasileira, que por força da sua influência, tem levado o membro comum a achar que este tipo de literatura é boa, quando na verdade são materiais e ensinos cheios de sofismas e engano.



No Brasil, também existe uma relação de nomes que são responsáveis pela divulgação deste veneno espiritual: Edir Macedo, René Terranova, R.R. Soares, Valnice Milhomens, Cristiano Netto e tantos outros que no seu anonimato continuam a propagar este falso evangelho de riquezas.



Como o povo brasileiro em geral, e o crente em específico, são amantes de novidades, modinhas e métodos que servem como atalho, a Teologia da Prosperidade veio importada dos EUA encontrando solo fértil por aqui, infelizmente.



Males da Teologia da Prosperidade: minha vivência

Minha conversão se deu numa denominação que apregoa demasiadamente a Teologia da Prosperidade e seus métodos falaciosos. Agradeço ao Senhor pois - ainda no erro - pude conhecê-Lo, e na medida que a verdade me confrontava, o engano era retirado de minha vida, ao ponto de romper definitivamente com coisas que não encontram conformidade com o genuíno Evangelho de Cristo. A maravilhosa graça do Pai me alcançou, e hoje reconheço inteiramente que o mérito em tudo é de Cristo, e que não posso fazer do Reino de Deus um negócio. A Teologia da Prosperidade que outrora movia minha vida, hoje faz parte de um passado distante.



Não tenho por costume cuspir no prato onde comi – isso é deselegante e antiético. Mas minha conversão não teve por conseqüência o suicídio da razão, sendo assim, tenho plena liberdade de discordar das coisas que são apregoadas sem o respaldo bíblico. A discordância não representa um meio de menosprezar e ridicularizar a crença alheia, mas nos motiva a desmascarar o erro por amor e benefício do próximo. Nos primeiros passos como cristão, vi e vivi muito dos ensinos da Teologia da Prosperidade, e sei, na prática, do potencial maléfico que ela tem.



Participei de dezenas das famosas “campanhas” de fé e finanças, onde a mola mestra era a barganha com Deus. Tudo girava em torno dos “sacrifícios” financeiros onde até mesmo valores mínimos de oferta eram exigidos. Pregadores negavam a suficiência da cruz e o Sacrifício Supremo de Jesus e estabeleciam parâmetros esdrúxulos, ao ponto de dizer: “EU não aceito menos de R$ 30,00 neste envelope (por exemplo)”. Quanto maior o sacrifício, maior a profecia, a benção, a visão, a unção - como se Deus fosse um menino que Se vende por agrados.



Os “valentes” recebiam doses especiais de poder e seu ego era alimentado por fazer parte da classe dos que faziam sacrifícios acima da média. Expressões como “se garantir a festa na casa de Deus, Deus garante a festa na minha casa”, ou “o valor que você der de oferta vai determinar o valor que Deus dará ao seu próximo ano”, além de anti-bíblicas, manipulam, enchem de medo e apartam o cristão redimido no sangue de Cristo das genuínas benesses do Calvário.



Para variar, o Novo Testamento era praticamente esquecido em tais campanhas, e textos mal-emendados da Antiga Aliança – e promessas exclusivas do povo judeu naquele contexto – eram “liberadas” sobre a igreja – desnutrida e mal alimentada da Palavra. Desta forma, o palco para apostasia fica completo.



Num contexto como esse, não é de se admirar que muitos se apartaram, partindo para pastos onde alimento genuíno é servido. Infelizmente, muitos dos que receberam uma avalanche de promessas nunca cumpridas – e irresponsavelmente “liberadas” – fazem parte do contingente de decepcionados com Deus e com a igreja. Um contingente que cresce de modo alarmante. Assim como disse Karl Kepler, isso faz parte de uma neurose:



“Com o fenômeno das igrejas neopentecostais, uma nova safra de crentes evangélicos inundou o Brasil e, à medida que os anos passam e as promessas de prosperidade não se cumprem, uma nova safra de ex-crentes decepcionados deve estar voltando para as ruas”. [3]



E ainda pude constatar uma coisa neste tempo: a Teologia da Prosperidade funciona muito bem, mas apenas para aqueles que a pregam. Nas palavras de Hank Hanegraaff:

“Basta caminhar pelo estacionamento dessas conferências ou mesmo dum culto dominical, ligado ao movimento da Fé, para responder à pergunta: ‘Esse tipo de ensino realmente funciona?’ Fi-lo recentemente no quartel-general e igreja dum dos principais mestres da Fé e obtive minha resposta. Havia Cadillacs, Mercedes e uns poucos reluzentes Lexus ali estacionados – todos eles porém, nos lugares reservados aos pastores e seu pessoal. No mais, entretanto, o parque de estacionamento parecia com qualquer outro, numa grande variedade de cupês, pick-ups e furgões. Ouça cuidadosamente: Era como qualquer outro parque de estacionamento da cidade. Ora, como é que pode ser isso?” [4]





Muito simples: a Teologia da Prosperidade é falaciosa. Doutra forma, todos que a seguem deveriam ser CEO de multinacionais, possuir jatinho próprio, carros importados e mansão em Miami, afinal, devem ser cabeça e não cauda! Mas a realidade é diferente do mundo encantado apregoado pelos mestres da riqueza. Enquanto eles se deleitam na gordura do sacrifício alheio, estão cegos para as verdades espirituais, tal como o sacerdote Eli (1Sm 1 e 2).





Comerciantes da Fé

Tenho uma graduação em Ciências Econômicas, e através desta ciência aprendi sobre a Lei de Mercado ou Lei de Oferta e Demanda, que pode ser assim definida: “conjunto de conceitos que designam a disponibilidade de bens e serviços à venda no mercado, por um lado, e sua demanda solvável, por outro”. [5]. Em resumo, para que o mercado da fé exista, é necessário que existam os que ofertam o serviço e os que demandam o serviço, ou seja, os “profetas” da prosperidade são os agentes de oferta, e os crentes imaturos são os agentes de demanda. Cada qual com sua responsabilidade neste emaranhado de erros.



O modelo a seguir representa o que temos visto nos dias de hoje em muitos templos e denominações “evangélicas”:

Fico pasmo em saber que isso é tão somente a ponta do iceberg. Ao ver declarações como as que seguem abaixo, fico a me perguntar até que ponto os pregadores de riquezas chagarão um dia:



“Deus está falando que a benção será triplicada, O seu salário vai se multiplicar por três. Quando você receber seu salário ainda terá do antigo para gastar. É tempo de fartura. É tempo de Deus. Todos os moradores da terra receberão a notícia de que é tempo de restituição.” [6]

“Faça esta oração: Senhor meu Deus, ao ler este livro, aprendi que, se desejo receber muito dinheiro, devo plantar o equivalente em Tua obra no mundo.” [7]



“Mais uma vez, como profeta de prosperidade para estes negros dias de crise, eu afirmo: DEUS ESTÁ INTERESSADO NO BOM ANDAMENTO DE SUAS FINANÇAS. Acredite nisso. Ele é um Pai amoroso. Pare um pouco, respire fundo e repita em voz audível e com convicção, por três vezes: DEUS ESTÁ INTERESSADO EM MEU SUCESSO FINANCEIRO. Agora repita em voz alta, como um brado de vitória: DEUS VAI MUDAR MINHA VIDA FINANCEIRA PARA MELHOR (ênfase do autor)” [8]



“Muitas pessoas acreditam que Jesus Cristo foi muito ‘pobrezinho’ mas a verdade é que Jesus foi a pessoa mais próspera que já pisou sobre a face da Terra. (...) Ele andava montado num burro, que era o ‘cadilac’ da época.” [9]



“Você estará colhendo de acordo com a espécie que você mesmo determinar. Lembre-se: Se você plantar carro, vai nascer carro! Se você plantar emprego, nascerá emprego! Se você plantar uma casa própria, nascerá uma casa própria! Você acredita na Palavra de Deus?” [10]



“Agora, você já sabe que é você quem determina, fixa os limites e diz o que você terá ou não. Por isso, pare de orar chorando, de se lamentar, suplicando que Deus, com Sua bondade, lembre-se de você. Esse tipo de oração pode parecer espiritual. Alguém pode achar lindo orar assim, mas isso não ter valor algum.” [11]



Reparou como as declarações destes homens se aproximam muito daquilo que Essek W. Kenyon entendia (o que eu confesso, eu possuo)? E o que mais espanta são as declarações a seguir:

“Estejam ou não a par disso, são seus pensamentos predominantes de riqueza que lhe trazem riqueza” [12]



“Como em todas as leis da natureza, nessa também a perfeição é absoluta. Você cria sua vida. Você colherá tudo o que semear! Seus pensamentos são sementes, e sua colheita dependerá do que plantar.” [13]



“Esta é a sua vida, e está esperando que você a descubra! Até agora você talvez tenha pensado que a vida é dura, uma luta, e, portanto, pela lei da atração, deve ter sentido a vida como dura e uma luta. Comece imediatamente a gritar para o Universo: “A vida é tão fácil! A vida é tão boa! Todas as coisas boas vêm até mim”. [14]



“O que de fato você quer? Sente-se e escreva numa folha de papel, usando o presente do indicativo. Você poderia começar assim: ‘Eu estou tão feliz e grato neste momento que...’ E então explique como você quer que sua vida seja, em qualquer área.” [15]



“Mas, se você quer uma máquina de costura, guarde a imagem dela com a certeza absoluta de que ela está sendo feita ou de que está a caminho. Depois de formar o pensamento uma vez, acredite absoluta e definitivamente que a máquina de costura está a caminho. Nunca pense ou fale nela a não ser com a certeza de que vai chegar. Afirme que ela já é sua”. [16]



“Nunca olhe para as provisões invisíveis; olhe sempre para as riquezas ilimitadas na Substância Informe e SAIBA que elas estão vindo em sua direção tão depressa quanto você pode recebê-las e usá-las”. [17]



Se você ainda não conferiu as notas no final deste estudo, eu pergunto: de qual pregador de prosperidade são as declarações acima? Infelizmente, são declarações de obras de cunho esotérico, mas que se forem “cristianizadas” por um dos mestres da riqueza (e muitas já o são), facilmente se tornarão Best Sellers nas fileiras do gospel Brasil. Realmente é chocante a semelhança entre o pensamento positivo dos esotéricos e do positivismo e determinismo apregoado pela Teologia da Prosperidade. E esta semelhança se dá, pois ambos têm o mesmo foco: o eu do homem. O homem é o centro. O ego é deus.

Enquanto a Bíblia nos adverte a focar os esforços nas coisas eternas e atemporais (sem tratar com relaxo das coisas temporais, evidentemente), os profetas da riqueza direcionam o rebanho a focar os esforços naquilo que é passageiro e que a ferrugem e a traça devoram.



A recente crise econômica mundial (2008-2009) afetou diversos setores da economia. Vimos conglomerados financeiros sendo derrubados como castelos de cartas, impérios de poder ruindo como castelos de areia a beira-mar, massas de pessoas sendo demitidas. Será que no meio destas milhares – ou milhões – de pessoas não tínhamos sequer um cristão? Será que nenhum crente em Jesus perdeu seu emprego? Endividou-se? Entrou no vermelho? Creio piamente que Deus cuida dos Seus. Creio que no meio de tantas lutas Ele provém sustento, mas chega ao ponto do ridículo imaginar que crises não atingem crentes. Mas ainda assim os profetas da riqueza, tomados pela ganância, lançaram correntes e campanhas para amarrar a crise e prosperar os crentes.

Este episódio me lembra de dois personagens bíblicos. Jeremias e Hananinas. Veja este exemplo:

“O problema não é de hoje. É multissecular. O profeta Jeremias fazia o que podia para convencer os reis e o povo de Israel da famosa tríade que estava para chegar a qualquer momento: a guerra, a fome e a peste (Jr 14.12; 21.7; 24.10; 27.8; 29.17; 32.24; 34.17; 38.2; 42.17; 44.13). Enquanto isso, o profeta Hananias, no mesmo lugar e para o mesmo público, profetizava “prosperidade” (Jr 28.9, NVI e BP), ou “paz” (NTLH, ARA e BV), ou “felicidade” (Tradução da CNBB). Um e outro usavam a mesma introdução: ‘Assim diz o Senhor’”. [17]



E como já falamos muito sobre história, é hora de, partindo por estes dois exemplos, refutar, de modo bíblico e definitivo, a falaciosa Teologia da Prosperidade.



A Verdade Bíblica

Quando observamos as verdades Bíblicas nos confrontamos de modo profundo com aquilo que é ensinado pela Teologia da Prosperidade. A bem da verdade, muitos de nós já ouviram por aí absurdos sem fim para defender que o crente deve ter riquezas e uma saúde de ferro, e claro, aqueles que assim ensinam tentam respaldar-se na Bíblia. De fato, se tomarmos meia dúzia de textos isolados (principalmente promessas de bênçãos materiais feitas aos judeus), poderemos com base na Bíblia criar extravagâncias e aberrações diversas. Muitas são as seitas que aplicam este método falacioso. São muitos os problemas que a ignorância bíblica pode produzir no rebanho e essa sonolência espiritual tem permitido a entrada de falsos mestres e falsos ensinos no meio da igreja. Concordo plenamente com John MacArthur quando afirma que:

“Talvez a igreja hoje seja bem mais suscetível aos falsos mestres, aos pervertedores de doutrinas e ao terrorismo espiritual do que em qualquer outra geração na história da igreja. A ignorância bíblica dentro da igreja talvez seja muito mais profunda e mais generalizada do que em qualquer outra época desde a Reforma Protestante. Se você duvida disso, escolha aleatoriamente um dos sermões de qualquer dos principais pregadores evangélicos anteriores a 1850 e o compare com o sermão típico de hoje. Além disso, compare a literatura cristã de hoje com qualquer obra publicada há cem anos ou mais, pelas editoras evangélicas. (...) Os temas característicos dos sermões estão carregados de questões centralizadas no homem (tais como relacionamentos pessoais, vida bem-sucedida, auto-estima, listas de ‘como fazer’ e assim por diante) – a ponto de excluir muitos pontos da doutrina bíblica que exaltam doutrinários nas Escrituras que enaltecem a Cristo.” [18]



Pois bem, se você chegou até aqui, percebeu que os problemas mencionados nos seguintes textos bíblicos são reais em nossos dias:

“Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1Tm 6.9-10

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.” 2Pe 2.1-3



Entendendo que o amor ao dinheiro e poder está no coração dos pregadores da Teologia da Prosperidade e que eles estão no nosso meio, pois o joio cresce com o trigo (Mt 13.30), passamos a examinar as palavras do Senhor Jesus sobre as questões materiais.



Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. (Mt 6.19-20)



Creio que as palavras de Russel N. Champlin caem como uma luva neste contexto, quando diz que “o deus Mamom atrai mais que o Cristo da Galiléia” [19]. Forte e duro, mas real. Será que o modelo de vida seguido por Jesus está ultrapassado para a igreja pós-moderna (ou hiper-moderna?)?

Se os membros destas igrejas se dessem ao trabalho de examinar as Escrituras, descobririam que nossa riqueza está em boas obras (1Tm 6.18), na fé (Tg 2.5) e que somos herdeiros das insondáveis riquezas que estão em Cristo (Ef 3.8). Os divulgadores da Teologia da Prosperidade estão cegos em suas ambições materialistas e não percebem que Jesus deixou muito claro que as riquezas não são o alvo da igreja. Jesus não morreu para que nós O fizéssemos um banqueiro. É triste constatar isso, mas muitas das igrejas evangélicas, e muitos dos que carregam o rótulo de “evangélico” não estão mais adorando ao Deus Vivo, mas estão prestando culto à Mamom. Muitas igrejas nos dias de hoje são altares dedicados à Mamom.

E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. (Lc 12.15)



Certa feita, ouvi de um destes profetas da riqueza que acabara de comprar um bem de alto valor, que tal fato tinha ocorrido por ser um presente de Deus para ele. Ressalva: creio que Deus concede dádivas aos Seus filhos, porém dentro da Sua soberania e vontade, e nunca na nossa vontade. No entanto, em tom de superioridade, estes pregadores cortam o coração das ovelhas ao dizer que são merecedores de tais dádivas mais que os meros mortais do rebanho, ou seja, Deus tem nestes homens Seus filhinhos preferidos, a ponto de conceder presentinhos a uns, mantendo outros em angustia.

Outro destes profetas comprou, com recursos eclesiásticos, um automóvel importado de quase R$ 100.000,00 para que, através do uso “pastoral” pudesse ostentar quão abençoado ele é. O problema surgiu quando as fontes da igreja começaram a minguar, sendo rapidamente achada a solução: levantar, durante os cultos, apelos de gordas ofertas para quitação das parcelas do veículo de uso “pastoral”. Mais uma vez, ovelhas manipuladas como fantoches financiando a carruagem de ministros de impérios e reinos próprios. Um ultrage à cruz de Cristo e ao puro Evangelho da Graça.



Como o texto bíblico acima mencionado diz, é preciso tomar muito cuidado com a avareza e com o amor pela ostentação. A vida cristã é muito mais que isso. É infinitamente mais que isso.



O anseio por uma vida de luxo e riquezas traz de “brinde” a atrofia espiritual e desvirtua o cristão do seu caminho.

Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (Jo 16.33)



Talvez você foi mal orientado e “programado” que deve orar demasiadamente por algo. Talvez tenha sido ensinado a sempre “profetizar”, “determinar”, “tomar posse”, “exigir seus direitos” e as coisas nem sempre aconteceram como você queria. Ao invés da tão esperada benção, houve um silêncio incomensurável. Mas não se desespere! O modelo dos pregadores da Teologia da Prosperidade não segue o modelo bíblico e não condiz com o que Jesus ensinou.



As tribulações existem. Elas virão sobre muitos cristãos. Ainda assim não devemos desanimar, pois estamos ligados nEle independente de circunstancias externas (2Co 4.8-9). Se Deus deu o privilégio de todos desfrutarem do Sol e da chuva (Mt 5.45), por que pensar que sendo cristãos não teríamos problemas, lutas e tribulações? Se Cristo passou pelo que passou, seus discípulos não passariam? Tente imaginar esta mensagem de saúde de ferro e prosperidade financeira sendo pregada no contexto da Igreja Primitiva ou – em nossos dias – em países como Afeganistão, Sudão e Coréia do Norte, onde o simples viver é a maior de todas as bênçãos?! As prioridades foram invertidas, as raízes do cristianismo bíblico precisam ser expostas.



Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mt 6.33)



Este versículo é o supra-sumo, conclusão, síntese daquilo que Jesus deixou como a verdadeira prioridade de vida para o cristão. O propósito sublime está no Reino de Deus. É impossível que um pregador da Teologia da Prosperidade não se incomode com a verdade explícita registrada neste versículo.

Se tais homens realmente tivessem o Reino de Deus e Sua justiça impregnados no coração, de modo algum estariam propagando as mensagens que assombram a igreja, seja nos templos, na TV, no rádio, internet ou livros. É hora de dar um basta nisso! Se você ainda é um seguidor de tal teologia, faço um apelo que leia imediatamente o capítulo seis do Evangelho de Mateus e veja que Jesus faz ali um verdadeiro manifesto contra o materialismo; peça que o Espírito Santo lhe dirija na busca e descoberta da verdade do Reino de Deus. O Consolador te levará ao Senhor Jesus, e nunca a Mamom. Em seu comentário bíblico, disse William MacDonald sobre este versículo específico:

“O Senhor, portanto, faz um pacto com seus seguidores. Em resumo, ele diz: ‘Se você colocar os interesses de Deus em primeiro lugar na sua vida, eu garantirei suas necessidades futuras. Se você buscar, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, então eu cuidarei para que nunca lhe falte as necessidades da vida’” (destaque do autor) [20]



Dada a exposição das Escrituras, não vamos nos ater tão somente a mostrar o problema e expor a ferida. Propomos uma solução à questão.

Solucionando o Problema

Alguns se conformam com a existência desta falsa teologia e de seus mestres simplesmente por considerar que isso é parte da apostasia do tempo do fim. Ignorar este problema é um grave erro.

Outros acham que o crente não pode, em hipótese alguma almejar um equilíbrio em sua vida. Estes são os adeptos da “Teologia da Miséria”, pois bradam em alta voz que “crente bom, é crente miserável”. Não! Este também não é o caminho. Acredito que o equilíbrio é o ideal. Nem oito nem oitenta.



Acredito também que ficarmos tão somente apontando problemas sem indicar soluções é perda de tempo. Por isso, proponho o seguinte:

1. Equilíbrio, moderação e bom senso: Todos nós ansiamos por coisas boas, isso é um fato. A grande maioria trabalha duro, estuda, se especializa com o objetivo de desenvolver carreira profissional e um bom salário, e nisso não há pecado algum. É evidente que quando projetamos tal aspecto em nossas vidas ansiamos em dar melhores condições de para nossos familiares e devemos almejar alcançar os aflitos com estes recursos. Se não fosse assim, tornar-nos-íamos ascetas nômades que tocariam a vida no modelo socioeconômico do escambo.



O que moldará a diferença em nossas vidas é o principal objetivo, é aquilo que está no centro de nosso coração. Nosso alvo deve ser acima de tudo e de todos, o Senhor Deus. O texto a seguir resume o que quero dizer: “não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão”. (Pv 30.8-9).

Ou ainda, nas palavras de Craig L. Blomberg: “O principio de moderação explica as preocupações de Jesus e Paulo por uma vida simples, particularmente quando envolvidos no ministério, para não dar brecha desnecessária à má reputação do Evangelho”. [21]

2. Ensino Bíblico em todas as áreas da igreja local: O ensino sadio é algo de fundamental importância para que nossas igrejas sejam realmente sadias. Discutimos isso em maior amplitude no texto “Tripé Básico do Cristianismo – Parte 2: Ensinar”, mas quero ressaltar aqui que o ensino não está condicionado a uma estrutura de classe em Escola Bíblica.

O púlpito deve ser um local de exclusiva exposição clara da verdade da Palavra de Deus. Os informativos e jornais locais devem ser mais que um calendário de eventos e datas de aniversário, podendo ser um instrumento de edificação e evangelismo quando trouxer breves reflexões e devocionais bíblicos. O louvor deve glorificar o Senhor e ser carregado da mensagem cristã.

Desta forma, proponho banir de uma vez por todas o triunfalismo barato que invadiu os púlpitos, retornando a exposição clara das verdades contidas na Palavra de Deus, sem manipulação ou adulteração, para todo o que a ouve possa chegar ao conhecimento da verdade (2Co 4.2).

3. Mergulhar na graça e soberania divina: A graça é um favor de Deus para nós. A graça do Senhor soberano sobre tudo e todos nos foi concedida. Imagine só! O Deus todo-poderoso se importou conosco no mais sublime de Sua soberania (Mc 14.36; Mt 26.42; 1Jo 5.14).



Durante muito tempo minha vida foi aterrorizada pelo fantasma do merecimento, do legalismo e da autojustificação. Pensava que precisava fazer obras para me justificar diante de Deus e então passar a receber boas coisas da parte dEle. Pensava que os famosos sacrifícios, propósitos, votos, dos mais variados meios e formas, dos mais distintos valores, eram uma espécie de meio de troca dos favores de Deus para com o homem.

Até que um dia a venda da religiosidade caiu, e pude contemplar a graça de Deus em minha vida. Compreendi que acima de quem sou ou faço o Senhor Excelso cuida de mim, zela por mim, provê em minha vida e me sustém em Sua mão. Confio nEle. Que Ele faça o que quer em mim e por mim. Sigo o exemplo de Cristo: faça Sua vontade Deus, e não a minha. A benção da graça precisa ser capturada pelo coração dos crentes.

Enfim, o materialismo da Teologia da Prosperidade é uma grande prova de apostasia. Entendemos sim que somos mordomos daquilo que Ele nos concedeu cuidado e que se Ele quiser proverá coisas boas em nossas vidas, porém nunca nos deixaremos dominar pelo materialismo.



Deus não é fantoche de ninguém e não pode ser manipulado por Suas criaturas.

Seja você um cristão genuinamente bíblico e deixe de procurar por mensagens agradáveis que você e seu ego desejam, mas busque aquilo que o Senhor quer para você, lembrando sempre:

“Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” 2Co 4.18



Toda honra e glória ao Senhor!



Notas:

[1] Fundada por Mary Baker Eddy, a Ciência Cristã ensina – baseada no conceito dualista grego – que toda matéria é má, que o mundo material é uma ilusão e que a mente é a única realidade. Deus é um conceito estranho, relacionada a mente; Jesus foi uma figura histórica apenas; o pecado não existe e o inferno não passa de um mau estado mental.

[2] MATOS, Alderi de Souza. Raízes Históricas da Teologia da Prosperidade. Site Revista Ultimato

[3] KEPLER, Karl. Neuroses Eclesiásticas. Arte Editorial. São Paulo, SP: 2009. p.18

[4] HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise. CPAD. Rio de Janeiro, RJ: 1996. p.235-236

[5] SANDRONI, Paulo. Novíssimo Dicionário de Economia. Editora Best Seller. São Paulo, SP: 2001. p.336

[6] ENGEL, Joel. A Festa do Jubileu, 3ªed. Ministério Engel. Sobradinho, RS: 2004. p.77

[7] NETTO, Cristiano. Como Prosperar em Tempos de Crise, 6ªed. Edição do Autor. Curitiba, PR: 2003. p.64

[8] NETTO, Cristiano. Como Prosperar em Tempos de Crise. p.20.

[9] NETTO, Cristiano. O Melhor Vencedor do Mundo, 5ª ed. Ed. e Distr. Provisão e Vida. Curitiba, PR: 2003. p.90

[10] SOUZA, Raul de. A Lei da Semeadura. Épta Produções. Curitiba, PR: 2005. p.46

[11] SOARES, R.R. Como Tomar Posse da Benção. Graça Editorial. Rio de Janeiro, RJ: 2004. p.47-48

[12] BYRNE, Rhonda. O Segredo. Ediouro. Rio de Janeiro, RJ: 2007. p.6

[13] BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.17

[14] BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.41

[15] BYRNE, Rhonda. O Segredo. p.47

[16] WATTLES, Wallace Delois, A Ciência de Ficar Rico, 6ªed. Editora Best Seller. Rio de Janeiro, RJ: 2008. p.41

[16] WATTLES, Wallace Delois, A Ciência de Ficar Rico. p.38

[17] Texto “Hananias, o mago da prosperidade”. Site Revista Ultimato

[18] MACARTHUR, John F. A Guerra pela Verdade. Editora Fiel. São José dos Campos, SP: 2008. p.200-201

[19] CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 1. Editora Hagnos São Paulo, SP: 2002. p.326

[20] MACDONALD, William. Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento. Ed. Mundo Crsitão. São Paulo, SP: 2008. p.31

[21] BLOMBERG, Craig L. Nem riqueza, nem pobreza. Editora Esperança. Curitiba, PR: 2009. p.245-246



Autor: João Rodrigo Weronka

Fonte: [ NAPEC ]

Primeira Carta de Paulo aos Brasileiros

Prefácio e Saudação


Paulo, apóstolo, não da parte de homens, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai a todos os santos e fiéis irmãos em Cristo Jesus, que se encontram em terras brasileiras, graça e paz a vós outros.



Exortações à Igreja

Rogo-vos para que não haja partidos entre vós. Mas vejo que é isso que está ocorrendo, pois uns dizem: eu sou de Malafaia; outros, de Macedo; outros do Waldomiro, outros, do Soares; outros de Feliciano. Quem é Malafaia? Quem é Macedo? Quem é Soares? Quem são eles? Por acaso Cristo está dividido? Não são neles que devemos postar nossos olhos, mas em Cristo, o único que morreu por nós. Vejo que ainda sois meninos na fé quando o propósito de cada um é só buscar bênçãos para si, visando os próprios interesses e não o interesse do Corpo. Digo-vos que a maior benção já vos foi concedida na cruz quando fostes resgatados da morte e das trevas. Agora, aprendam a viver contentes e dar graças a Deus por tudo.



Sinais e Prodígios

Assim como os judeus pediam sinais em minha época, há muitos que só pensam em prodígios e maravilhas: fazem correntes e marcam hora para as curas se efetuarem, e eu já havia advertido aos seus irmãos de Tessalônica que tão somente orassem o tempo todo, pois apenas Deus é quem sabe a hora de atender. Eu mesmo deixei Trófimo doente em Mileto, o amado Timóteo foi medicado enquanto esperava o Senhor curar sua gastrite, e Epafrodito adoeceu mortalmente chegando às portas da morte. Por que entre vós no Brasil seria diferente?



Outras admoestações

Estão fazendo rituais para amarrar demônios e declarar que as cidades do Brasil são do Senhor Jesus. Nunca vistes isso em mim e em nenhum momento em Cristo. Pelo contrário, preguei o evangelho em Éfeso, mas a cidade continuou seguindo a deusa Diana. No Areópago de Atenas riram e zombaram de minha pregação, e poucos aceitaram a palavra do evangelho; como eu iria dizer que Atenas era do Senhor Jesus? Em Corinto, a prostituição continuou a dominar a cidade, e em Roma as orgias e as dissoluções da família até se intensificaram no decorrer dos anos. Dizer que Roma pertencia ao Senhor Jesus seria uma frase que levaria ao engano os poucos irmãos verdadeiramente convertidos. Na verdade muito me esforcei e fiz de tudo para ver se conseguia salvar a alguns. Nunca ensinei a reivindicar territórios, mas tão somente orava a Deus que me abrisse uma porta para pregar a Palavra.



Cuidado com os falsos apóstolos

Há muitos homens gananciosos aparecendo no meio de vós no Brasil dizendo que são apóstolos e criando hierarquias para exercer domínio uns sobre os outros, coisa que nunca aceitei. Por que tanta preocupação com títulos? Por que ninguém se contenta em ser chamado simplesmente servo? Pois isso é o que realmente importa. Saibam que há muitos obreiros fraudulentos transformando-se em apóstolos de Cristo. Já vos advertira que depois da minha partida, entre vós penetrariam lobos vorazes que não poupariam o rebanho de Cristo, vós não lembrais disso brasileiros?



Sobre os dons espirituais

Soube que muitos estão preocupados com os dons. É verdade que eles são importantes, mas o Espírito concede a cada um conforme melhor lhe convém. Tenho percebido que valorizam principalmente os dons sobrenaturais – como falar em línguas, visões, curas e revelações – e esquecem-se que ensinar bem as Escrituras, administrar com zelo as coisas de Deus e promover socorro aos necessitados também são dons espirituais. Mas o que eu quero mesmo é que estejais buscando para suas vidas o fruto do Espírito. De nada adianta ter fé suficiente para curar pessoas, transportar montes e expulsar demônios se ficais devorando uns aos outros, se não têm amor, se provocam rixas e intrigas entre si e dão mau testemunho.



Ofertas ao Senhor

Quanto às ofertas e sacrifícios, já falei por carta: no primeiro dia da semana cada um separe segundo sua prosperidade. Nunca fiz leilão de bênçãos do Senhor, desafiando o povo a ofertar, começando com 10 moedas de ouro até chegar ao que tinha um denário. O único sacrifício aceitável por Deus já foi feito na cruz pelo seu Filho Jesus, entendais isto brasileiros. Quando Deus me der oportunidade de visitar-vos quero conhecer os que estão se enriquecendo com o Evangelho e enfrentar-lhes face a face. A piedade jamais pode ser fonte de lucro e se continuarem nessa sórdida ganância haverão de sofrer muitas dores.



A busca da verdadeira maturidade

É imprescindível que manejem bem a Palavra, pois chegou ao meu conhecimento que esta é uma geração tão ignorante nela que estão sendo enganados por lobos vorazes, que trazem enganos e sofismas, e a esses, de boa mente, os tolerais. Lembrem-se que quando preguei em Beréia o povo consultava a Palavra para ver se as coisas eram de fato assim. Por que não fazeis vós o mesmo? Ora, os ardis de satanás vêm sempre disfarçados na pregação de um anjo de luz. Vejo que entre vós há muitos acréscimos e deturpações daquilo que falei. Admoesto-vos a que não ultrapasseis o que está escrito.



As saudações pessoais

Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo e sim a seu próprio ventre, seus próprios interesses. Em breve vos vereis.



A bênção



A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós do Brasil.



Marcos Vinicios Habib Moreira

Presidente da Juventude Batista Serra dos Órgãos

Membro da Primeira Igreja Batista em Teresópolis - RJ

Fonte: [ Ministério Batista Beréia ]

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O dia do Trabalhador e Doze conselhos para ter um inforto Feliz

Esta semana comemoramos o dia do trabalhador. Precisamos lembrar que trabalho não é sinônimo de emprego. Alguns tem emprego de carteira assinada com todos os direitos, porém não trabalha. Outros, como uma dona de casa, que não tem emprego formal, trabalha muito durante o dia para dar conta dos filhos, da comida, da casa, e ainda tem aquele marido chato que chaga exigindo que esteja tudo pronto. Trabalhador não é aquele que fica na cama, ou em frente a televisão o dia inteiro, mas o que ocupa o tempo e a mente com coisas que contribuam para sua vida.


Todo trabalho, sendo ele empregado ou não, dignifica o homem. Principalmente quando sentimos prazer naquilo que fazemos, não importa se é remunerado ou não; se reconhecido ou não; se custoso ou não, mas se nos sentimos realizados nele. É interessante que a palavra trabalho vem do latim tripalium, que era um instrumento de tortura de três pernas (tripalium). Quem criou esta expressão trabalho, derivada de tripalium, viu trabalho como uma tortura, e para muita gente é enfado. Mas muitas outras é fonte de realização.

E quando o trabalho se torna um problema? Pensando nisto, especialmente na vida moderna, na correria do dia-a-dia para ganhar o pão, na exaustão de muito trabalho que a própria vida nos impõe. Lembramos das palavras de Salomão que diz: Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus." (Ec. 2.24). Em toda a Bíblia, Salomão é o que mais fala sobre o trabalho das mãos dos homens. E ele chega a uma conclusão intrigante: Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol? (Ec. 1.2,3).

De fato. O sentido da vida não está no trabalho, nem no ganho que ele traz, mas no Deus cuida de nós e garante o nosso sustento, como diz o salmista: Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados enquanto dormem. (Salmo 127. 2).

Contudo muitos ainda não entenderam isso. E estão prejudicando a própria saúde física, mental e espiritual, fazendo que tudo se torne vaidade.

Trouxemos então, de forma bem humorada algumas dicas para termos um infarto feliz, preparado pelo cardiologista Dr. Ernesto Artur, mostrando que muitos de nós não têm levado a sério a mordomia da vida e tem descuidado de sua própria saúde:

1. Cuide de seu trabalho antes de tudo. As necessidades pessoais e familiares são secundárias.

2. Trabalhe aos sábados o dia inteiro e, se puder também aos domingos.

3. Se não puder permanecer no escritório à noite, leve trabalho para casa e trabalhe até tarde.

4. Ao invés de dizer não, diga sempre sim a tudo que lhe solicitarem.

5. Procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias e conselhos. Aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.

6. Não se dê ao luxo de um café da manhã ou uma refeição tranqüila. Pelo contrário, não perca tempo e aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.

7. Não perca tempo fazendo ginástica, nadando, pescando, jogando bola ou tênis. Afinal, tempo é dinheiro.

8. Nunca tire férias, você não precisa disso. Lembre-se que você é de ferro.

9. Centralize todo o trabalho em você, controle e examine tudo para ver se nada está errado. Delegar é pura bobagem; é tudo com você mesmo.

10. Se sentir que está perdendo o ritmo e o fôlego tome logo estimulantes e energéticos. Eles vão te deixar tinindo.

11. Se tiver dificuldades em dormir não perca tempo: tome calmantes e sedativos de todos os tipos. Agem rápido e são baratos.

12. E por último, o mais importante: não se permita ter momentos de oração e meditação diante de Deus. Isto é para crédulos e tolos. Repita para si: Eu sou a minha própria religião.

O Dr. Artur completa: TENHA - UM - INFA RT O - FELIZ! A escolha é sua!

Pr. Nelmo Monteiro Pinto

quinta-feira, 1 de abril de 2010

30 razões porque ainda é melhor ser batista



O que nos distingui como batistas? Por que somos batistas e não metodistas, presbiterianos, luteranos, adventistas, pentecostais ou neopentecostais? Não obstante nosso respeito a eles e reconhecimento de que são nossos irmãos em Jesus, membros da igreja universal de Cristo, há algumas razões que justificam nossa opção denominacional.



Elas são apresentadas aqui propositalmente sem maior aprofundamento teológico, sem citações bíblicas que as fundamentem e de maneira livre e aleatória, para tornar o texto mais curto possível e de fácil compreensão. O respaldo bíblico-teológico está nos documentos “Declaração de Fé” e “Princípios Batistas”. O “ainda” no título fica como um alerta para o risco de virmos a perder estes diferenciais, sob pena de não mais ser “melhor ser batista”.

Os principais princípios e doutrinas distintivos dos batistas são:



1. Nas igrejas batistas as Escrituras Sagradas são o único fundamento de fé e conduta. Em nossa maneira de interpretá-la não prosperam os extremos do fundamentalismo ou do liberalismo. Para nós, nenhum outro documento ou livro se aproxima nem de perto da autoridade da Bíblia.



2. Cada crente batista exerce o privilégio do livre e responsável exame da Palavra de Deus. Apreciamos uma leitura piedosa e respeitosa da Bíblia. Respaldamos nosso estudo do texto bíblico numa exegese fundamentada cientificamente e no uso de consistentes regras da hermenêutica.



3. Cremos que a Bíblia é sua melhor intérprete, não se contradiz, mas se complementa. É palavra divina, revelação progressiva de Deus e de Sua vontade, escrita por seres humanos inspirados pelo Espírito Santo, que respeitou as peculiaridades de suas personalidades e da estrutura cultural de cada tempo, sem que ela perdesse sua extraordinária unidade. O Espírito Santo hoje não mais inspira novas verdades, mas ilumina as mentes dos que a leem com fé para compreenderem as verdades já reveladas.



4. Entre nós predomina o conceito de igreja local. Somos as igrejas batistas no Brasil e não a igreja batista. Nossa união denominacional se dá por um processo que reconhecemos ser mais difícil, mas muito mais maduro e coerente com a liberdade com que Deus nos criou, e que exige extrema grandeza, desprendimento e sabedoria de todos nós: A cooperação voluntária.



5. Nossas igrejas são autônomas, mas não independentes ou autosuficientes. Valorizamos a interdependência e a comunhão fraterna com as igrejas co-irmãs. Não obstante nossas igrejas se autogovernarem, primam por serem submissas à soberana vontade de Deus, às orientações de Sua Palavra e fiéis às doutrinas e princípios que concordemente julgamos coerentes com as Escrituras.



6. Formamos uma Convenção de igrejas e espontaneamente decidimos nos unir a ela, contribuindo com recursos financeiros e humanos para seu crescimento, seguindo suas orientações, diretrizes e filosofia, definidas, aliás, pela demonstração da vontade da maioria e entendidas como expressão de nossa compreensão da vontade de Deus contidas na Sua Palavra. Quando pensamos ou queremos agir de maneira diferente, consideramos digno nos desfiliarmos da denominação e respeitarmos todos os direitos legais e morais, inclusive patrimoniais do grupo que deseja manter-se fiel aos princípios de fé batistas.



7. Nossa Convenção se estrutura por áreas afins à missão da igreja, que é a implantação do Reino de Deus. Com a união dos esforços de todas as nossas igrejas, pois uma isoladamente não conseguiria tanto, podemos realizar com mais eficácia e volume a obra de evangelização do Brasil e do mundo, a obra de ação social, de educação cristã e de formação teológico-ministerial.



8. Nossas igrejas são democráticas. Adotamos um governo congregacional. Cada membro tem direito a voz e voto. Prevalece a vontade da maior parte. Quem perde, humildemente, segue a maioria. Temos ciência, entretanto, de que mesmo a vontade da maioria e até a unanimidade pode, em algum momento, não representar a vontade de Deus e, muitas vezes, algumas decisões podem ser revistas.



9. Somos avessos ao autoritarismo, mas entendemos a importância da autoridade, principalmente a espiritual. Temos mecanismos regimentais para mudar nossa liderança quando ela não está servindo bem. Não somos presbiteriais (governo de alguns) ou episcopais (governo de um). Não temos líderes infalíveis nem prosperam entre nós, por muito tempo, donos da verdade e da última palavra.



10. Sabemos para onde vão os recursos arrecadados em nosso meio. Podemos definir onde vão ser gastos e, ainda melhor, receber periodicamente relatórios auditados das entradas e saídas. Nosso mundo batista é mais transparente.



11. Nossas igrejas mantêm-se separadas do Estado. Queremos ser a consciência do Estado, voz profética fiel, incontaminável, irrepreensível, orientadora e questionadora do poder público. Politicamente somos apartidários, o que não impede que os membros individualmente façam suas opções. Como parte do Reino de Deus, usamos nossa influência na busca da construção de um mundo melhor e de uma sociedade mais justa.



12. Entendemos que não devemos receber favorecimentos ou doação de recursos públicos para a manutenção de nossos cultos, templos e ações evangelísticas. Entretanto, consideramos como legítimas, extensivo a todas as confissões religiosas, as imunidades tributárias constitucionais em função de nossa natureza não-econômica e dos enfoques socioespirituais de nossa missão. Não nos opomos à formalização de parcerias públicas ou privadas para projetos sociais, em prol dos mais pobres, desde que elas não comprometam nossa autonomia, princípios éticos e autoridade espiritual.



13. Como batistas, preconizamos a absoluta liberdade de consciência. Defendemos que todos têm liberdade para escolher sua religião, pregar suas convicções, respeitando direitos e crenças alheias. Acreditamos que cada pessoa é livre e responsável diante de Deus. Entretanto, somos impelidos a anunciar a todos, com obstinação e sabedoria, aquilo que firmemente cremos, para que tenham a liberdade de poder aceitar ou rejeitar.



14. Abraçamos o sacerdócio universal de todos os crentes. Todos têm acesso direto ao Pai. Nossos pastores não são gurus ou mediadores. São profetas, intérpretes da Palavra revelada de Deus. São seres humanos, um pouco mais preparados e convictos da convocação divina para o ministério pastoral. Não são proprietários ou concessionários de bênçãos celestiais. São pessoas comuns, mas chamadas e capacitadas por Deus, para instruírem e cuidarem do rebanho do Senhor. Nossos pastores não são donos do rebanho, nem vão prestar contas diante de Deus por ovelhas que se dispersam, mas, sim, pelo ministério para o qual foram convocados, se o cumpriram bem. Para nós, todos os salvos somos ministros e intercessores diante de Deus e a verdade revelada está disponível a todos.



15. Não temos pressa para batizar ninguém. Queremos ver, antes, naquele que quer ser batizado, evidências de crente regenerado e ter alguma certeza de que cada batizando está ciente do preço a ser pago por um discípulo de Cristo. Por isso, também, não batizamos bebês ou crianças, que não podem ter plena consciência disso, até porque não achamos que o batismo em si produza salvação. Só o tempo e os frutos dirão se o batismo representou realmente uma conversão verdadeira.



16. Entendemos como biblicamente adequado o batismo por imersão, por simbolizar melhor o novo nascimento (morte para o mundo e ressurreição para uma nova vida em Cristo) e a identificação com a morte e ressurreição de Cristo, sem deixar de ter como irmãos em Cristo aqueles que foram batizados de outra forma, mas sob a égide de uma genuína fé em Jesus Cristo.



17. A Ceia que celebramos não é santa. Santo é o Senhor da Ceia. Não entendemos que os elementos mudem de substância, ou passem a possuir qualquer presença mística divina. Na ceia do Senhor, nenhuma graça e unção de mistério são transmitidas ou conferidas, a não ser a bênção da comunhão, da gratidão, da recordação, do memorial do bendito sacrifício de Cristo na cruz.



18. Aguardamos com serenidade e expectativa a volta de Jesus, o juízo final e a entrada no novo Céu e na nova Terra para qualquer tempo. Enquanto isso, queremos ser sal e luz e instrumentos usados por Deus para implantação dos valores do Reino neste mundo. Não somos prisioneiros de sistemas escatológicos detalhistas, de dispensacionalismos esquemáticos rígidos ou de milenismos literais.



19. Não compactuamos com promessas vãs de prosperidade para os que contribuem. Dizimamos por obediência à Bíblia, por consciência da necessidade da obra e pela alegria de dar. Continuamos crendo num Deus que nos ama, que nos tem como filhos, possuindo ou não fartura de bens materiais ou de saúde.



20. Predomina entre nós a doutrina da abstenção (não participar) em relação ao uso de bebidas alcoólicas (bem como cigarros e outras drogas), ainda que alguns poucos prefiram o princípio da temperança (participar com moderação). Por amor aos potencialmente ou ex-viciados e evitando o risco de atribuir à frágil carne o poder de autocontrolar-se, a grande maioria de nós prefere abster-se.



21. Defendemos o casamento santo, indissolúvel e monogâmico. Absorvemos com tristeza o divórcio pela “dureza dos corações” dos seres humanos que não conseguiram se manter juntos, mas não o recomendamos. Temos como abençoado o sexo somente dentro do casamento.



22. Não ignoramos o poder de Satanás, mas não o superestimamos, vendo-o em todo lugar e em qualquer coisa, colocando-o em igualdade com Jesus. Contamos com o discernimento do Espírito para julgar corretamente manifestações parecidas com possessões ou influências demoníacas, pois temos consciência de que a maioria tem outras razões que as explicam. Em discernindo-as como realmente malignas, enfrentamos no poder de Jesus, com oração, com amor e respeito à pessoa humana, sem as usarmos para promover espetáculo público com elas. Nas igrejas batistas só Jesus Cristo tem lugar de destaque.



23. Pregamos e promovemos um Evangelho de ação integral. Como Jesus ensinou, não é só a alma do homem que precisa de salvação, mas também suas emoções e seu corpo, bem como sua família, a sociedade e as estruturas sociais, econômicas e políticas. Mesmo tendo consciência de que a redenção completa só se dará com a volta de Cristo, lutamos para que os valores e os ideais do Evangelho façam diferença já.



24. Compreendemos a importância da obra do Espírito Santo, que age como e onde quer, mas nunca contrário à sua própria Palavra, trazendo confusão. Queremos estar abertos ao Seu mover, mas somos cuidadosos ao afirmar que certos comportamentos, sem precedentes nas Escrituras ou tiradas fora de seu contexto, sejam realmente ações dEle. Nossa cautela nos tem livrado de embarcar em movimentos fugazes ditos do Espírito.



25. Temos clareza de que a missão dos anjos é específica, ocasional e dirigida por Deus. A presença permanente, protetora, conscientizadora e orientadora é prioritariamente do Espírito Santo de Deus, que habita no coração daqueles que, pela fé, recebem a Cristo Jesus como Salvador e Senhor.



26. Cremos que Deus, por Sua soberania, tem poder para curar e realizar milagres ainda hoje, com quem, onde e quando quer. Segundo Sua perfeita vontade, pode também não curar. A exemplo de Jesus, preferimos que as pessoas se acheguem a Ele em busca da cura espiritual e do milagre da salvação, pois estes são eternos. Não somos afeitos a dar ordem a Deus para que milagres e curas aconteçam. Não manipulamos situações e emoções, nem estimulamos sua busca frenética. Mesmo testemunhando muitas curas em nossas igrejas, somos, como Cristo, prudentes em alardeá-las. Sempre que precisamos de um milagre, pedimos por ele a Deus, confiantes e submissos à Sua vontade.



27. Somos, por origem, avessos à espiritualização ou divinização de objetos, imagens e pessoas. Não atribuímos poder sobrenatural às coisas. Não nos identificamos com místicos, feiticeiros, esotéricos ou fanáticos religiosos. Cremos na suficiência de Jesus Cristo. Exercitamos nossa fé com sobriedade e apoiados na boa doutrina cristã. Cultuamos exclusivamente ao Deus triúno, Senhor absoluto de nossas vidas e do amanhã. Nossos templos e qualquer dia da semana ou ano não são santos. Ainda que tenhamos por nossos salões de culto e suas dependências zelo, eles só representam santuários quando o povo remido nele se reúne em nome de Jesus e para adorar a Deus. Eles são espaços para adoração, comunhão, crescimento cristão e serviço à comunidade ao redor dele, em nome de Jesus. Templos do Espírito Santo são, primordialmente, os salvos em Jesus, onde o Espírito habita, onde quer que estejam.



28. É muito bom ser batista porque, ainda que precisemos construir alguns grandes e bonitos templos e prédios para nossas instituições servirem mais e melhor, temos consciência de nossa condição de peregrinos e de que nossa prioridade é a evangelização e o cuidado espiritual de nosso país e mundo. Nossas agências missionárias e igrejas, com ofertas levantadas entre nós, sustentam centenas de missionários que, espalhados pelo Brasil e por toda a Terra, semeiam o Evangelho da graça (não da Lei), da paz (não do confronto), do livre arbítrio (não da imposição), da liberdade (não da dominação), da misericórdia (não da arrogância), do amor (não do ódio), do perdão (não da vingança), da justiça (não da corrupção), da retidão (não da imoralidade), da santidade (não do pecado). As Boas Novas do bom e do maravilhoso Deus, que salva vidas e transforma o mundo em um lugar melhor.



29. Somos um exército de milhares de homens e mulheres, jovens e crianças, que voluntariamente servem a Deus em suas igrejas e comunidades. Ainda que tenhamos alguns que precisem dedicar-se exclusivamente à obra, e que para isso necessitam do justo sustento, prevalece entre nós o trabalho dedicado e espontâneo da imensa maioria dos filhos de Deus que desejam adorar e servir ao Senhor no mundo, como resposta de gratidão e amor pela salvação que recebemos.



30. É melhor ser batista porque, ainda que tenhamos coisas para melhorar, fragilidades para superar e defeitos para corrigir, nosso sistema tem muitos mecanismos e recursos para que qualquer um, sendo usado por Deus, encaminhe propostas que visem a aperfeiçoar ou mudar o que for necessário para servirmos mais e melhor ao Senhor e sermos um povo abençoado e abençoador neste tempo e neste mundo.



Como batistas temos também alguns problemas, mas isto é para outro texto. Caso o leitor tenha mais alguma razão que nos diferencie positivamente de outros grupos denominacionais, gostaria de receber sua participação. Vamos ver até quantas razões podemos chegar. O objetivo não é despertar vaidade e, com isso, nos separar ainda mais dos irmãos de outras denominações, mas ajudar aos membros de nossas igrejas a estarem conscientes de sua identidade batista.



WALMIR VIEIRA

Pastor, diretor executivo da ANEB e secretário executivo interino da ABIBET


Fone: http://www.batistas.org.br/

terça-feira, 30 de março de 2010

Alerta!!! Pulseiras do sexo



Adereço com significado sexual (idéia importada da Inglaterra) chega ao Brasil e causa uma “febre” entre adolescentes e jovens e grande preocupação entre os pais.




Os mais atentos já notaram que os adolescentes incrementaram o visual com mais alguns ítens. À primeira vista, uma colorida pulseira de plástico nos pulsos das crianças parece inocente. Mas, na ralidade, elas são um código para experiências sexuais, onde cada cor significa um grau de intimidade, desde um abraço até ao sexo propriamente dito.



Clique aqui, baixe a matéria em PDF e continue lendo.

http://www.4shared.com/get/165286993/4800f619/noticia_pulseiras.html

Divulgue essa matéria e… PAIS, FIQUEM ATENTOS!!!


fonte: letras santas

terça-feira, 23 de março de 2010

Reflexos de uma teologia EQUIVOCADA

Por Isaltino Gomes Coelho Filho



Parece-me haver um debate teológico em nossa denominação, enfocado de maneira equivocada e com rótulos pouco acertados. Vejo que alguns dividiram o cenário entre “conservadores obscurantistas fossilizados” contra “intelectuais arejados, sintonizados com novos tempos”. Li, um dia, que sou o líder do fundamentalismo batista, “tendência tolerada pela CBB”. Não sei quem me constituiu líder, e talvez a pessoa que me rotulou não sabe o que é um fundamentalista. Parece que ela se vê como um intelectual sintonizado com os novos tempos. Mas nada é mais fundamentalista que um intelectual sintonizado com os novos tempos. Fora do seu esquema não há salvação. Nem vida inteligente. É o detentor do saber e da erudição teológica, embora mais douto em sociologismo e filosofismo que em teologia.



Um livro de Charles Colson, “O Cristão na cultura de hoje – desenvolvendo uma visão de mundo autenticamente cristã”, me ajudou a entender um pouco mais a questão. Segundo ele, há três doutrinas teológicas básicas para uma visão correta do mundo: Criação, Queda e Redenção. A Criação fala de nossa origem, de nossa dignidade e do propósito de Deus para a raça humana. A Queda mostra que somos pecadores, que há algo errado com o mundo, e que necessitamos de redenção. A Redenção mostra os atos de Deus para nos levar de volta ao Éden. É fascinante que em Apocalipse 22, a árvore da vida, que fora vedada ao homem, reaparece para ser usada. A obra de Cristo está escatologicamente consumada.



Alguns segmentos trocaram a Criação pelo Surgimento Acidental, tornando o homem um evento despido de valor teológico. Com isso, aceitam o jogo darwinista e freudiano, de nos tornar sem valor espiritual, apenas mecanismos biológicos. E aplicam ao homem critérios de avaliação e soluções completamente seculares. A doutrina da Queda foi substituída pela visão iluminista, romântica e ultrapassada, da bondade inata do homem: o problema do homem não é ele, mas a sociedade. Assim, a doutrina da Redenção perde seu valor e é substituída pela discurseira humanista que ouvimos. O secundário é posto como fundamental, e o fundamental é banido.



Nesta visão, a Bíblia deixa de ser os óculos pelos quais devemos enxergar o mundo e é analisada por correntes de pensamentos de pessoas não regeneradas. Não é de se estranhar que em muitos currículos teológicos haja mais espaço para filosofia e sociologia que para teologia e Bíblia. Alegar que aquelas permitem entender estas é um equívoco. E a Bíblia não é estudada, mas sim teorias sobre a Bíblia. Estudar a Bíblia e estudar teorias sobre ela são coisas diferentes. Participei, com satisfação, de um projeto teológico que privilegiava o estudo das Escrituras. Fomos ironizados por alguns que nos chamavam de “instituto bíblico” e de EBEDEZÃO. A que ponto chegamos: ensinar a Bíblia é antiintelectualismo.



Perdendo a visão destas doutrinas como espinha dorsal de nossa conduta, a igreja se secularizou. Passou a ser vista mais como empresa, e a depender mais de métodos eclesiológicos e litúrgicos que do poder de Deus. O púlpito se ocupa mais de emitir conceitos que de expor a Palavra de Deus e aplicá-la aos ouvintes. Com isso, a igreja perdeu a espiritualidade, e tenta suprir isto animando o auditório com um “culto contextualizado”.



Precisamos retornar às Escrituras. Os seminários precisam ser casas de ensino das Escrituras. O púlpito precisa ser o local de proclamação das Escrituras. A igreja precisa ser a comunidade das Escrituras. Chocou-me ouvir de alguns crentes que o púlpito de sua igreja trocara o ensino bíblico por comentários de livros de Augusto Cury. É sintomático. A auto-ajuda tomou o lugar da proclamação de “todo o conselho de Deus”. O evangelho parece incomodar profundamente a igreja. Tanto que muitos de nossos cânticos se lastreiam no Antigo Testamento, procurando criar um estado de euforia no culto. Nem uma nem duas vezes, ouvi mensagens em que o nome de Jesus, a cruz, a salvação, pecado, vida eterna, os grandes temas da Escritura nem foram mencionados. Perda de visão das três doutrinas pilares da fé cristã em nosso contexto cultural.



Sem diagnosticar e sem julgar, indago-me se muito da crise de nossas instituições de ensino teológico não se conecta à perda daquele charme, de que os seminários eram casas de profetas e de pregadores da Bíblia. Um dia desses comparei um pouco mais de uma centena de revistas teológicas que tenho. Algumas, da década dos cinqüentas e sessentas, escritas por Crabtree, Bratcher, Dr. Oliver, Dr. Purim, Jerry Key, Page Kalley, e outros, com temas bíblicos, teológicos e eclesiológicos. Comparei-as com as atuais. Não citarei nenhuma, para evitar problemas, mas notei que a ênfase é mais na interpretação sociológica da teologia e das Escrituras. É um tal de “o olhar do outro” ao invés do “olhar de Deus” que fico perplexo. A Bíblia deixou de ser o microscópio e passou a ser o objeto examinado. É triste ler um artigo teológico em que Jesus se torna o Cristo interno, de Huberto Rohden, e não o Redentor, e é nivelado a Buda e a Maomé. Talvez isto explique o porquê do desencanto de tantos jovens e tantas igrejas com os seminários. Não creio que temos crise de vocações. O projeto Radical da JMM e os projetos “trans” mostram um grande contingente de jovens dispostos a servir. Mas não a receber “preparo teológico”. Muitas igrejas não se sentem estimuladas a investir na educação teológica. Elas são sempre criticadas, mas nunca lhes perguntam por que agem assim. No entanto, creio que devem ajudar os seminários, e depois, então, expor seu desejo de que as coisas mudem, como tenho ouvido em muitos retiros de pastores, onde tenho sido preletor.



Não quero avaliar seminário nem deixar a idéia de que acuso alguém. Se ficou esta imagem, perdoem-me. Fui mal entendido ou expressei-me mal. Quero chamar a atenção para um fato: à volta à ortodoxia bíblica é um excelente antídoto a muitos de nossos problemas. E deixo uma palavra aos jovens: A teologia não é inimiga da fé, a ortodoxia não é indigência mental e o liberalismo teológico (mesmo que seus autores não tenham coragem de assumi-lo) não significa erudição. O verdadeiro saber teológico produz piedade. E o que afasta da piedade não é o saber, mas o pecado de desprezar a autoridade da Escritura, e subordiná-la ao saber humano. Não esqueçamos deste valor teológico: Criação-Queda-Redenção. A saúde e o saber teológicos dependem dele. E se isto é ser fundamentalista, eu assumo, com satisfação.


 
 

SOU LEGALISTA, MAS QUERO MUDAR




Pr. Israel Belo de Azevedo



Jonas era perfeccionista. Quando descansou para ver o que tinha feito, ficou triste, porque as coisas saíram do seu controle: que absurdo! O povo de Nínive se converteu...



Jonas tinha um alto senso crítico, inclusive em relação ao si mesmo. Quando o problema no barco surgiu, ele não teve dificuldade de perceber onde estava o problema. Ele era o problema. Mas ele se perdoava, porque o problema maior era o povo a quem foi enviado ou era o Deus que o enviara.





Jonas vivia comparando. Ele olhou para a história do seu povo e viu um povo eleito e merecedor de amor. Olhou para os assírios e viu um povo que não merecia uma chance de ouvir uma boa notícia.

Jonas era arrogante. O Jonas que ora no ventre no peixe não é o Jonas verdadeiro; o verdadeiro era aquele que se achava portador da verdade: com que prazer ele pregou: vocês vão morrer se não se arrependerem. E ele estava certo, em sua arrogância, que o povo não arrependeria. Como todo legalista, Jonas achava que sabia mais que Deus.



Jonas era intolerante. Os assírios tinham que ser varridos do mapa; sua maldade tinha chegado aos céus. Jonas tinham um ódio "santo" daquele povo.





Jonas era fanático. Ele sua via o que queria: um povo que merecia morrer, nunca viver. Quando foi pregar, tinha certeza que não haveria nenhuma conversão.



Jonas era hipócrita. Ele não queria entrar na história como alguém que pregou a um povo que não merecia. Ele não queria sujar o nome do seu seminário, com uma mensagem tão fora dos padrões. O que Deus lhe pediu era uma obra menor; ele não queria ser conhecido como o profeta que pregou aos opressores. Ele tinha um nome a zelar.



O maior problema de Jonas, no entanto, era sua teologia.



Ela nos ajuda a entender a de muitos de nós, que tendemos ao legalismo.



1. O legalista até ouve a voz do Senhor.

Quando Deus chamou Jonas para pregar aos ninivitas, ele o ouviu. O problema do legalista não é ouvir; é obedecer. O legalista, portanto, até ouve a Palavra de Deus, mas não consegue obedecê-la, porque se coloca como o chicote de Deus para os homens (Jonas 1.1-3).



2. O legalista até crê na graça, mas não admite que ela alcance os de fora da sua lista.

Para Jonas, Deus não podia derramar graça sobre os ninivitas. Segundo o relato bíblico, viu Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e não o fez. Com isso, desgostou-se Jonas extremamente e ficou irado (Jonas 3.10; 4.1)

A salvação de Nínive não cabia no compêndio teológico de Jonas. A tradição teológica do seu povo, à qual Jonas era fiel, não comportava o horizonte da conversão de um povo opressor.



3. O legalista até ora sinceramente, porque sabe que Deus é bom.

Jonas orou ao Senhor e disse: Ah! Senhor! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-se, e grande em irar-se, e que te arrependes do mal (Jonas 4.2).



PARA MUDAR

Os resultados do legalismo são culpa, vergonha, ressentimento e esgotamento.



1. Precisamos de uma boa teologia acerca da graça, que nos lembre que o legalismo é contrário ao evangelho cristão, porque esta na contramão da graça dinâmica de Deus em Jesus Cristo.

O Cristianismo não é uma religião baseada na lei.



O legalismo não nos salva e nem nos santifica. O legalismo é a base de uma religião que cega as pessoas e as mantém escravas a regras, a regulamentos, a rituais e ao esforço próprio. O legalismo é pecado, porque valoriza as obras da carne e incita ao pecado, em lugar de nos ajudar a evita.



O legalismo é idolátrico, ao colocar um padrão de lei independente baseado na justiça própria e não na justificação divina.

Ele é contrário à fé, que é a nossa resposta à ação de Deus. É contrário ao senhorio de Jesus, que é Quem dirige e guia nossas vidas. É contrário a uma vida cristã guiada pelo Espírito Santo, que nos capacita e fortalece (Efésios 5.8).



É contrário à obediência cristã, que se realiza em ouvir a direção do Senhor Jesus. É contrário à liberdade em Cristo, liberdade que alcançará, sabemos, sua plena realização no Reino por vir (João 8.31,32,36; 2Coríntios 3.17; Gálatas 5.1,17).



Por isto, o legalismo não é para ser tolerado; ao contrário, deve ser exposto para ser evitado (Gálatas16-9).



2. Precisamos de uma boa perspectiva do que seja a vida, que nos lembre que o legalismo mantém as pessoas distanciadas e alienadas de Deus.

Isto não quer dizer que jamais defenderemos nossos pontos de vista e jamais lutaremos para vê em prática e jamais confrontaremos o erro, teológico ou moral.

É claro que precisamos lutar pela fé e pelos valores bíblicos.



A graça não pode ser um salvo-conduto para a libertinagem, tanto teológica quanto moral. Sobre isto nos adverte Judas: Amados, embora estivesse muito ansioso por lhes escrever acerca da salvação que compartilhamos, senti que era necessário escrever-lhes insistindo que batalhassem pela fé de uma vez por todas confiada aos santos. Pois certos homens, cuja condenação já estava sentenciada há muito tempo, infiltraram-se dissimuladamente no meio de vocês. Estes são ímpios e transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor (Judas 3-4).

Muitos confundem a defesa da verdade com legalismo, de que tipo seja. A verdade pode ser defendida sem que se precise atacar àquele cuja idéia se quer combater. Por ocasião das tsunami de 26 de dezembro de 2004, um pastor escreveu um artigo em que perguntava, desesperado, onde estava Deus naquela situação; ele propunha que nossos conceitos acerca de Deus precisavam ser revistos. A posição do autor, ao meu ver, estava equivocada, mas um crítico, em lugar de apenas criticar sua teologia, perguntou impiedosa e legalisticamente, num artigo, algo como: "quem quer ser pastoreado por um homem desses?".

Surgirão situações em que teremos que confrontar idéias e comportamentos. Jesus confrontava, mas como exceção, não como regra.

Muitos se esquecem que também falham. Conta-se que um amigo disse a John Wesley:

-- Eu nunca perdôo.

Ao que Wesley respondeu:

-- Espero que você nunca peque.



Não nos deixemos levar pelo legalista. Quando estamos cercados dele, tendemos a cair na sua rede. Recordemo-nos sempre das palavras do apóstolo Paulo: Portanto, você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus (Romanos 14.10).



3. Precisamos de um compromisso que nos leve à mudança.

A história de Jonas nos ajuda neste compromisso.



. Tenhamos sempre diante de nós Quem Deus é. Embora pusilânime, Jonas sabia o Deus fizera fez o mar e a terra (Jonas 1.9). Ele sabia que saíra da presença de Deus, mas que voltaria, por causa da graça. (Jonas 2.4). Jonas não alcançou o que agora podemos alcançar, tendo a Bíblia toda ao nosso dispor: Deus é perdoador, bondoso e misericordioso, muito paciente e cheio de amor. E que por isto, jamais nos os abandona (Neemias 9.17).

Que as nossas vidas sejam um tributo a um Deus que compassivo e misericordioso, muito paciente, rico em amor e em fidelidade (Salmo 86.15). Tremamos diante da verdade, dita pelo próprio Criador: eu, o Senhor, o teu Deus, sou Deus zeloso, que castigo os filhos pelo pecado de seus pais até a terceira e quarta geração daqueles que me desprezam. E nos alegremos com o mesmo Pai Eterno que nos garante: mas trato com bondade até mil gerações os que me amam e obedecem aos meus mandamentos (Deuteronômio 5.9-10). Por que ficarmos apenas na primeira parte da verdade bíblica, como fazem os legalistas? Que o nosso Deus seja Aquele revelado em Jesus Cristo.



. Reconheçamos, como o Jonas do ventre do peixe, que "a salvação vem do Senhor" (Jonas 2.9), não de nossa pureza, de nosso esforço, de nossas ações, de nossa obediência à lei, seja ela qual for.



. Estejamos dispostos a responder à pergunta de Deus a Jonas:



"Você tem alguma razão para essa fúria?" ou, segunda outra versão, "



é razoável essa tua ira?"

Maradona e a apostasia dos pastores tupiniquins

Por Mary Schultze




Jesus nos avisou, em Mateus 24:24: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”. Isto tem acontecido no decorrer dos séculos e, agora, mais do que nunca, eles têm surgido, aos montes, junto com os terremotos e as enchentes. Pode ser é um líder religioso - como o Moon - ou um astro do cinema, de futebol, etc., o qual se torna tão idolatrado que logo se transforma num “deus”. Existem “pastores evangélicos” megalomaníacos (geralmente entre os neopentecostais) que se consideram iguais aos deuses do Olimpo.

Maradona, ex-jogador argentino, um leigo autólatra, ex-viciado em drogas e bebidas alcoólicas, agora está sendo transformado num “deus”, com igreja e tudo. Os iletrados bíblicos portenhos, cujo país foi colonizado pelos jesuítas (tendo escondido milhares de criminosos de guerra nazistas), jamais conheceram o verdadeiro Deus de Israel, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. O “deus” portenho é o Papa de Roma e como Pio XII era um colaborador de Hitler, os argentinos sentiram-se na obrigação de colaborar na camuflagem dos criminosos nazistas. (Dave Hunt explica este assunto em seu livro “A Mulher Montada na Besta”, capítulo 21). Não teria sido, por causa deste grave pecado, que o empobrecimento da nação argentina teve início?

Lembro-me que, nas duas vezes em que meu marido e eu visitamos este país, nos anos 1960, os argentinos nos olhavam como se fossemos turistas inferiores, só nos dando atenção, quando viam o passaporte e escutavam o sotaque alemão do Schultze. Nossa moeda não era aceita e precisamos trocar os dólares que levamos pelos valiosos pesos argentinos, antes de fazer compras na Galeria Once, uma das mais requintadas da cidade. Certa vez, o Schultze se comportou hilariamente, quando nossa filha começou a chorar, querendo a mamie, que havia ido fazer compras na galeria, enquanto ela havia ficado com o “papi”, num bar. O guarda estranhou o choro da menina e veio indagar: “Usted és el padre de la niña?” Meu marido respondeu, inocentemente: “Eu não sou padre, não senhor”. Se eu não tivesse chegado, naquela hora, e esbanjado o meu “portunhol”, o Schultze teria sido preso como raptor da própria filha!

Voltando ao assunto da autolatria, a TV tem anunciado o caso do ex-viciado em drogas e membro de uma seita conhecida como “O Santo Daime”, o qual matou um amigo, porque este relutava em ir à sua casa, a fim de apresentá-lo à própria mãe, declarando que ele era Jesus Cristo. Uma seita que oferece bebida alucinógena aos membros pode ser confiável? É mais uma seita xamanista. Quem abandona a Bíblia por uma religião qualquer é louco. Pois, agora, o que mais se vê são padres e “pastores” televisivos, com uma Bíblia na mão, carregando uma tonelada de ambição na mente. O verdadeiro Evangelho do Senhor tem sido tão enxovalhado pelas seitas ditas cristãs, principalmente as neopentecostais, que agora muita gente pretende ser Jesus Cristo, pregando o “novo evangelho”. Entre os adeptos deste “novo evangelho”, temos alguns autores americanos, como Helen Schucman “(A Course in Miracles”), a qual escutava uma "voz interior”, afirmando ser Jesus Cristo. Desse modo, ela se tornou “mediadora” entre Cristo e os leitores, o mesmo ofício pretendido pelos papas, bispos e padres católicos. Outra mediadora de “Cristo” é Bárbara Marx Hubbard, com a sua obra “The Revelation”, a qual pretende aperfeiçoar o grau de “espiritualidade” dos americanos. Porém, o mais “divinizado” de todos é Neale Donald Walsch, um novaerense, que ficou famoso com as suas “Conversas com Deus”, nas quais “Deus” lhe pede conselhos, escuta suas advertências, chegando ao cúmulo de declarar que o assassinato individual ou de massa é algo positivo, enaltecendo Adolf Hitler e garantindo que o abominável Führer alemão foi para o céu.

Os americanos abandonaram a Bíblia e depressa caíram no engodo jesuíta e no Hinduísmo, uma religião que exige tremenda mão de obra, pois nela 330 milhões de deuses são cultuados. Os americanos caíram na ratoeira hinduísta; por isso estão resvalando, perigosamente, na apostasia religiosa, até chegarem à completa destruição espiritual, moral e política do país, provavelmente através de um dos maiores inimigos do Deus de Israel - o Irã (cujo presidente é “muy amigo” do Lula).

Deus costuma usar os piores inimigos do Seu povo para castigar os filhos rebeldes, os quais caíram na admoestação do apóstolo Pedro, conforme a 2 Pedro 2:20-22, referindo-se aos apóstatas: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao seu próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama”.

Além de Walsch (que muitos pastores têm recomendado), o Brasil está sendo inundado pelas traduções dos gurus da Espiritualidade, como R. Paul Stevens (Espiritualidade de Mercado) e Richard Foster (Celebração da Disciplina), todos estes “forrageiros religiosos” a serviço do deus cósmico da Nova Era. Nosso país (dirigido por um presidente igual aos ninivitas) está em vias de receber os castigos divinos, através de terremotos e tsunamis, conforme tem acontecido às nações que têm menosprezado a PALAVRA DE DEUS. Estes pregadores e seus discípulos “desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado”, o qual é obedecer aos ensinos da Escritura Sagrada, porque esta, segundo o próprio Jesus Cristo “É a Verdade” (João 17:17) e, portanto, “Não pode ser anulada”. (João 10:34).

Observação: - Alguns leigos papistas e pastores medíocres, que me chamam “anciã”, “vovó”, “velhinha, “peste” e outras coisas, em tom pejorativo, estão perdendo tempo. Enquanto eles me rebaixam, outros me superestimam. Eis o que um dos “filhos” mais cultos e inteligentes me escreveu, ontem, por causa do meu novo título de “nanoteóloga”: “Mamie, Não se esqueça que ‘nano’ (no grego: ínfimo, pequeníssimo), no uso científico, médico e farmacêutico significa uma pequeníssima cápsula, de medida bem menor que o "micron", que carrega dentro de si potentíssima medicação (antibiótico, antiinflamatório etc.), visto conter concentrações maiores que as de outros meios de uso mais comum, agindo, assim, com maior rapidez e de modo mais eficaz no combate às várias enfermidades - a maioria, de cura mais difícil. A tese de mestrado de minha esposa, em Farmacêutica-Bioquímica foi ... sobre a "Nanoantibioticoterapia. No sentido acima, é que você, minha amada irmã em Cristo Jesus, é uma NANOSCHULTZE. Você é uma nanocápsula cibernética, anti-heretismo.

Viva NanoSchultze!”



Mary Schultze, 
http://www.maryschultze.com/