segunda-feira, 19 de julho de 2010

A VERDADEIRA OBRA DO ESPÍRITO SANTO

(Capítulo 2 do livro de Jonathan Edwards)



Um Resumo

Araúna dos Santos



Tendo por base o capítulo 4 da primeira epístola de João, o famoso pregador norte-americano Jonathan Edwards elaborou uma exposição sobre os sinais bíblicos que indicam a presença ou a ausência do Espírito de Deus numa pessoa, movimento ou igreja. A seguir estão as cinco características básicas de uma obra realizada sob a direção e o dominio do Espírito Santo, e não por força e manipulação de lideranças puramente humanas. É bom que se reflita sobre o que Jonathan escreveu, com base bíblica, para que nos situemos corretamente neste tempo de muitos modismos pentecostais, sem autenticidade escriturística. Leiamos o apóstolo João, através de Jonathan Edwards:



1 – “Quando a operação é tal que engrandece a estima das pessoas por aquele Jesus que nasceu da Virgem Maria e foi crucificado fora dos portões de Jerusalém, parecendo confirmar e estabelecer ainda mais na mente humana a verdade declarada pelo Evangelho de que Ele é o Filho de Deus e o Salvador dos homens, isto, sem dúvida, comprova que tal obra é do Espírito de Deus. (I João 4.2-3). Portanto, se o Espírito que age em meio a um povo é claramente percebido como aquele que realiza uma obra que convence as pessoas acerca de Cristo e as conduz a Ele – para confirmar em suas mentes a crença na história do Cristo que veio em carne e que Ele é o Filho de Deus, enviado pelo Senhor para salvar os pecadores, o único Salvador, esse é o Espírito de Cristo. E mais ainda, se esse Espírito parece gerar nas pessoas pensamentos sobre Cristo superiores, mais honrosos, do que elas costumavam ter, fazendo com que se voltem para Ele – tudo isso, sem dúvida, é sinal de que este é o Espírito verdadeiro e certo, por mais incapazes que sejamos de determinar se, para serem salvífícas, a convicção e a emoção sentidas pelas pessoas devem ter determinadas forma ou grau. Contudo, as palavras do apóstolo são notáveis. A pessoa a respeito de quem o Espírito dá testemunho e por quem Ele engrandece a estima dos homens deve ser aquele Jesus que veio em carne e não algum outro Cristo místico ou fantástico, como Seu substituto.”



2 – “Se o espírito que opera agir contra os interesses do reino de satanás, que consiste em promover e estabelecer o pecado, acalentando as concupiscências mundanas dos homens, então teremos aí uma evidência segura de que tal Espírito é verdadeiro e não falso. Este sinal nos é dado em I João 4.4-5. Com base nas palavras de João podemos determinar com segurança qual é o espírito que está agindo, de acordo com tais procedimentos: se diminui o apego dos homens aos prazeres, benefícios e honras do mundo; se arranca de seus corações a procura ambiciosa dessas coisas; se os envolve em uma profunda solicitude pela condição futura e pela felicidade eterna revelada no Evangelho, levando-os a uma busca zelosa do reino de Deus e Sua justiça; se os convence a respeito da terrível natureza do pecado, da culpa que ele provoca e da desgraça a que expõe as pessoas – esse só pode ser o Espírito de Deus.”

“A influência do Espírito de Deus é manifesta com maior abundância, se o coração das pessoas é desviado do mundo, libertado dos objetos de suas ambiçõese arrancado de suas ocupações mundanas pela pecepção da excelência das coisas divinas e por se apegar às alegrias espirituais de outro mundo, as quais estão prometidas no Evangelho.”



3 – “O espírito que opera gerando nos homens uma profunda consideração pelas Sagradas Escrituras, firmando-os ainda mais na verdade e divindade da Palavra do Senhor, certamente é o Espírito de Deus. Esta regra nos é dada pelo apóstolo em I João .4. 6 O diabo jamais tentaria criar nas pessoas qualquer estima pela Palavra divina, concedida por Deus para ser a grande e permanente regra de orientação de Sua igreja em todos os assuntos religiosos e em tudo o que se refere às almas dos homens, ao longo de todas as eras. O diabo sempre demonstrou rancor e ódio mortais por aquele livro sagrado, a Bíblia. Ele tem feito tudo o que pode para extinguir essa luz e dela desviar os homens. Ele sabe que esta é a luz pela qual seu império de trevas será destruido.” Podemos estar certos de que ele jamais tentará aumentar a estima ou o amor das pessoas pelas Escrituras. Em consequência, é comum vermos alguns fanáticos depreciando esta regra escrita, estabelecendo acima dela a luz interior de “revelações” ou alguma outra norma.”



4 – “Outra regra para discernimos os espíritos pode ser inferida a partir das formas de tratamento dado aos inimigos nas ultimas palavras de I João 4.-6 “. . . o espírito da verdade e o espírito do erro”. Elas revelam os caráteres opostos do Espírito de Deus e dos outros espíritos que falsificam suas obras. Portanto, se ao observarmos a maneira de agir de um espírito vemos que ele opera como espírito de verdade, levando pessoas à verdade e convencendo-as de coisas verdadeiras, então, podemos concluir com segurança que esse é o Espírito certo e verdadeiro. Se notamos que o espírito em operação aumenta nas pessoas a consciência de que Deus é o Senhor, e que nos tira das trevas e nos traz para a luz e nos livra do engano, por convencer-nos da verdade (mediante Sua Palavra revelada). Esse é Espírito Santo de Deus”.



5 – “Se o espírito que está em ação por meio de um povo opera como espírito de amor a Deus e ao homem, temos aí um sinal de que este é o Espírito de Deus. O apóstolo João enfatiza este sinal do versículo 6 até o fim do capítulo: “Amados, amemo-nos uns aos outros porque ao amor procede de Deus ; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” , etc. Ele menciona o amor como sinal por meio do qual identificamos quem tem o espírito verdadeiro. Isto se torna especialmente claro nos versículos 12 e 13.

“A característica mais evidente do verdadeiro amor divino sobrenatural – distinguindo-o das imitações que surgem de uma auto-estima natural – é que nele brilha a virtude cristã da humildade, qualidade que, mais do que todas as outras, renuncia, degrada e aniquila a palavra auto. O amor cristão é um amor humilde: “O amor é paciente, é benigno, amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal...” (I Co 13: 4-5). Quando vemos em alguém um amor acompanhado do reconhecimento de sua própria insignificância, sordidez, fraqueza e total insuficiência; esses são sinais claros da operação do Espírito de Deus.”



Do livro: A Verdadeira Obra do Espírito – Sinais de Autenticidade (Edições Vida Nova)

Vale a pena ler e refletir neste tempo de confusão doutrinária.

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS:





1 – Desde o seu início, nas terras da Palestina, o Evangelho de Cristo tem experimentado deturpações e desvios de sua mensagem original. O ensino de Jesus, o Cristo, tem convivido com interpretações humanas destituídas de validade lógica e acuracia espiritual, quando o texto bíblico não é trabalhado segundo principios fundamentais de correta exegese e hermenêutica, sob a iluminação do Espírito Santo, cujo ministério é nos “ensinar toda a verdade” -João 14 a 16.. No contexto da própria revelação bíblica, especialmente do Novo Testamento, são inúmeras as referencias a desvios doutrinários fortemente refutados pela autoridade apostólica. Legalismo, Gnosticismo, Agnosticismo, Escatologia, Cristologia e mesmo Pneumatologia (Doutrina do Espírito Santo) são temas de desvios da doutrina de Cristo e dos Apóstolos muito cedo verificados e prontamente refutados e corrigidos pelos escritores bíblicos.



3 – Através de vinte séculos de história, o cristianismo de homens, socialmente manifesto, tem enfrentado heresias discordantes da pureza do Evangelho de Cristo. Pedro, o apóstolo chegou a afirmar que as cartas de Paulo “contêm algumas coisas difíceis de se entender, as quais os ignorantes e instáveis torcem, como também o fazem com as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (II Pd 3.16). É preciso ter mente crítica para analisar, com sólido conhecimento bíblico, as novidades que vão aparecendo no cenário religioso e evangélico, a fim de não se envolver, igualmente, em erros de interpretação e desvios doutrinários.



4 – Em nossos dias, convivemos, especialmente, com a heresia pentecostal divisionista. O adjetivo em si, aplicado à igreja de Cristo, já representa um desconhecimento de seu significado, origem e aplicação. O substantivo Pentecoste e seu adjetivo cognato se ligam à história de Israel e às experiências religiosas desse povo especial de Deus, separado para um propósito especifico e realizado. Leia sobre a instituição do Dia de Pentecoste em Levítico 23, que discorre sobre as Festas Sagrados dos israelitas. ordenadas na Lei de Moisés. Uma Igreja Evangélica Pentecostal é um a contradição de termos. Um não pode se aplicar ao outro. Um exclui o outro. Se é igreja de Cristo não pode ser pentecostal. Se é pentecostal,não pode ser igreja de Cristo.



5 – O relato de ATOS 2 , que esclarece sobre o momento da realização da promessa de Deus (Joel 2..28) reafirmada por Jesus Cristo (Atos 1.8, Lc 24..49), deve ter seu foco no cumprimento da promessa de Deus e não no Dia de Pentecoste. Aquele dia de festa se repete até hoje na experiência religiosa de Israel. Mas a promessa do ministério pleno do Espírito Santo já se cumpriu, desde que Jesus Cristo foi glorificado (João 6.37-39). Essa a razão por que não se espera “novo Pentecoste” no sentido de derramamento do Espírito. O Espírito já está entre nós. O Espírito já está em nós que confessamos a Cristo como Salvador, Senhor e Mestre. A experiência do Espírito, com o falar em línguas estrangeiras, sem as ter aprendido, conforme aconteceu em Jerusalém nos dias apostólico, não se repete mais. A promessa já se cumpriu e foi confirmada. O Espírito já se tornou disponível para toda carne. O que era restrito a algumas pessoas, entre os israelitas, antes da glorificação de Cristo, agora está estendido a todos: SER CHEIO DO ESPÍRITO.

fonte:
http://vigiai.net/news.php?readmore=3627